terça-feira, 3 de janeiro de 2006

Empréstimos: porquê, de quem e como

Uma nota prévia.
Este artigo, ou o que dele é essencial, foi primeiramente publicado em 06/12/2004 no blog CFBelenenses.
Depois do exemplo da época 2004/2005 pensei, acreditei mesmo, que não teria de voltar a falar deste assunto. Infelizmente constato o contrário.
Com a publicação deste artigo pretendo explicar o porquê da posição anti-empréstimos como normal ferramenta de trabalho (em vez de solução de recurso), a irredutibilidade da não aceitação de empréstimos provenientes dos «3 únicos» e as condições necessárias para o recurso a empréstimos de jogadores de clubes não portugueses.

O que hoje publico é uma versão em praticamente tudo semelhante à primeira, que apenas sofreu algumas alterações essencialmente nas questões mais circunstanciais, embora existam também diferenças na forma como as ideias são apresentadas. O que se mantém inalterado é a totalidade das ideias, princípios e conceitos que para mim são inalienáveis. Porque:

• Somos tipicamente um clube auto-suficiente.

• Geramos as nossas próprias receitas.

• Possuímos e mantemos um património privado único em instalações para a livre prática desportiva.

• Não recebemos ciclicamente subsídios ou ofertas sub-reptícias do estado ou câmara municipal em montantes que possamos classificar de indispensáveis à nossa subsistência nem à prossecução das actividades desportivas que promovemos.

• Não recebemos, graciosa ou de forma encapotadamente onerosa, quaisquer terrenos, edifícios ou equipamentos para uso desportivo, para venda lucrativa posterior, como forma de subsidiar aquisições de jogadores profissionais, à custa do erário público e dos impostos de todos os portugueses.

• Menos ainda deixamos de cumprir com as nossas obrigações, fiscais ou enquanto entidade empregadora.

• Cumprimos uma missão social e desportiva, consagrada em estatutos. Somos uma instituição de utilidade pública. Fazemo-lo com grande distinção e que só não é mais conhecida e reconhecida por manifesta injustiça e desigualdade de tratamento institucional e na comunicação social, mais dada a satisfazer outros interesses “superiores” de “mercado” e imediatistas.

• Não servimos interesses especulativos, imobiliários ou mobiliários.

Numa frase: Não devemos nada a ninguém!

Temos por isso uma fortíssima desvantagem face aos nossos adversários.

Afirmo isto com o orgulho mais verdadeiro e com o reconhecimento sincero por todos os que contribuíram verdadeiramente para que isto seja uma realidade, desde o anónimo funcionário ao mais reconhecido dirigente. É nisto que podemos de facto afirmar que trabalhamos e existimos de forma diferente.

Estes factos, por si só, poderiam chegar para satisfazer o sócio "normal", tal como ele existe actualmente. Mas o Belenenses não se esgota nestes factos. Muda para melhor ou para pior todos os dias. Em avanços e recuos constantes. Se avança num sentido, logo recua noutros diluíndo o que nos distingue e destaca entre pares.
Os empréstimos que pedimos, ou aceitamos, são o exemplo a que me dedico neste artigo.
Escrevo estas ideias com o objectivo de desmistificar uma ideia que julgo generalizada de que quem se manifesta, como eu, contra os empréstimos de jogadores padece de fundamentalismo, sendo absolutamente contra o empréstimo de jogadores de uma forma generalizada, ou contra os jogadores em si.
Nada mais errado, em qualquer dos casos.

Por aceitar que, ao opinar na forma de comentários limitados em número de caracteres, em que somos obrigados a seccionar o texto e frequentemente as ideias que pretendemos transmitir, se perde muitas vezes o fio à meada, que quem lê guarda na memória apenas o comentário mais forte ou mais inflamado, concedo que isso possa deixar uma ideia que não é consentânea com aquilo que penso realmente.

