Excursões nos Jogos Fora
Fomos num dos 4 autocarros de adeptos do Belenenses que se deslocaram ao Porto. O preço é extremamente convidativo e acessível a (quase) todas as bolsas: 13 Euros incluindo viagem e bilhete é, de facto, um preço magnífico. Está de parabéns a Direcção por (voltar a) promover estas iniciativas, que não só contribuem para um maior apoio, como para reforçar o elán clubístico.
Penso que é pena, neste âmbito, não se dar atenção aos pormenores. Os autocarros deviam ter feito todo o percurso juntos, o que gera mais entusiasmo e sentimento de pertença – em vez disso, até se optou deliberadamente pelo contrário. E, no entanto, todos vibrávamos quando um carro que passava nos dava buzinadelas de saudação ou ostentava símbolos do Belenenses.
Perdemos o jogo mas valeu a pena ir. A nossa saída dos autocarros e entrada no estádio foi empolgante. Havia 400 adeptos belenenses ou um pouco mais. Os cânticos das Fúria Azul, a que se juntaram outros adeptos, a ecoar nas escadas, mais as bandeiras, os cachecóis, o entusiasmo, o empolgamento dos primeiros minutos, contagiaram-nos e comoveram-nos: são restos, que de vez em quando emergem, do grande clube que fomos, e sementes do grande clube que – oxalá – ainda podemos voltar a ser.
(Claro que, aqui, não conseguimos deixar de nos lembrar de um célebre jogo no início da época de 70/71, em que, sob a promessa de Joaquim Meirim de voltar a fazer do Belenenses campeão, quase 30.000 adeptos do nosso clube invadiram o Estádio das Antas, estamos em maioria na casa dos portistas...).
Esperamos que estas iniciativas se mantenham; que voltemos às vitórias já no jogo com o Estrela da Amadora; que, no jogo contra a Naval, na Figueira da Foz, vão pelo menos o dobro dos autocarros (o que também implica que os bilhetes não esgotem, como aconteceu desta vez); que em cada jogo sejamos mais, até chegar às largas dezenas de autocarros, como acontecia noutros tempos.
Liga Record – Quantos Somos?
Já anteriormente escrevi sobre o tema “Quantos Somos?”. Tenho pena que esta temática não desperte muito interesse em alguns adeptos azuis, a quem só chama a atenção o último resultado, se o treinador devia pôr a jogar o João no lugar do António ou outras coisas fugazes e superficiais.
Na deslocação ao Porto, alguém contava a seguinte anedota:
Dizia um senhor: “Ai, que mulher tão feia!”. Retorquiu a visada: “E você, que homem tão bêbado!”. Retorquiu ele: “Pois, minha senhora, mas a bebedeira passa amanhã...”.
Ora, o bom ou mau resultado passa amanhã. No entanto, em grandíssima medida, a força e vitalidade de um clube mede-se pela dimensão (e, já agora, mobilização, da sua massa de adeptos, e isso é o que fica.
Quantos somos? Que percentagem de portugueses são do Belenenses?
Há dias, o meu filho deu-me uma relação por clube dos inscritos na Liga Record. Num universo de 42.130 inscritos, o número por clube e a respectiva percentagem, no que concerne aos 8 primeiros, é a seguinte:
1. Benfica – 18.427 = 43,73%
2. Sporting – 10.957 = 25,15%
3. F.C.Porto – 6.694 = 15,89%
4. Belenenses – 666 = 1,58%
5. Académica – 497 = 1,18%
6. V. Guimarães – 374 = 0,88%
7. Sp. Braga – 318 = 0, 76 %
8. Boavista – 286 = 0, 67%
Dado o grande número de inscritos, trata-se de um resultado com algum significado (embora eu esperasse um pouco menos de Sporting e um pouco mais de F.C.Porto). Calculei, há tempos, que 1,5% a 2% dos portugueses seriam do Belenenses. Este resultado confirma que estamos nesse intervalo, que continuamos a ser o 4º clube com mais adeptos, apesar de décadas de erosão e desgostos, e que em Portugal haverá, no mínimo, 150.000 adeptos azuis. Se contarmos com os espalhados pelo mundo, não andaremos longe dos 200.000. Falta é voltar a motivar a considerável massa que ainda somos...
Correspondência para os Sócios
Como dissemos, é vitalmente necessário motivar os adeptos do Belenenses que, cansados de desgostos e de um discurso cinzentão, se encontram em depressão profunda. Só com estímulos fortes e repetidos poderão sair desse estado.
