Vimos a 3 de Julho como, nesta época, terrivelmente iniciada com a morte de Pepe, o Belenenses reagiu com uma força extraordinária. Foi Campeão de Lisboa. Chegou à final do Campeonato de Portugal. Naquela data, depois de estar a perder por 4-1 com o F.C.Porto, conseguiu, no último quarto de hora, com uma recuperação notável, que a todos encheu de assombro e respeito, chegar ainda ao empate, e quase ganhou o jogo no prolongamento.
Duas semanas depois, disputou-se a finalíssima, novamente em Coimbra.

Recordemos que Belenenses e F.C. Porto chegaram aqui com a possibilidade de se destacarem na liderança do maior número de títulos de Campeão – juntamente com o Benfica tinham dois Campeonatos cada um. O F.C.Porto chegou primeiro aos três mas, como também já vimos (2 de Julho), logo no ano seguinte, o Belenenses igualou-o e tendo até a vantagem de ter sido mais vezes finalista.
Grandes tempos, Grande Belenenses...
Hoje, descemos de divisão e (dirigentes, supomos) vêm-nos dizer que devemos estar satisfeitos porque fomos a equipa despromovida com mais pontos...
Como nos pôde suceder isto? Onde começou a cadeia de traições e de menoridades que têm destroçado o Belenenses?
2005 – Sebastião Cunha e Diogo Mateus sagram-se Campeões Europeus de Sevens (Râguebi)
Pouco depois de se sagraram Campeões Nacionais de Sevens, como referimos em 25 de Junho, Sebastião Cunha e Diogo Mateus foram seleccionados por Tomaz Morais para o Campeonato da Europa de Sevens, em Râguebi, a decorrer em Moscovo.
A selecção portuguesa já tri-campeã pelas vitórias obtidas em 2001/2002, 2002/2003, 2003/2004, apresentava-se como natural favorita à revalidação do título.
Na meia-final, disputada no mesmo dia, a outra finalista – a Rússia – afastara a Itália por concludentes 17-0, enquanto Portugal se qualificava batendo a França por 22-7, com quatro ensaios e transformação contra apenas um ensaio e uma transformação dos franceses.
A final foi muito disputada e decidida apenas no último minuto de forma dramática. A apenas quatro minutos do final, a selecção russa vencia por 26-7 fruto de quatro ensaios e três transformações, contra um ensaio apenas de Portugal e a sua respectiva transformação. Foi aliás a capacidade total de converter as transformações que se viria a revelar vantagem decisiva nesta final. Nos quatro minutos finais, Tomaz Morais opera alterações na equipa que resultam em melhor eficácia ofensiva. De tal forma que neste curto período de tempo, a Selecção Portuguesa consegue converter três ensaios, dois pelo belenense Sebastião Cunha e um por Frederico Sousa. Encarregado das respectivas transformações Pedro Leal não falharia passando Portugal definitivamente para a frente do marcador.
Como se pode ver, Sebastião Cunha, jogador do Belenenses que também já tinha participado na vitória europeia de 2002/2003 (além de se ter sagrado campeão nacional de Râguebi também nessa época, assim como o seu companheiro de selecção David Mateus), teve prestação que se revelou determinante na vitória final e na conquista do tetra-campeonato europeu.
Uma demonstração mais da grande qualidade do Râguebi do Belenenses, do seu fervor clubista mas também da sua extraordinária capacidade de formação, gestão desportiva e não só. São um exemplo de como deve ser gerida uma modalidade.
2005 – Bruno Pais conquista o terceiro lugar em Etapa da Taça do Mundo de Triatlo

Não podia, no entanto, ter começado pior. A primeira prova da etapa, a de natação correu mal ao belenense. Não desanimando, Bruno Pais viria a recuperaria bastante no ciclismo, prova em que realizou o menor tempo absoluto da etapa.
Na prova de atletismo, Bruno Pais conseguiu, embora com grande luta, resistir à perseguição movida pelos tri-atletas Frank Bignet (França) e Marko Alberto (Estónia).
Assim mesmo, Bruno Pais ficou na terceira posição e a 46 segundos de Tim Don, tri-atleta britânico que ocupava então o primeiro lugar do ranking mundial. Com esta presença no podium, feito até então inédito no triatlo português, Bruno Pais ascendeu também ao 14º lugar do Ranking mundial e terceiro no ranking europeu.