De há algumas épocas a esta parte, o Braga (além do Boavista, este há mais tempo) são as nossas bestas-negras. Nas duas últimas épocas averbámos outras tantas derrotas. No entanto está longe a história de ter sido sempre assim. Aliás a isso mesmo temos feito alusão em várias efemérides que (quase) diariamente aqui relembramos.
É impossível pensar em Belenenses – Braga e não me vir imediatamente à ideia o jogo de 2003/04. Aqueles minutos de pura angústia entre a nossa evidente derrota e o momento em que soubemos que o Moreirense se adiantara no marcador. Foi de profundo terror. Celebrar os golos de outro clube por este motivo foi, apesar do alívio sentido, das maiores vergonhas que senti enquanto belenense, só ultrapassada pelas três descidas de divisão em 1981/82, 1990/91 e 1997/98. É história. Que gostaria de não repetir.
Resumo de resultados:
Jogos: 45, Vitórias: 25, Empates: 12, Derrotas: 8, Golos Marc.: 96, Golos Sofr.: 46
No total temos 56% de vitórias, 27% de empates e 17% de derrotas. Pouco mais de metade das ocasiões vencemos. No entanto à luz do momento actual e se pudessemos fazer fé na estatística como probabilidade (não podemos, infelizmente) diríamos que temos 83% de hipóteses de pontuar. Só que, olhando para o histórico dos últimos 10 encontros, a visão é completamente distinta pois . . .
Histórico completo de resultados:
1947/48 - V 4-0, 1948/49 - V 5-0, 1949/50 - V 2-1, 1950/51 - V 4-0, 1951/52 - V 1-0, 1952/53 - V 2-1, 1953/54 - V 2-1,
1954/55 - D 2-3, 1955/56 - V 7-2, 1957/58 - V 9-3, 1958/59 - V 7-0, 1959/60 - E 4-4, 1960/61 - V 2-1, 1964/65 - V 2-1,
1965/66 - E 0-0, 1966/67 - V 1-0, 1967/68 - V 2-0, 1968/69 - V 1-0, 1969/70 - V 1-0, 1975/76 - E 0-0, 1976/77 - V 2-0,
1977/78 - D 0-1, 1978/79 - V 7-1, 1979/80 - V 2-0, 1980/81 - E 2-2, 1981/82 - E 0-0, 1984/85 - E 1-1, 1985/86 - V 3-0,
1986/87 - V 4-2, 1987/88 - V 1-0, 1988/89 - E 1-1, 1989/90 - V 2-1, 1990/91 - E 1-1, 1992/93 - D 1-2, 1993/94 - E 0-0,
1994/95 - D 0-1, 1995/96 - E 1-1, 1996/97 - D 1-2, 1997/98 - E 2-2, 1999/00 - D 0-3, 2000/01 - V 2-1, 2001/02 - E 1-1,
2002/03 - V 3-2, 2003/04 - D 0-2, 2004/05 - D 1-2.
1954/55 - D 2-3, 1955/56 - V 7-2, 1957/58 - V 9-3, 1958/59 - V 7-0, 1959/60 - E 4-4, 1960/61 - V 2-1, 1964/65 - V 2-1,
1965/66 - E 0-0, 1966/67 - V 1-0, 1967/68 - V 2-0, 1968/69 - V 1-0, 1969/70 - V 1-0, 1975/76 - E 0-0, 1976/77 - V 2-0,
1977/78 - D 0-1, 1978/79 - V 7-1, 1979/80 - V 2-0, 1980/81 - E 2-2, 1981/82 - E 0-0, 1984/85 - E 1-1, 1985/86 - V 3-0,
1986/87 - V 4-2, 1987/88 - V 1-0, 1988/89 - E 1-1, 1989/90 - V 2-1, 1990/91 - E 1-1, 1992/93 - D 1-2, 1993/94 - E 0-0,
1994/95 - D 0-1, 1995/96 - E 1-1, 1996/97 - D 1-2, 1997/98 - E 2-2, 1999/00 - D 0-3, 2000/01 - V 2-1, 2001/02 - E 1-1,
2002/03 - V 3-2, 2003/04 - D 0-2, 2004/05 - D 1-2.
. . . vemos apenas 2 vitórias, 3 empates e 5 derrotas. 50% de derrotas não é animador.
Belenenses: Jogadores Convocados
Guarda-Redes: Marco Aurélio e Pedro Alves
Defesas: Amaral, Rolando, Pelé, Gaspar e Rui Jorge.
