terça-feira, 1 de agosto de 2006

Neste dia, em . . .

1903 – Nasce Francisco Mega

Nasceu nesta data (vindo a morrer em 1972) o homem que durante mais tempo presidiu à Direcção do Belenenses: nove anos. Segue-se Mário Rosa Freire com 8 anos. Só que, enquanto Rosa Freire as exerceu ininterruptamente, Francisco Mega desempenhou tais funções em três períodos distintos:

* Entre 1935 e 1938
* Entre 1939 e 1941
* Entre 1950 e 1954

Antes disso, fora o Vice-Presidente (na altura, só havia um) entre 1932 e 1934, sendo então Presidente José Rosa. Foi ainda Presidente do Conselho Fiscal em 1938.

Francisco Mega é, pois, uma grande figura no dirigismo do Belenenses. Esses méritos foram-lhe plenamente reconhecidos: em 18 de Agosto de 1940, foi aprovado como sócio honorário; em 6 de Fevereiro de 1947 foi-lhe conferida a o mais alto galardão do Clube, a Cruz de Ouro. Foi no mesmo dia que a recebeu Acácio Rosa. Antes deles, só quatro sócios tinham sido assim distinguidos. Curiosamente, Francisco Mega e Acácio Rosa tiveram por vezes ferozes divergências e discussões, nomeadamente nos anos 50. No entanto, nem por isso deixavam de se abraçar no final. Bons tempos, como sinais de vitalidade de um grande clube, esses em que não se procuravam unanimidades absurdas e impossíveis (excepto se narcotizar tudo e todos) mas em que se conservava a dignidade.

Durante o tempo em que foi Vice-Presidente, o Belenenses foi Campeão de Portugal em 1933 (Vice-Campeão no ano anterior) e Campeão de Lisboa em 1932 (Vice-Campeão no ano seguinte). Foi também inaugurado, nas Salésias, o monumento a Pepe.

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As suas Presidências foram, em grande medida, tempos de transição.

Desta forma, a primeira Presidência caracteriza-se pelas obras que transformaram as Salésias no melhor complexo desportivo de Portugal.

Em 1936, verificou-se a inauguração da cobertura das bancadas e a aquisição dos terrenos para um campo de treinos (o primeiro em Portugal) e sua construção nas Salésias.

Em 1937, as Salésias tornaram-se no primeiro campo relvado de Portugal. Lembremos que, 17 anos depois, o campo do Benfica ainda era pelado!

E, assim, naturalmente, em 1938, o Estádio das Salésias é pela primeira vez palco de jogo da Selecção Nacional de futebol, que ali disputará todos os encontros realizados em Portugal até 1942.

Apesar destes investimentos, o Belenenses foi Vice-Campeão de Portugal em 1936, e Vice-Campeão Nacional em 1937.

Além disso, deram-se os seguintes factos relevantes:

1935
Quarto lugar no primeiro Campeonato da 1ª Liga de Futebol (lutando pelo título até à última jornada, e registando o melhor Ataque e o melhor Goal-Average).
O Belenenses continua a ser o clube mais representado na Selecção Nacional de Futebol, desde o início da sua actividade.
Início da actividade do Basquetebol Feminino.
Atinge-se o número de 33 filiais e delegações.

1936
Vice-Campeão de Lisboa de Juniores, em Futebol.
Campeão de Lisboa, em Basquetebol Feminino.
Campeão de Lisboa de Corta Mato, por Equipas.
João da Silva Marques, recordista Ibérico, em Natação.
Joaquim Manique ganha o Campeonato Nacional de Fundo, em Ciclismo.
Início de actividade do Hóquei em Campo Feminino.
Clube ultrapassa os 4.000 sócios.