Neste artigo tentarei que seja claro quais são as circunstâncias e condições em que me parece aceitável que se proceda à contratação de jogadores em regime de empréstimo.

Quem quiser tenha então paciência e leia o que se segue...



Empréstimo de jogadores provenientes de clubes nacionais

Sou de facto contra os empréstimos contraídos aos três clubes, os «três únicos», aqueles que dominam e asfixiam totalmente o futebol português, a “Santíssima Trindade” ou Oligarquia Tri-(a)céfala.
Julgo consensual a ideia de que é praticamente impossível ter outro clube que não esses três a ceder jogadores a título de empréstimo a outros clubes que compitam na mesma divisão. Daí que rejeite na totalidade os empréstimos nacionais.

As razões:
- O facto dos três clubes procederem sistematicamente ao empréstimo de jogadores “excedentes” dos seus plantéis, deve-se não tanto pelo resultado natural do seu maior poderio económico ou por possuírem maior massa adepta mas pela impunidade generalizada de que gozam e através da qual, vão podendo disfarçar as trafulhices a que recorrem para camuflar a sua falência financeira. Colabora nisto uma «comunicação social» que os glorifica e carrega ao colo, dando-lhes tratamento preferencial, para não dizer exclusivo.

- Quantos e quantos jogadores deixam de ser contratados por clubes de menor projecção porque são aliciados pela ideia de serem mais vistos internacionalmente (o que se prova que não é verdade pela recente onda de contratações de clubes internacionais que vieram buscar valores que nem sequer tinham despontado no campeonato principal), porque o seu valor de transferência é empolado pelo suposto interesse dos “três do costume” sendo mesmo adquiridos por estes os seus direitos desportivos.

Estes jogadores são rapidamente “encostados” nas equipas B, ou no plantel principal nunca os convocando, retirando-lhes competitividade e frequentemente ceifando as suas carreiras. Finalmente são sucessivamente cedidos a outros clubes, a título de empréstimo, possivelmente até a clubes concorrentes directos daqueles a quem foram adquiridos, constituindo esta hipótese uma clara manipulação que nunca passaria num país a sério com instituições a sério.

Que dizer então da várias vezes referida e verificada situação em que aos olhos de todos os que seguem o futebol nacional se deprrende a não utilização de um jogador emprestado em jogo contra o clube emprestador situação essa que está à margem dos próprios regulamentos da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Simulam-se lesões e outros impedimentos de última hora. Impede-se assim a concorrência e abusam, os típicos emprestadores de uma posição dominante que não resulta de jogo limpo e de regras claras.
Amputam o futebol português na sua projecção internacional. Bom exemplo disto é verificar quantas das seis equipas que se apresentaram às competições da UEFA sobreviveram à primeira eliminatória. Tudo em nome da nação como em situações pré-democráticas que este país já viveu. O que importa é não alterar o sistema e para isso vale tudo.

Tudo isto sob o beneplácito e fomento pela comunicação social que não passa defeso ou interregno de época desportiva que antecede período autorizado de inscrições para bombardear como possíveis empréstimos as sobras dos «três únicos».