Para o efeito, um dos meios mais poderosos é o envio de correspondência que fale ao coração e à inteligência dos Belenenses. Há um ano que tal correspondência não existe. A actual Direcção nunca de dirigiu aos sócios. E se, ainda há pouco a elogiei, com a mesma liberdade (veja-se declaração de princípios do blog) a critico neste aspecto.
Há muito já que deveria ter seguido correspondência para os sócios. Na verdade, ela devia ter seguido, no nosso entendimento, ainda em Julho; mas, já na pior das hipóteses, ela devia ter sido enviada logo a seguir à vitória em Penafiel, falando na Quota Suplementar Única (e não só, claro).
Alega-se com a necessidade de conter custos, de não se poder gastar dinheiro. Este argumento, para mim, é disparatado e revelador de uma cegueira com a qual dificilmente se consegue atingir patamares mais altos. Devolver a vida e o entusiasmo ao clube é algo que, a meu ver, (quase) não tem preço; e realmente não entendo como se pode desperdiçar a via do jornal (lamento dizer que mantenho exactamente a opinião que emitira) e a da correspondência, em nome de uma política “poupadinha”. Mas, enfim, vamos fazer contas:
Se se enviasse uma carta para todos os 29.500 sócios nominais (mesmo os que não têm as quotas em dia) – e dando já de barato que não se poupavam custos, enviando uma só carta para cada residência onde há mais do que um sócio –, com cada carta a ter o custo de correio de 19 cêntimos (sim, 19 cêntimos!), teríamos um gasto de 5.600 Euros (1.120 contos). Se, como resultado dessa carta, se vendessem mais – apenas! – 80 quotas suplementares únicas (de pessoas que aderissem graças a essa empurrão), o custo estaria coberto. A partir daí, tudo seria ganho: as vendas de QSU que ultrapassem as 80; os sócios que voltassem a pagar quotas; os sócios que, ao tornarem a ir assistir aos jogos, trouxessem outras pessoas consigo; os bilhetes para outras manifestações desportivas a que alguns também passassem a ir; mais vendas de produtos belenenses, etc. A isto acresceria o que não tem preço: maior calor à volta do clube e das nossas equipas, maiores assistências que, naturalmente, tendem a atrair mais gente (do mesmo modo como desertificação atrai mais desertificação), vitalidade acrescida. Face a estas contas – que desmontam, com números exactos, a tese da megalomania-cor-de-rosa-despesista -, perguntamos: de que se está à espera?
Fomos num dos 4 autocarros de adeptos do Belenenses que se deslocaram ao Porto. O preço é extremamente convidativo e acessível a (quase) todas as bolsas: 13 Euros incluindo viagem e bilhete é, de facto, um preço magnífico. Está de parabéns a Direcção por (voltar a) promover estas iniciativas, que não só contribuem para um maior apoio, como para reforçar o elán clubístico.
Penso que é pena, neste âmbito, não se dar atenção aos pormenores. Os autocarros deviam ter feito todo o percurso juntos, o que gera mais entusiasmo e sentimento de pertença – em vez disso, até se optou deliberadamente pelo contrário. E, no entanto, todos vibrávamos quando um carro que passava nos dava buzinadelas de saudação ou ostentava símbolos do Belenenses.
Perdemos o jogo mas valeu a pena ir. A nossa saída dos autocarros e entrada no estádio foi empolgante. Havia 400 adeptos belenenses ou um pouco mais. Os cânticos das Fúria Azul, a que se juntaram outros adeptos, a ecoar nas escadas, mais as bandeiras, os cachecóis, o entusiasmo, o empolgamento dos primeiros minutos, contagiaram-nos e comoveram-nos: são restos, que de vez em quando emergem, do grande clube que fomos, e sementes do grande clube que – oxalá – ainda podemos voltar a ser.
(Claro que, aqui, não conseguimos deixar de nos lembrar de um célebre jogo no início da época de 70/71, em que, sob a promessa de Joaquim Meirim de voltar a fazer do Belenenses campeão, quase 30.000 adeptos do nosso clube invadiram o Estádio das Antas, estamos em maioria na casa dos portistas...).
Esperamos que estas iniciativas se mantenham; que voltemos às vitórias já no jogo com o Estrela da Amadora; que, no jogo contra a Naval, na Figueira da Foz, vão pelo menos o dobro dos autocarros (o que também implica que os bilhetes não esgotem, como aconteceu desta vez); que em cada jogo sejamos mais, até chegar às largas dezenas de autocarros, como acontecia noutros tempos.
Liga Record – Quantos Somos?
Já anteriormente escrevi sobre o tema “Quantos Somos?”. Tenho pena que esta temática não desperte muito interesse em alguns adeptos azuis, a quem só chama a atenção o último resultado, se o treinador devia pôr a jogar o João no lugar do António ou outras coisas fugazes e superficiais.