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1937
Segundo Lugar no Campeonato da 1ª Liga de Futebol.
Melhor conjunto de pontos nas quatro categorias do Campeonato de Lisboa de Futebol.
Semifinalista do Campeonato de Portugal, em Futebol.
Campeão de Lisboa de Juniores, em Futebol.
Campeão de Lisboa em Basquetebol Feminino.
Vice-Campeão de Lisboa em Basquetebol Masculino.
Vice-Campeão de Lisboa em Pólo Aquático.
Vice-Campeão de Lisboa em Hóquei em Campo.
Campeão de Lisboa em Ténis de Mesa.
João da Silva Marques, recordista nacional de 100, 200 e 400 metros bruços.
Lucília Silva, campeã nacional em Basquetebol e Atletismo.
Maria Júlia Silva, campeã nacional em Atletismo e Natação.

1938
Campeão de Lisboa em Basquetebol Feminino.
Início da actividade do Voleibol.
O Belenenses é determinante na fundação da Associação de Voleibol de Lisboa.
Campeão de Lisboa de Ténis de Mesa.
Vice-Campeão de Lisboa em Hóquei em Campo.
Campeão Nacional de Corta-Mato por Equipas.
Manuel Nogueira, Campeão Nacional de Corta Mato.
Manuel Nogueira, Campeão de Lisboa de Corta Mato.
Manuel Nogueira, Campeão Nacional de 1500 e 5000 metros
Lucília Silva, campeã nacional de Atletismo em três provas.
Atletas do clube detêm cinco recordes nacionais de Atletismo.
Belenenses ganha a estafeta Cascais-Lisboa em Atletismo.
Joaquim Manique, Campeão Nacional de Fundo, em Ciclismo.


Na segunda vez que foi Presidente (após o breve interregno de um ano), destaca-se o reconstruir de uma grande equipa de Futebol, depois do período de um pouco menos fulgor em seguida ao termo da carreira de jogadores de primeiríssimo plano e aos grandes investimentos nas Salésias. Embora, nesses dois anos, não tivéssemos conquistado nenhuma competição oficial de futebol (embora tenhamos estado perto), adivinham-se os títulos que chegariam logo a seguir: a Taça de Portugal em 1942; os Campeonatos de Lisboa em 1943 e 1945; o Campeonato Nacional em 1946.

Entre 1939 e 1941, foram os seguintes os acontecimentos mais relevantes na vida do Belenenses:

1939
Vice-Campeão de Lisboa em Futebol.
Quarto Lugar no primeiro Campeonato Nacional de Futebol.
Campeão de Portugal, em Basquetebol Masculino.
Vice-Campeão de Lisboa, em Basquetebol Masculino.
Campeão de Portugal, em Basquetebol Feminino.
Campeão de Lisboa em Basquetebol Feminino (pela terceira vez consecutiva).
Campeão Nacional de Corta-Mato por equipas.
Manuel Nogueira, Campeão Nacional de Corta-Mato.
Estádio das Salésias aumenta capacidade para 21.000 pessoas.
Final da primeira Taça de Portugal disputa-se nas Salésias.
Clube tem 26 filiais e delegações.

1940
Terceiro lugar no Campeonato Nacional de Futebol.
Melhor Defesa no Campeonato Nacional de Futebol.
Finalista da Taça de Portugal em Futebol.
Campeão de Lisboa de Juniores, em Futebol.
Campeão de Lisboa de Andebol (de 11).
Vice-Campeão de Lisboa de Hóquei em Campo.
Campeão Nacional e de Lisboa de Corta-Mato por Equipas.
Manuel Nogueira, Campeão Nacional de Corta-Mato.
Manuel Nogueira, Campeão Nacional de 5.000 metros (pela terceira vez) e 10.000 metros (pela segunda vez) em Pista.
Inicia-se publicação de Boletim mensal.
Beneficiação da pista de Atletismo nas Salésias.

