Estatisticamente falando, um jogo de fracas perspectivas para o Belenenses. Na realidade actual, a perspectiva não melhora. De todo.
Resumo de resultados:
Jogos: 10, Vitórias: 1, Empates: 2, Derrotas: 7, Golos Marc.: 8, Golos Sofr.: 23
Apenas 10% de vitórias e 20% de empates. É esmagadora a percentagem de derrotas. O historial é curto mas a tendência é clara.
De nada nos vale acenar com a diferença de historial entre as duas equipas. O que interessa é o que se passa no campo em que as duas equipas se defrontam e no momento em que o fazem. Isto é válido para todas as estatísticas, obviamente.
Histórico completo de resultados:
1979-80 V1-2, 1981-82 D3-1, 1984-85 D1-0, 1986-87 D1-0, 1987-88 E0-0, 1996-97 D4-1, 1997-98 D3-0,
1999-00 D3-0, 2003-04 D4-1, 2004/05 E3-3
1999-00 D3-0, 2003-04 D4-1, 2004/05 E3-3
Até começaram bem os confrontos, com uma vitória do Belenenses por 2-1, na temporada de 1979/80. Mas a verdade é que tal resultado não se viria a repetir até hoje. Só por mais duas ocasiões voltaríamos de Vila do Conde com pontos na bagagem. Um de cada vez, resultado de dois empates obtidos em 1987/88 e na época passada num jogo em que recuperámos de uma desvantagem de 0-3.
Pela diferença grande entre golos marcados e sofridos se verifica que as derrotas foram quase sempre em grande. Em média marcamos 0,8 golos por jogo e sofremos 2,3 golos o que dá aproximadamente 1 golo marcado para cada 3 sofridos Contas simples mas que espelham bem as dificuldades que o Belenenses sofre neste terreno.
Belenenses: Jogadores Convocados
Guarda-Redes: Marco Aurélio e Pedro Alves
Defesas: Sousa, Amaral, Rolando, Pelé, Gaspar e Rui Jorge
Médios: Rui Ferreira, Sandro Gaúcho, Rúben Amorim, Pinheiro, Fábio Januário e José Pedro
Avançados: Meyong, Ahamada, Dady e Paulo Sérgio.
Ficaram de fora da convocatória: De fora da convocatória ficaram Silas, Djurdjevic e Romeu (por lesão); Vasco Faísca, Ricardo Araújo e Ceará (por opção), para além dos jogadores inscritos pela equipa júnior.
A minha equipa favorita seria (marimbando-me nas opções da convocatória):
Marco Aurélio;
Sousa, Rolando, Pelé e Rui Jorge;
Rui Ferreira;
Amaral, Ruben Amorim e Fábio Januário;
Ahamada e
Meyong
Sousa, Rolando, Pelé e Rui Jorge;
Rui Ferreira;
Amaral, Ruben Amorim e Fábio Januário;
Ahamada e
Meyong
Em 4-4-2 (4-1+3-1+1), com Fábio Januário e Amaral bem abertos nas alas e em apoio aos defesas laterais. A médio-centro Ruben Amorim. Na frente Ahamada, mais móvel, com o apoio dos médios-ala a causar desequilíbrios e Romeu ao centro.
A equipa provável:
Pedro Alves;
Sousa, Rolando, Pelé e Rui Jorge;
Pinheiro e Rui Ferreira;
Paulo Sérgio, José Pedro, Ahamada;
Meyong
Sousa, Rolando, Pelé e Rui Jorge;
Pinheiro e Rui Ferreira;
Paulo Sérgio, José Pedro, Ahamada;
Meyong
Em 4-2-3-1, com Paulo Sérgio e Ahamada como extremos, José Pedro a médio organizador e Rui Ferreira e Pinheiro, mais recuados. Meyong a ponta de lança
Arbitragem: Nomeações
No que respeita à arbitragem regista-se a nomeação dos seguintes responsáveis:
Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve).