- Outra fortíssima razão, que por si só deveria ser suficiente, é a nossa rivalidade com Sporting e Benfica. Porque foi contra o seu domínio e asfixia desde o início que nos batemos e da qual nascemos e crescemos.
A seguir às nossas proprias limitações de projecção da imagem do Clube e de capacidade de nos auto-promovermos, a principal razão da nossa regressão em termos de adesão popular activa é o comportamente pernicioso relativamente aos ideais originais (e não realidade original) do Belenenses e a nossa ingenuidade latente em irmos na cantiga do bandido, chegando mesmo a patrocinar encontros tri-partidos com o objetivo de supostamente moralizar o futebol português (como se não bastassem os exemplos em que fomos roubados, enganados e afundados por estes dois clubes) em que fazemos uma figura patética de elemento neutro da adição muito semelhante à do governo português na cimeira das lages que antecedeu o ataque norte-americano ao Iraque em 2003.
São Sporting e Benfica que nos retiram espaço de crescimento, directamente na zona em que nos inserimos, quer por concorrência em termos de assistência dos espectáculos, quer por serem estes dois que recebem escandalosa e impunemente benefícios camarários (da CML) que lhes cede terrenos a fundo perdido e que os volta a adquirir posteriormente, por valores astronómicos. Estes benefícios prejudicam-nos e constituíram no passado (e ainda hoje) financiamento para o seu habitual esbanjamento de dinheiro gasto em contratações de jogadores, muito que nem sequer chegarão a jogar uma vez que seja na equipa principal.
Isto para não mencionar em detalhe as contas de rosários passados, em que nos retiraram totalmente a capacidade competitiva, obrigando-nos a dar jogadores para pagar dívidas que só contraímos por termos sido obrigados a sair das Salésias (quando pouco antes ainda investíamos no desenvolvimento desse parque desportivo ímpar) para contruir um inexistente (já 50 anos depois) bairro social, fazendo-nos passar pela humilhação de ver troféus encaixotados à porta da nossa casa e obrigados a pagar uma avença para utilizar o estádio que fomo obrigados a construír no único buraco que nos deixaram em Belém.

- Ao aceitarmos empréstimos destes clubes, estamos a contribuir para que a pouca atenção que nos prestam na comunicação social, seja gasta na totalidade com as enervantes perguntas costumeiras e com a pestilenta imagem que se nos cola de clube coitadinho que é bom para rodar jogadores. Não promovemos o que é nosso.
Quem não se recorda do miserável e nojento título da antevisão da jornada em que recebemos na época passada o Sporting no restelo, em que um jornal desportivo escrevia: “Leões contra leões na arena do Restelo” como se o Belenenses se resumisse a um jogador emprestado por esse clube que ainda hoje permanece no nosso plantel nessa condição.

-Cria-se a falsa ideia de maior capacidade competitiva, que (a existir – e aqui há muitas e justificadas dúvidas) é meramente pontual e artificial, ou nem isso, pelo que pudemos ver na época transacta. Promovemos treinadores mais preocupados em gerir a sua imagem mediática do que em desenvolver um trabalho consistente e com bases seguras, que projectem o clube para um futuro de melhores e mais consistentes resultados.

- Despromovemos os resultados da nossa formação. O Belenenses enquanto clube formador e descobridor de talentos, num passado, infelizmente já distante, desaparece e engrossa a fileira de pedintes sem orgulho ou vergonha. Passa a depender como tantos outros de favores da Oligarquia Tri-(a)céfala. Perdemos o pouco que (apesar de tanta incompetência) ainda nos resta do nosso tempo de “grandeza”: a nossa identidade colectiva e vocação histórica.

- As falsas amizades de quem nos empresta, os acordos de cavalheiros (quais cavalheiros?), condicionam-nos a moralidade de justo e impoluto protesto, a capacidade de reivindicação de igual tratamento face a arbitragens habilidosas inclusive nos jogos directos contra o outro que não nos emprestou nenhum jogador. É ver exemplos do que se passou a época passada contra Porto no Restelo e no Dragão, Sporting em Alvalade e Benfica na Luz, com expulsões injustificadas e outras poupadas a jogadores do Porto, canto inexistente em Alvalade de que nasce o primeiro golo a cinco minutos do final do encontro e penalti incrivelmente assinalado contra nós a escassos minutos do fim na Luz, para não comprometer a «imparável» (pudera) caminhada do Benficapara o título.

- Num campo subjectivo, mas não menos incomodativo, o ter de sentir aquela palmadinha nas costas e ter de ouvir o supremo embuste: “somos vossos amiguinhos, até vos emprestamos jogadores para combaterem o grande Satã (nortenho)”.
Grande mendácia. Só mesmo que não assistiu ou ouviu falar do que se passou na nossa primeira descida de divisão (ou tenha memória curta) pode aceitar tamanho vitupério.

