Não vale a pena alongar muito, além dos números, sobre o que representa um encontro com um adversário como o Benfica. É um clássico de sempre. Um derby, ou o que lhe queiram chamar. Dois clubes rivais desde sempre.
A génese deste clube deu-se também em Belém, mas factores vários (que mais tarde se repetiriam – já sem sucesso, felizmente) tentaram também atirar o Belenenses para fora de Belém ou mesmo para fora do universo dos Clubes. O próprio Cosme Damião vaticinou apenas um mês de vida ao Belenenses em 1919. Mil e trinta e sete (1.037) meses depois podemos dizer (com alguma segurança) que o senhor estava errado.
Não cabe aqui o acender de polémicas. Os números falam por si.
O Benfica é, a par do F.C. Porto e do Sporting, a equipa contra quem jogámos mais vezes desde que há campeonatos nacionais, mesmo muito antes de serem disputados nesta forma de todos contra todos e, também no Campeonato de Lisboa.
Nas Salésias e no Restelo disputaram jogos míticos que aqui temos vindo a recordar na rubrica “Neste dia, em...”. Na primeira vez que as duas equipas se defrontaram o Belenenses venceu. O mesmo sucederia com o Sporting.
Durante as primeiras décadas de vida do Belenenses, com uma acesa rivalidade com os outros dois mais significativos clubes de Lisboa, o Belenenses teve saldo positivo no balanço dos jogos caseiros.
Mais tarde e fruto de tantos factores adversos e de outras tantas amizades (“de Peniche”) esta saudável tendência inverteu-se, apresentando hoje um saldo negativo também em jogos caseiros, como se pode constatar.
Resumo de resultados:
Jogos: 67, Vitórias: 21, Empates: 16, Derrotas: 30, Golos Marc.: 85, Golos Sofr.: 111
No total temos 31% de resultados positivos (vitórias), 24% de resultados que nem aquecem nem arrefecem mas que são negativos e 45% de derrotas – o absoluto negativo.
Pouco menos de uma em cada três vezes vencemos.
Histórico completo de resultados:
1934/35 - V 2-1, 1935/36 - V 3-1, 1936/37 - V 1-0, 1937/38 - V 2-1, 1938/39 - D 2-3, 1939/40 - V 2-0, 1940/41 - V 5-3
1941/42 - V 4-0, 1942/43 - V 5-2, 1943/44 - D 1-2, 1944/45 - D 1-3, 1945/46 - V 1-0, 1946/47 - V 2-1, 1947/48 - V 4-1
1948/49 - D 0-1, 1949/50 - D 1-6, 1950/51 - D 2-5, 1951/52 - V 2-0, 1952/53 - D 1-2, 1953/54 - E 1-1, 1954/55 - D 1-2
1955/56 - E 2-2, 1956/57 - E 2-2, 1957/58 - V 2-1, 1958/59 - E 1-1, 1959/60 - E 0-0, 1960/61 - D 0-4, 1961/62 - E 2-2
1962/63 - D 1-4, 1963/64 - E 1-1, 1964/65 - D 0-6, 1965/66 - D 1-3, 1966/67 - V 2-1, 1967/68 - E 0-0, 1968/69 - D 1-2
1969/70 - D 0-1, 1970/71 - E 1-1, 1971/72 - D 0-1, 1972/73 - D 0-2, 1973/74 - D 1-2, 1974/75 - D 1-2, 1975/76 - V 4-2
1976/77 - D 2-3, 1977/78 - E 0-0, 1978/79 - V 1-0, 1979/80 - D 0-3, 1980/81 - D 0-3, 1981/82 - D 1-4, 1984/85 - D 0-3
1985/86 - D 0-1, 1986/87 - E 1-1, 1987/88 - V 2-1, 1988/89 - D 0-1, 1989/90 - E 0-0, 1990/91 - D 0-2, 1992/93 - E 1-1