Na deslocação ao Porto, alguém contava a seguinte anedota:
Dizia um senhor: “Ai, que mulher tão feia!”. Retorquiu a visada: “E você, que homem tão bêbado!”. Retorquiu ele: “Pois, minha senhora, mas a bebedeira passa amanhã...”.
Ora, o bom ou mau resultado passa amanhã. No entanto, em grandíssima medida, a força e vitalidade de um clube mede-se pela dimensão (e, já agora, mobilização, da sua massa de adeptos, e isso é o que fica.
Quantos somos? Que percentagem de portugueses são do Belenenses?
Há dias, o meu filho deu-me uma relação por clube dos inscritos na Liga Record. Num universo de 42.130 inscritos, o número por clube e a respectiva percentagem, no que concerne aos 8 primeiros, é a seguinte:
1. Benfica – 18.427 = 43,73%
2. Sporting – 10.957 = 25,15%
3. F.C.Porto – 6.694 = 15,89%
4. Belenenses – 666 = 1,58%
5. Académica – 497 = 1,18%
6. V. Guimarães – 374 = 0,88%
7. Sp. Braga – 318 = 0, 76 %
8. Boavista – 286 = 0, 67%
Dado o grande número de inscritos, trata-se de um resultado com algum significado (embora eu esperasse um pouco menos de Sporting e um pouco mais de F.C.Porto). Calculei, há tempos, que 1,5% a 2% dos portugueses seriam do Belenenses. Este resultado confirma que estamos nesse intervalo, que continuamos a ser o 4º clube com mais adeptos, apesar de décadas de erosão e desgostos, e que em Portugal haverá, no mínimo, 150.000 adeptos azuis. Se contarmos com os espalhados pelo mundo, não andaremos longe dos 200.000. Falta é voltar a motivar a considerável massa que ainda somos...
Correspondência para os Sócios
Como dissemos, é vitalmente necessário motivar os adeptos do Belenenses que, cansados de desgostos e de um discurso cinzentão, se encontram em depressão profunda. Só com estímulos fortes e repetidos poderão sair desse estado.
Para o efeito, um dos meios mais poderosos é o envio de correspondência que fale ao coração e à inteligência dos Belenenses. Há um ano que tal correspondência não existe. A actual Direcção nunca de dirigiu aos sócios. E se, ainda há pouco a elogiei, com a mesma liberdade (veja-se declaração de princípios do blog) a critico neste aspecto.
Há muito já que deveria ter seguido correspondência para os sócios. Na verdade, ela devia ter seguido, no nosso entendimento, ainda em Julho; mas, já na pior das hipóteses, ela devia ter sido enviada logo a seguir à vitória em Penafiel, falando na Quota Suplementar Única (e não só, claro).
Alega-se com a necessidade de conter custos, de não se poder gastar dinheiro. Este argumento, para mim, é disparatado e revelador de uma cegueira com a qual dificilmente se consegue atingir patamares mais altos. Devolver a vida e o entusiasmo ao clube é algo que, a meu ver, (quase) não tem preço; e realmente não entendo como se pode desperdiçar a via do jornal (lamento dizer que mantenho exactamente a opinião que emitira) e a da correspondência, em nome de uma política “poupadinha”. Mas, enfim, vamos fazer contas:
Se se enviasse uma carta para todos os 29.500 sócios nominais (mesmo os que não têm as quotas em dia) – e dando já de barato que não se poupavam custos, enviando uma só carta para cada residência onde há mais do que um sócio –, com cada carta a ter o custo de correio de 19 cêntimos (sim, 19 cêntimos!), teríamos um gasto de 5.600 Euros (1.120 contos). Se, como resultado dessa carta, se vendessem mais – apenas! – 80 quotas suplementares únicas (de pessoas que aderissem graças a essa empurrão), o custo estaria coberto. A partir daí, tudo seria ganho: as vendas de QSU que ultrapassem as 80; os sócios que voltassem a pagar quotas; os sócios que, ao tornarem a ir assistir aos jogos, trouxessem outras pessoas consigo; os bilhetes para outras manifestações desportivas a que alguns também passassem a ir; mais vendas de produtos belenenses, etc. A isto acresceria o que não tem preço: maior calor à volta do clube e das nossas equipas, maiores assistências que, naturalmente, tendem a atrair mais gente (do mesmo modo como desertificação atrai mais desertificação), vitalidade acrescida. Face a estas contas – que desmontam, com números exactos, a tese da megalomania-cor-de-rosa-despesista -, perguntamos: de que se está à espera?