Certamente até o mais ferrenho e arrebatado adepto dos empréstimos tal como nos foram relembrados a época passada, poderá achar que os jogadores que vieram nesta situação acrescentam alguma coisa em termos qualitativos, relativamente a outros que poderíamos ter adquirido em seu lugar. Nem mesmo Paulo Sérgio, apesar de algumas exibições de profissional ficou.

Resumindo, empréstimos nestas condições são, na minha opinião, o refúgio dos incompetentes que não souberam fazer o trabalho bem e a tempo, e daqueles que querem viver sem grande esforço e acima do seu valor real. Para quê esforçarmo-nos se podemos pedir emprestado? Vendemos a alma, mas que importa isso, ou há ainda alguém que se lembre o que isso é?



Trocas no mercado nacional

Em termos nacionais, entendo que podem ocorrer situações, de natureza diferente, que podem ser uma simbiose perfeitamente aceitável: a troca de jogadores entre clubes de dimensão semelhante.
Por razões várias, mas, essencialmente, devido ao famigerado domínio dos três privilegiados do «sistema», esta situação é muito pouco explorada.
Tomo por exemplo, jogadores que por uma ou outra razão deixaram de ser utilizados com frequência nos seus clubes de origem e que podem, através de uma troca equilibrada, constituir uma mais valia significativa no novo clube. Recordo-me de Peixe e Costinha (o guarda-redes) do Sporting, por troca com o Rui Jorge e outro (de quem agora não me recordo do nome) do F.C. do Porto. Ou, mais recentemente, de Ricardo Fernandes por Clayton entre os mesmos clubes.
Esta situação de troca poderia ter sido possível (por exemplo) entre Belenenses e Boavista, trocando o Hélder Rosário pelo José Pedro em vez de envolver empresários e pagamentos aos mesmos. É apenas um exemplo.



Empréstimos internacionais

Voltando aos empréstimos, o que arrolei nos pontos anteriores não se aplica ao concurso de jogadores emprestados por clubes estrangeiros, desde que enquadrados em condições específicas que passo a enunciar nos próximos pontos. Nestas condições temos actualmente o concurso de Silas, emprestado pelo Wolverhampton de Inglaterra, emprestado por um ano e com cláusula de aquisição pré-estabelecida.

Embora saiba que existem métodos alternativos, assentes em coerente e consistente aposta na formação e prospecção próprias (mesmo neste mercado nacional viciado), descobrindo em divisões inferiores e em campeonatos internacionais jogadores de valor – que os há, admito que possa existir a necessidade de obter mais valias significativas, pontualmente, para responder a exigências competitivas acrescidas, assente em protocolos mutuamente vantajosos, baseados na igualdade e reciprocidade de tratamento e respeito mútuos.

Estes acordos pontuais ou protocolos com clubes estrangeiros deveriam estar assentes nas seguintes premissas e limitações:

Proveniência
Protocolos com clubes estrangeiros que possuem jogadores de valor, jovens em início de carreira, ou outros mais experientes que poderão estar pontualmente "tapados" por vedetas e que precisam de continuar a jogar para evoluir. Jogadores que sejam comprovadamente mais-valias.

Quanto à proveniência há que ter conta o seu país de origem (quantidade de estrangeiros permitidos no plantel) e os campeonatos em que actuavam (estilo de jogo e atitude competitiva), de forma a garantir o mais possível a adaptação à realidade competitiva nacional.
Mesmo os clubes mais sonantes em termos europeus estão ao nosso alcance neste aspecto. No passado tivemos relações privilegiadas com o Real Madrid, produtor de muitos talentos (e esbanjador de outros tantos) gerados pela sua “cantera” e que na sua “política” desportiva actual são colocados em “galáxias” periféricas. É apenas um exemplo. Mas existem outros clubes, especialistas comprovados na formação, prospecção e contratação de valores promissores e que habitualmente colocam noutros clubes para completar a sua formação a um nível internacional e permitir a sua evolução competitiva.