1993/94 - D 0-2, 1994/95 - E 1-1, 1995/96 - V 1-0, 1996/97 - V 1-0, 1997/98 - D 1-2, 1999/00 - E 0-0, 2000/01 - V 1-0
2001/02 - E 1-1, 2002/03 - D 2-4, 2003/04 - D 0-2, 2004/05 – V 4-1
1941/42 - V 4-0, 1942/43 - V 5-2, 1943/44 - D 1-2, 1944/45 - D 1-3, 1945/46 - V 1-0, 1946/47 - V 2-1, 1947/48 - V 4-1
1948/49 - D 0-1, 1949/50 - D 1-6, 1950/51 - D 2-5, 1951/52 - V 2-0, 1952/53 - D 1-2, 1953/54 - E 1-1, 1954/55 - D 1-2
1955/56 - E 2-2, 1956/57 - E 2-2, 1957/58 - V 2-1, 1958/59 - E 1-1, 1959/60 - E 0-0, 1960/61 - D 0-4, 1961/62 - E 2-2
1962/63 - D 1-4, 1963/64 - E 1-1, 1964/65 - D 0-6, 1965/66 - D 1-3, 1966/67 - V 2-1, 1967/68 - E 0-0, 1968/69 - D 1-2
1969/70 - D 0-1, 1970/71 - E 1-1, 1971/72 - D 0-1, 1972/73 - D 0-2, 1973/74 - D 1-2, 1974/75 - D 1-2, 1975/76 - V 4-2
1976/77 - D 2-3, 1977/78 - E 0-0, 1978/79 - V 1-0, 1979/80 - D 0-3, 1980/81 - D 0-3, 1981/82 - D 1-4, 1984/85 - D 0-3
1985/86 - D 0-1, 1986/87 - E 1-1, 1987/88 - V 2-1, 1988/89 - D 0-1, 1989/90 - E 0-0, 1990/91 - D 0-2, 1992/93 - E 1-1
1993/94 - D 0-2, 1994/95 - E 1-1, 1995/96 - V 1-0, 1996/97 - V 1-0, 1997/98 - D 1-2, 1999/00 - E 0-0, 2000/01 - V 1-0
2001/02 - E 1-1, 2002/03 - D 2-4, 2003/04 - D 0-2, 2004/05 – V 4-1
Belenenses: Jogadores Convocados
Guarda-Redes:Marco Aurélio e Pedro Alves
Defesas: Amaral, Sousa, Rolando, Pelé, Vasco Faísca e Rui Jorge.
Médios: Rui Ferreira, Sandro Gaúcho, Ruben Amorim, Fábio Januário, Silas, José Pedro e Djurdjevic.
Avançados: Meyong, Dady e Paulo Sérgio.
Ficaram de fora da convocatória: os lesionados Ahamada, Pinheiro e Romeu; Ceará, Ricardo Araújo e Gaspar por opção, além dos jogadores inscritos pela equipa júnior.
A equipa provável:
Marco Aurélio;
Amaral, Rolando, Pelé e Rui Jorge;
Sandro Gaúcho;
Ruben Amorim, José Pedro , Djurdjevic;
Silas,
Meyong
Amaral, Rolando, Pelé e Rui Jorge;
Sandro Gaúcho;
Ruben Amorim, José Pedro , Djurdjevic;
Silas,
Meyong
Em 4-4-2 (4-1+3-1+1), com Ruben e Djurdjevic a médios-ala, José Pedro a médio-centro e Sandro mais recuado. Meyong a ponta de lança com Silas livre nas costas
Arbitragem: Nomeações
No que respeita à arbitragem regista-se a nomeação dos seguintes responsáveis:
Árbitro: Pedro Henriques (AF Lisboa).
Árbitros Assistentes: Gabínio Evaristo (AF Lisboa) e Carlos Santos (AF Setúbal).
Observador: Luís Silva
Delegados: Manuel Aranha, Fernando Arrojado e Francisco Fonseca
Pedro Henriques é certamente o árbitro do actual quadro da primeira categoria que mais aprecio. Pela sua postura e atitude perante o jogo e pela sua imparcialidade. Espero sinceramente que no final deste jogo possa repetir à boca-cheia estes elogios.
Esta época será o primeiro jogo do Belenenses arbitrado por Pedro Henriques. Na época passada, apitou apenas o Vitória de Setúbal 1 – Belenenses 2.