Médios: Rui Ferreira, Sandro Gaúcho, Rúben Amorim, Pinheiro, Fábio Januário, Silas, José Pedro e Djurdjevic.
Avançados: Meyong, Ahamada, Ceará e Paulo Sérgio.
Ficaram de fora da convocatória: De fora da convocatória ficaram Sousa, Vasco Faísca, Ricardo Araújo, Dady e Romeu, para além dos jogadores inscritos pela equipa júnior.
Deixo algumas questões: Sousa está lesionado? Dady está lesionado? Se não estão, não estarão em melhor forma que Amaral e Paulo Sérgio (o ZERO absoluto)?
A minha equipa favorita seria (marimbando-me nas opções da convocatória):
Marco Aurélio;
Sousa, Rolando, Pelé e Rui Jorge;
Rui Ferreira;
Ricardo Araújo, Silas, Djurdjevic;
Ahamada,
Meyong
Sousa, Rolando, Pelé e Rui Jorge;
Rui Ferreira;
Ricardo Araújo, Silas, Djurdjevic;
Ahamada,
Meyong
Em 4-4-2 (4-1+3-1+1), com Ricardo Araújo e Djurdjevic bem abertos nas alas e em apoio aos defesas laterais. A médio-centro Silas. Na frente Ahamada, mais móvel, com o apoio dos médios-ala a causar desequilíbrios e Meyong ao centro.
A equipa provável:
Marco Aurélio;
Amaral, Rolando, Pelé e Rui Jorge;
Rui Ferreira;
Fábio Januário, Ruben Amorim, Djurdjevic;
Silas,
Meyong
Amaral, Rolando, Pelé e Rui Jorge;
Rui Ferreira;
Fábio Januário, Ruben Amorim, Djurdjevic;
Silas,
Meyong
Em 4-4-2 (4-1+3-1+1), com Fábio e Djurdjevic a médios-ala, Rúben a médio-centro e Rui Ferreira a trinco. Meyong a ponta de lança com Silas livre nas costas
Arbitragem: Nomeações
No que respeita à arbitragem regista-se a nomeação dos seguintes responsáveis:
Árbitro: Olegário Benquerença (AF Leiria).
Árbitros Assistentes: Bertino Miranda (AF Porto) e José Cardinal (AF Porto).
Observador: Natálio Silva
Delegados: Alcino Campos, António Augusto e Albertino Galvão
Natálio Silva de novo na rifa. Em jogos com este senhor – mais conhecido como o observador omnipresente – nunca sai boa coisa. Deve ser coincidência. Já que Olegário Benquerença é profissional de seguros, não dá para fazer um para o Belenenses?
Esta época, Olegário Benquerença ainda não foi juiz em partidas do Belenenses. Já na época passada, apitou o Belenenses 3 – Estoril 0, Braga 2 – Belenenses 0.
Quanto aos assistentes:
Bertino Miranda foi árbitro auxiliar, esta época, no Académica 0 – Belenenses 1. Na época passada não participou na arbitragem de nenhum jogo do Belenenses.
José Cardinal foi árbitro auxiliar, esta época, no Belenenses 3 – Guimarães 1. Na época passada auxiliou no Belenenses 3 – Moreirense 0.
Comentário
Infelizmente estamos a viver mais um momento desportivo muito negativo. Uma época a todos os níveis decepcionante. Nada a que não estejamos habituados, dirão, de certa forma não é mentira. Mas por outro lado, embora medíocres, esta e a de 2003/2004 foram as piores e de mais sofrimento. Nas restantes, não passando da cepa torta também não sofremos muito em termos absolutos.
Não posso, em boa consciência, estabelecer um paralelo entre esta época e a de há dois anos. Logo porque esta última marca o meu regresso ao Belenenses num momento que sabia de antemão de grande dificuldade, com um plantel fraco individualmente e muito moldado a um estilo próprio de quem o constituiu e depois saiu, como quis, para o Egipto. Até aí até nem íamos mal. O pior foi depois...
Mas nessa época que queria longínqua mas que não o é, eu estava à espera do sofrimento. Estava à espera da ansiedade e de todo o sofrimento que iria sentir e mesmo assim regressei, conscientemente. Voltei a fazer-me sócio, embora já viesse ao Restelo sem o ser, voltei a viver activamente o Clube após praticamente 10 anos de afastamento físico.