Exemplos deste tipo de política são o Barcelona, o Ajax e o PSV. Haverá certamente outros de dimensões diversas, mas proporcionalmente de capacidade e qualidade semelhantes.

Proporção admissível de jogadores emprestados
Entre 10 e 15%. Ou seja, considerando o plantel típico de 23 a 25 jogadores, 2 ou 3 jogadores.

Duração de contratos
Preferencialmente deveremos buscar jogadores já com alguma experiência (que não seja a primeira época em campeonato principal), mas poderão surgir oportunidades com jogadores mais jovens. Tipicamente:

- Jogadores entre os 19 e os 21 anos: contratos de 2 anos, com cláusula estabelecendo o valor e condições de aquisição definitiva por valores pré-estabelecidos.

- Jogadores entre os 22 e os 25 anos: contratos de um ano, com cláusula renovação por igual período ou de aquisição definitiva por valores pré-estabelecidos.

Em qualquer destes casos é imprescindível o estabelecimento prévio de cláusulas de aquisição parcial (num mínimo 50%) ou total do passe do jogador e a totalidade dos direitos desportivos e de transferência, o que também deverá ser factor condicionador do seu concurso.

Vantagens
- Uma enorme! A de não possuir nenhuma das desvantagens apontadas para os empréstimos nacionais.

- Possibilidade de aumentar competitividade interna, através de experiência internacional.

- Preenchimento do plantel com jogadores de qualidade técnica e comportamental superior (atitude competitiva e diferentes culturas de formação).

- Não há cedência em imagem e projecção interna.

- Reduzida exposição à CS – no que respeita a constantes referências aos clubes emprestadores nacionais concorrentes. Alguém se recorda de ser referido pela CS (alguma vez) a condição de Silas como o é no caso de Paulo Sérgio e o foi na época passada com Rodolfo Lima, Lourenço e Cristiano?

Desvantagens
- Risco de falta de adaptação ao futebol português e às suas especificidades, obrigando a maior qualidade de avaliação prévia destas condições e contratação.

- Tempos de permanência reduzidos.

- Possibilidade de não possuir capacidade de manter valores individuais importantes para o valor total da equipa.

- Excessiva rotatividade de jogadores no plantel (embora limitada a 10/15% - 2 a 3 jogadores).

- Possibilidade de desmotivação dos jogadores que vêm para o clube nestas condições contratuais, devido a menor projecção mediática.



Conclusão

Para terminar, direi apenas que desejo que os reforços que se aguardam para breve não incluam jogadores nas condições de empréstimo por clube nacional. Embora o tema, confesso.

Acredito no valor dos jogadores que temos actualmente e creio que têm estado (muitos) furos abaixo do seu real valor. Acredito que valem mais do que lhes tem sido permitido demonstrar.

Para perseguir apenas a manutenção, ao jeito de Couceiro, não precisamos de reforços.

Para tentar ir mais além do que essa luta de sobrevivência não precisamos de esmolas ou sequer de as pedir.

Precisávamos, sim, de alguém ao nível de direcção técnica e na preparação desta época tivesse dito ao treinador entretanto despedido que uma época sem defesa-esquerdo tinha sido suficiente e que este ano teria de contratar um e que dois pontas de lança apenas não são suficientes, especialmente quando se sabe desde a contratação que (o que viria a ser) o melhor marcador da equipa vai estar ausente mês e meio no início de 2006 faltando a pelo menos 6 jornadas. Era uma questão de bom-senso e que inclusivamente nós aqui aflorámos desde o fecho das contratações do passado defeso de Verão.

Espero que esteja mais clara agora a posição que tenho defendido pessoalmente e que sei que é em parte ou na totalidade a mesma dos meus colegas do Belenenses Sempre.