Passaram-se oito meses desde que tomou posse a Direcção do Belenenses eleita em Abril do ano passado.
O julgamento definitivo da sua acção far-se-á no fim; porém, tendo já decorrido um terço do seu mandato de 24 meses, consideramos que passou tempo suficiente para fazermos uma avaliação com sentido.
A minha avaliação é negativa e passo a explicar porquê. Tenho sérias dúvidas que alguém possa objectivamente dizer que o Belenenses melhorou substancialmente, em aspectos essenciais, desde que a actual Direcção iniciou funções. O contrário é também verdadeiro: também tenho sérias dúvidas que alguém, com objectividade, possa dizer que o Belenenses piorou significativamente, em aspectos relevantes, desde que a actual Direcção iniciou funções.
Face ao exposto, poderia dizer que a avaliação se traduzia numa nota de “suficiente”. No entanto, sou incapaz de o dizer porque, infelizmente, o nosso clube está, desde há anos, num plano inclinado de perda de força, vitalidade e projecção. Nestas circunstâncias, não melhorar significa piorar. Cada ano ou até cada período de 8 meses que passe representa o continuar da queda. Não vejo nesta Direcção capacidade para, sequer, compreender o que é necessário fazer para inverter a situação. Constato uma incapacidade de perceber que a prioridade é reassumir a identidade do clube e defini-la perante a opinião pública (desde logo, perante as dezenas e dezenas de milhares de adeptos afastados), projectando o Belenenses como um clube apelativo (para os que se apressarão a dizer que só sabemos “criticar”, lembro que desde há um ano atrás que dei abundantes sugestões para o efeito). A continuarmos assim, a minha avaliação não deixará de ser negativa (embora lamente que o seja. Gosto muito de elogiar). O caminho que trilhamos põe definitivamente em causa a sobrevivência do Clube de Futebol os Belenenses (como equipa de primeiro plano e com uma massa adepta significativa).
Como nota final, aguardamos com expectativa pormenores sobre uma passagem da mensagem de ano novo do Presidente da Direcção, que ainda foi pouco comentada. Refiro-me à alusão ao aumento do “património rentável”. Fica alguma expectativa positiva.
P.S.- Este artigo foi escrito antes (na véspera) do malfadado jogo com o Gil Vicente. Não foi condicionado por ele.