Como já disse, estava à espera dessa realidade.
Esta época não. Nunca nem nos piores pesadelos, coisa a que os Beleneneses já estão mais que habituados a ter, pensei que esta época descambasse nesta situação aflitiva. Considero-a mesmo mais perigosa que a de há dois anos.
No início da época recordo-me de ter escrito várias vezes sobre o plantel e o discurso da equipa técnica que começou a época. Numa breve análise à primeira identifiquei os três principais riscos que pendiam sobre a equipa.
Não me referia ao treinador, de quem publicamente assumira anteriormente que não gostava tecnicamente mas saudando vivamente a alteração de discurso. Referia-me a três pontos.
- Plantel desiquilibrado nos sectores (quantitativamente) com grandes carências no lado esquerdo da defesa e nas soluções de ataque.
- Plantel demasiadamente curto (21 seniores e 2 juniores, estes de primeira época)
- O elevado volume de entradas e saídas e a perda de referências no (detesto este termo) balneário.
Mas mesmo tendo identificado estes riscos, apreciava-os no sentido da capacidade ou não de atingir o objectivo de alcançar uma competição europeia em 2006/07. Nunca pensei em estar nesta altura em sérios riscos de descer de divisão que, a acontecer, muito dificilmente não significará o fim do Belenenses. Só algo de extraordinário, como um corte total com as práticas correntes poderia ainda dar um novo alento a um moribundo. Especialmente sabendo que nos encontramos em situação financeira pouco famosa. E isto da “verdade” que conhecemos ou é admitida publicamente.
Por tudo isto e por mais que me choque, que me enerve, que me irrite, que me apeteça saltar para o campo, que me apetece espetar uns “tabefes” em certas pessoas ou noutras que permitem este momento de sofrimento terrível, repetido em tão pouco tempo, não conseguirei deixar de estar presente. Não conseguirei voltar para o meu refúgio de quase 10 anos. Diria que desta vez “adoeci” de uma forma que não tem cura.
Por isso e por mais que me doa, enquanto houver uma esperança de não morrermos já, eu estarei presente, eu estrebuxarei, eu apoiarei eu berrarei, o mais alto que possa, BELÉM, BELÉM, BELÉM!!!.
A conta do “médico”, os ajustes de contas com os responsáveis (os aparentes e os reais) e com os irresponsáveis por esta situação, ficarão para mais tarde. Espero que ainda estejamos “vivos” então e que haja ainda algo para “salvar”. Até lá, não peço mais a quem não sabe mais, mas peço tudo a quem está em campo, porque darei tudo o posso na bancada.
O resto ver-se-à depois.
BELÉM, BELÉM, BELÉM!!!
UM ADEPTO, UMA BANDEIRA!
Como diz o refrão da Fúria Azul...
“Tenho todo o orgulho, sou Belém até morrer”.
Como diz o refrão da Fúria Azul...
“Tenho todo o orgulho, sou Belém até morrer”.
Esse orgulho independente dos resultados só é beliscado pelo aspecto desolador das bancadas do Restelo, na maioria dos jogos, nos últimos anos.
Julgam que os jogadores não se sentem abatidos ou empolgados, respeitadores ou alheios à grandeza do clube, conforme o aspecto das bancadas? Temos a certeza absoluta que sim.
Hoje vimos novamente colocar uma sugestão perante os que já costumam ir.
O Restelo precisa de mais som – das nossas gargantas e dos nossos aplausos – e também de mais cor – logicamente, da nossa cor azul.
Esse colorido pode ser dado por cachecóis mas é muito mais impressivo – para todos nós, para os nossos jogadores e para os adversários – se for através de bandeiras. E, infelizmente, também estas se têm sumido do nosso Estádio.
Que tal voltar a levá-las connosco? Por favor, não fiquemos só a pensar. Vamos fazê-lo mesmo: cada um de nós, adquiramos (se não a temos em casa) uma bandeira, levemo-la para os jogos, agitemo-la quando as equipas entram em campo, quando marcamos um golo, quando o apoio se faz mais necessário.
Vamos continuar a ser uns tipos que exigem e resmungam umas coisas, vamos encolher os ombros numa atitude comodista, ou vamos fazer a nossa parte?
Guardemos a energia para a apoiar a nossa equipa e dar colorido e alegria ao Restelo, em vez a desperdiçar a assobiar os nossos jogadores ou a insultar adversários!