Árbitros Assistentes: Valter Oliveira (AF Leiria) e José Chilrito (AF Évora).
Observador: Manuel Nogueira
Delegados: Artur Ferreira, Braga da Cruz e Joaquim Rodrigues
Nuno Almeida já apitou, esta época, o Braga 2 – Belenenses 0 (na estreia de “Cou-Cou”). Na época passada, curiosamente, apitou o mesmo jogo e que teve, como recordamos, o mesmo resultado. Parece-me um árbitro um pouco exuberante demais, talvez fruto da idade, mas que deixa jogar. A ver vamos se isso nos será benéfico ou prejudicial.
Quanto aos assistentes:
Valter Oliveira auxiliou, esta época, Pedro Proença no Benfica 0 – Belenenses 0. Na época passada, foi árbitro auxiliar no Beira-Mar 3 – Belenenses 3.
José Chilrito foi auxiliar de Nuno Almeida no Braga 2 – Belenenses 0 desta época. Não há outros registos nem na época passada.
Comentário
O «Flash-Interview»
Quem os “oiça” nos «Flash-Interview», que o Portal Oficial leva a cabo no final de cada jogo fica com a sensação de que se preocupam, de que sentem o que se está a passar. Mas quem os viu antes, no campo, onde se disputam e ganham ou perdem os pontos que ditam o nosso afundanço ou a nossa salvação, ninguém se atreveria a dizê-lo.
Desta vez foi José Pedro o escolhido. Face à constatação da sétima derrota disse:
“- Ao contrário da época passada, em que fizemos um excelente campeonato em casa, este ano tudo nos corre mal aqui no Restelo. Nunca conseguimos dar continuidade aos bons resultados que conseguimos fora de casa e as coisas estão a ficar complicadas... “
Bom, podíamos argumentar com ele o que chama de “excelente “ campeonato que ele julga que teremos feito em casa no ano passado. Mas tudo é relativo e assim sendo pouca vontade tenho para discutir a época passada.
A verdade é que temos um ciclo infernal de jogos, coisa chata destes campeonatos de todos jogarem contra todos. José Pedro, quando questionado se a equipa tem capacidade de dar a volta à situação, responde:
“Temos de ter. As coisas têm corrido muito mal e a nossa posição é complicada, mas sabemos do nosso valor (ALGUÉM QUE SAIBA) e temos mesmo que dar a volta à situação.”
Ora... face à normal atitude, postura e empenho normal deste jogador, é fácil de antever o nível de confiança que sinto nesta “reviravolta”. Pois...
O problema transcende a qualidade do plantel. Não alinho nessa coisa de o problema ser APENAS do plantel ou dos jogadores que não têm qualidade ou mentalidade. Não alinho nisso.
Para mim a razão principal está na capacidade técnica e de organização que lhes está a montante. Ou seja, quem os (não) treina, quem os (não) dirige na SAD e mesmo acima disso pois uma situação destas requer medidas. E medidas rígidas. A verdade é que se as há não se vêem. O que se vê é uma demonstração de laxismo total. Do mais puro “estou-me nas tintas”.
Então um plantel, uma equipa técnica e um treinador, que fazem o que fizeram no passado domingo, têm dois dias folga?
E depois têm, para abrir, uma sessão bi-diária para aí de uma hora e meia cada em que uma hora é de conversa?
Só me apetece dizer palavrões. Como não acredito em tamanha incompetência só posso concluir uma de três coisas:
- Ou é de propósito, o que me recuso a acreditar,
- Ou então não há dinheiro e estes tipos não recebem há meses e, como não apanham os ares do Sado, não sabem como se faz para viver sem dinheiro,
- Ou então não havia ninguém na SAD, Direcção e sei lá mais o quê que veja que não é a treinar 9 horas por semana (mais ou menos o mesmo que UM dia de trabalho para gente “normal”) que uma equipa profissional pode treinar para ter rendimento, fio-de-jogo e essas coisas de somenos (na filosofia belenense actual). Haja quem ponha os olhos nisto.