Quanto aos assistentes:
Gabínio Evaristo não participou esta época em jogos do Belenenses. Na época passada auxiliou no Sporting 2 – Belenenses 0 e Belenenses 2 – Beira-Mar 0.
Carlos Santos foi árbitro auxiliar, esta época, no Belenenses 0 – Estrela da Amadora 2. Na época passada auxiliou no Belenenses 1 – Sporting 0.
Comentário
Depois de dois jogos e outras tantas vitórias, coroadas com boas exibições colectivas e individuais e acima de tudo muito solidárias, eis que baqueámos nos Barreiros.
Foi uma derrota injusta, segundo me pareceu. Cometemos erros que nos saíram caros quer pelo golo que sofremos quer pelos que falhámos, em especial perto do final da partida.
Vale o que vale, que os 3 pontos voaram na mesma. Mas foi nítido o menor acerto e, aparentemente, o menor estímulo que aquele jogo constituiu pelo menos para alguns elementos da equipa. E isso para mim é inadmissível.
Há algo que podemos extrapolar dos jogos mais recentes: nos jogos que disputamos contra equipas da (infelizmente e contra-natura) “nossa” zona da tabela não somos “felizes”. O lema parece ser, quanto mais difícil melhor.
E se assim é, nada como o próximo jogo para o demonstrar.
Não foram as duas vitórias antecedentes ao jogo da Madeira que me fizeram esquecer nem a péssima época nem o problema classificativo. Repetimos isto mesmo a seguir a cada destes jogos em que, contra todas as expectativas, vencemos claramente. E fizemo-lo em crónica de jogo, em outros artigos ou mesmo nestes a anteceder o jogo seguinte.
Estamos ainda longe de poder estar tranquilos. Faltarão, no mínimo, 6 pontos para estar descansados. E os jogos que faltam (6) não são fáceis.
É preciso encarar todos como se estivéssemos na estaca zero, o que até nem deixa de ser verdade que três pontos acima do nível do mar não descansam ninguém.
Volto a repetir aquilo que sinto e que já referi noutra ocasião:
“A conta do “médico”, os ajustes de contas com os responsáveis (os aparentes e os reais) e com os irresponsáveis por esta situação, ficarão para mais tarde.
Espero que ainda estejamos “vivos” então e que haja ainda algo para “salvar”. Até lá, não peço mais a quem não sabe mais, mas peço tudo a quem está em campo, porque darei tudo o posso na bancada.
O resto ver-se-à depois”.
BELÉM, BELÉM, BELÉM!!!
UM ADEPTO, UMA BANDEIRA!
Como diz o refrão da Fúria Azul...
“Tenho todo o orgulho, sou Belém até morrer”.
Como diz o refrão da Fúria Azul...
“Tenho todo o orgulho, sou Belém até morrer”.
Esse orgulho independente dos resultados só é beliscado pelo aspecto desolador das bancadas do Restelo, na maioria dos jogos, nos últimos anos.
Julgam que os jogadores não se sentem abatidos ou empolgados, respeitadores ou alheios à grandeza do clube, conforme o aspecto das bancadas? Temos a certeza absoluta que sim.
Hoje vimos novamente colocar uma sugestão perante os que já costumam ir.
O Restelo precisa de mais som – das nossas gargantas e dos nossos aplausos – e também de mais cor – logicamente, da nossa cor azul.
Esse colorido pode ser dado por cachecóis mas é muito mais impressivo – para todos nós, para os nossos jogadores e para os adversários – se for através de bandeiras. E, infelizmente, também estas se têm sumido do nosso Estádio.
Que tal voltar a levá-las connosco? Por favor, não fiquemos só a pensar. Vamos fazê-lo mesmo: cada um de nós, adquiramos (se não a temos em casa) uma bandeira, levemo-la para os jogos, agitemo-la quando as equipas entram em campo, quando marcamos um golo, quando o apoio se faz mais necessário.
Vamos continuar a ser uns tipos que exigem e resmungam umas coisas, vamos encolher os ombros numa atitude comodista, ou vamos fazer a nossa parte?
Guardemos a energia para a apoiar a nossa equipa e dar colorido e alegria ao Restelo, em vez a desperdiçar a assobiar os nossos jogadores ou a insultar adversários!