A pedido de várias famílias, aqui me apresento mais uma vez a antever o próximo jogo.
Faço-o porque de todas as vezes que o fiz não perdemos, o que apela a sentimentos de superstição pelos quais devemos ter algum respeito.
Em termos puramente futebolísticos, não o devia fazer. Com efeito, nesta época ainda não vi um minuto que fosse do futebol do Vitória de Setúbal. Não faço ideia como jogam, em que sistema jogam, quem são os seus jogadores, onde estão os seus pontos forte e fracos.
Sei unicamente como estão classificados, o que indica o elevado grau de dificuldade do jogo.
Perante isto, quem goste efectivamente de futebol e venha aqui em busca de algo que não saiba, estará a perder o seu tempo.
Para preencher estas linhas e assim garantir que, em caso de desaire, a culpa não foi minha, resta-me somente aludir a alguns aspectos históricos deste confronto e ao seu significado para nós.
O Bonfim tem sido, ao longo dos anos, um bom estádio para nós.
A estatística mostra-o:
21 vitórias, 15 empates, 18 derrotas
(fonte: http://desportoluso.no.sapo.pt/Camphist_CFB.html, actualizado até 2003 e acrescentada a vitória da época passada. Amanhã sai neste blog a estatística completa do confronto. Mas sugiro que aproveitem para viajar um pouco por este site que compila toda a estatística do futebol Português)
Ou seja, de entre os nossos confrontos fora que já foram jogados mais de 30 vezes, este é o único em que temos saldo positivo.
É também um estádio onde a nossa massa adepta gosta de ir.
Desta vez, nota-se alguma mobilização aqui pelas blogosferas, mas, sendo à noite de um dia de semana, com transmissão televisiva, não é de esperar uma grande assistência.
Já as houve mesmo em dias de semana, à noite, em alturas em que o clube já não estava propriamente nos seus anos de ouro. Estou falando da época de Moisés de Andrade (O "Xerife") em que lá fomos eliminar o Vitória por 2-0 no famoso jogo do “apaga a luz!”. Estive lá e arrisco dizer que tínhamos 2 a 3 mil pessoas, senão mais. Lá voltámos nessa mesma época para o campeonato, voltando a ganhar pelos mesmo 2-0, o que deixou as gentes de Setúbal num estado de frustração e mesmo de uma certa “raiva” em relação ao Belém. De outros jogos míticos, poderemos também recordar aqueles 3-1 na primeira época de Marinho Peres, à terceira jornada, depois de na primeira termos sido copiosamente derrotados nas Antas por 7-1.
Na verdade, existe uma recente tendência nossa no Bonfim para surpreendermos o Vitória quando estamos em défice de favoritismo. Assim aconteceu, por exemplo, nos três jogos acima aludidos.
Aliada à estatística acima referida, esta tendência permite-me ter um rasgo de optimismo e esperar, contra todo o pragmatismo, um resultado positivo.
O qual seria extraordinariamente importante.
E aqui traço um paralelo com a última época, na qual também lá fomos sacar os 3 pontos.
Não éramos favoritos, mas ganhámos.
O Vitória estava com muito mais futebol que nós. Isso viu-se em campo, mas a equipa soube ganhar.
Esse jogo, a par com a vitória em casa contra o Benfica significou a nossa emancipação dos dramas da linha de água e até nos colocou em hipótese matemática de aceder à Uefa.
Existem demasiadas semelhanças.
No futebol, como na vida, não acredito em amanhãs cantantes.
Sei bem o quão difícil tem sido para nós jogar à bola.
Mas, talvez por não ter visto o Vitoria a jogar, cheira-me a três pontos. Deixem-me sonhar!
O final da antevisão é, como não poderia deixar de ser, o habitual recado para o balneário:
GANHEM!
QUE BEM PRECISAMOS.
CPA