Inclino-me mais para esta última, embora não exclua a imediatamente anterior (porque as bocas dos pasquins acumulam-se e ninguém de direito responde ou se indigna – quem cala consente), pois o facto é que este trabalho em part-time dura há meses e meses a fio e ninguém altera o estado de coisas.
Sem ser em «Flash-Interview» pudemos ler n’ «O Jogo», esta semana, as declarações de um jogador que já está identificado com os valores do Clube, muito à imagem do seu treinador. Mais um Kompensan absolutamente desnecessário...
Em profissionais a sério declarações destas não me provocariam o arrepio que neste caso sinto na espinha:
“Pelé: "Ninguém está à espera que ganhemos ao Rio Ave"
O defesa-central Pelé considerou ontem que a equipa necessita de duas vitórias consecutivas para se libertar, criticando, no entanto, os adeptos pelo pessimismo em volta da equipa. "Se tivéssemos ganho, a equipa libertava-se mais. Falta confiança e ganhar dois jogos consecutivos para as coisas saírem melhor. Há jogadores-chave que não estão bem e isso reflecte-se na equipa. E agora ninguém [adeptos] está à espera que ganhemos ao Rio Ave."
Questionado sobre a obtenção de melhores resultados fora de portas, Pelé admite não saber explicar a razão desta situação: "Pressão de jogar em casa? Não, porque não está quase ninguém no estádio...". Sobre o facto de o Rio Ave - tal como a Naval na última jornada - estrear um novo técnico, o jogador algarvio assume que esse aspecto só aumenta as dificuldades. Mesmo assim o pensamento é único: "Queremos assegurar a permanência o mais rapidamente possível."”.
Dão-me licença? Ok, cá vai.
Vão à merda! Ninguém espera que ganhem? Não só espero como é obrigação deles tentar até ao fim. Confiança nessa possibilidade é que depende do trabalho (ou da falta dele) que estes meninos têm. E o novo presidente da SAD que se ponha a pau e comece a distribuir “estalada”, a começar pelo Cou-Cou. Admite-se 9 horas de trabalho de campo (e no total pouco mais – com palestras de 45 minutos do tipo “seus malandrinhos então isto faz-se? Assim todos vão dizer que não ganhamos porque não trabalhamos...” e patacoadas do género).
FAÇAM-SE À VIDA SEUS MADRAÇOS!
SR. (NOVO) PRESIDENTE DA SAD, PONHA A MÃO NISTO! MESMO QUEM NADA PERCEBE DE FUTEBOL CONSEGUE RAPIDAMENTE DESCOBRIR QUE A TREINAR / “TRABALHAR” 9 OU 10 HORAS POR SEMANA (com todo o respeito) NEM NO CAMPEONATO DO INATEL!!!
A SUA PRIMEIRA MEDIDA TERÁ SEMPRE DE SER DECLARAR INACEITÁVEL TAL PLANO DE “TRABALHO”. EU SEI QUE COUCEIRO É SEU AMIGO, MAS TAMBÉM SOU SEU E NÃO DEIXO DE LHE DIZER O QUE DIGO.
PS: Reservo silêncio total e absoluto sobre a razão apresentada quanto à não-pressão de jogar em casa. Declarações destas acabam de lhe valer uma assobiadela “monumental” (à escala do Restelo) ao próximo (de dezenas esta época) corte displicente do estilo “’tou-me a cagar”, também conhecido como “estilo Pelé 2005/06”. Talvez tenha alguma coisa a ver com o facto de ainda por cá estar, digo eu...
O que lhe vale é, no clube para onde ele vai em Inglaterra (ainda cá está? Não entendo), os estádio estarem sempre cheios. Espero que ele esteja preparado para lidar com essa pressão, coitado.
PPS: Estou tão cansado de ver toda a gente a defecar e mictar em cima do Belenenses que vocês nem imaginam...