1941
Terceiro lugar no Campeonato Nacional de Futebol.
Melhor Ataque no Campeonato Nacional de Futebol.
Melhor Defesa (segunda vez consecutiva) no Campeonato Nacional de Futebol.
Melhor Goal-Average no Campeonato Nacional de Futebol.
Finalista da Taça de Portugal, em Futebol.
Campeão de Lisboa de Andebol (de 11).
Vice-Campeão Nacional de Andebol (de 11).
Campeão de Lisboa, em Râguebi.
Campeão de Lisboa de Corta-Mato, por equipas.
Vice-Campeão de Lisboa, em Basquetebol.
Campeão de Lisboa de Juniores, em Basquetebol.
Lucília Silva, Campeã Nacional em quatro diferentes provas de Atletismo.
Iluminação do Campo de Basquetebol nas Salésias.
Clube tem 33 filiais e delegações.

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Desde o fim de 1950 até 1954, Francisco Mega reassumiu a Presidência. Foi um novo tempo de transição, num duplo sentido.
Por um lado, terminada que foi a carreira da maior parte dos jogadores da extraordinária equipa da década de 40, houve que ir em busca de novos elementos de grande valor. Vieram, assim, Matateu, Vicente, Di Pace, Perez e Benitez (entre outros), além dos que emergiam da formação. Por várias vezes estivemos bem perto do título, nomeadamente em 1951/52 e, sobretudo, como se sabe, em 1954/55 (época ainda preparada na sua Presidência).
Por outro lado, havia que deixar as Salésias (por imposição da Câmara Municipal de Lisboa) e obter fundos e meter mãos à construção do novo Estádio, o do Restelo. Francisco Mega não poupou esforços nem repetidos apelos vibrantes à dedicação dos belenenses para conseguirmos os objectivos em vista.

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No dia em que o Restelo foi inaugurado, Francisco Mega, embora resguardado dos grandes planos (já não era dirigente), chorou de alegria e comoção. Uma parte importante do mérito pela construção do Restelo cabe-lhe indiscutivelmente; e, assim, foi com toda a justiça que foi um dos que recebeu a medalha “Os Que Mais Serviram”.

Entre 1950 e 1954, último período em que foi Presidente do Belenenses, destacam-se os seguintes factos na vida do nosso clube:

1950
Augusto Silva ainda é o mais internacional de todos os jogadores portugueses de Futebol.
Vitória por 2-1 sobre o Borússia de Dortmund, em casa deste.
Vitória por 4-1 sobre o Deportivo da Corunha.
Vice-Campeão de Lisboa de Juniores, em Futebol.
Campeão Nacional de Atletismo, em Equipas Femininas.
Campeão de Lisboa de Atletismo, em Equipas Femininas.
Campeão de Lisboa, em Râguebi.
Campeão de Lisboa de Juniores, em Basquetebol.
Vice-Campeão de Lisboa, em Andebol.
Clube atinge 761 praticantes.
Governo Francês concede medalha de ouro a Acácio Rosa.

1951
Semifinalista da Taça de Portugal, em Futebol.
Vice-Campeão de Lisboa de Juniores, em Futebol.
Matateu ingressa no Belenenses, marca 2 golos no seu primeiro jogo oficial (vitória 4-3 sobre Sporting) e é levado em ombros no final (no dia em que o clube completa 32 anos).
O Belenenses é o segundo clube com mais jogadores representados na Selecção Nacional de Futebol desde o início da sua actividade.
Campeão Nacional de Atletismo, em Equipas Femininas.
Campeão de Lisboa de Atletismo, em Equipas Femininas.
Campeão Nacional de Juniores de Atletismo, em Equipas Masculinas.
Campeão de Lisboa de Corta Mato, em Equipas Seniores Masculinos.
Campeão de Portugal de Corta Mato em Equipas Seniores Masculinos.
Campeão de Portugal de Corta Mato em Equipas Seniores Femininas.
Campeão de Portugal de Corta Mato em Equipas Juniores Masculinos.
Joaquim Branco detém oito recordes nacionais, em Atletismo.
Vice-Campeão de Lisboa em Râguebi.
Campeão de Lisboa de Juniores, em Basquetebol (segunda vez consecutiva).
Abertura de delegação na Avenida da Liberdade (Lisboa), com serviços médicos e de secretaria.
O arquitecto Carlos Ramos é contratado para elaborar o projecto do Estádio do Restelo.

1952
Invicto os jogos em casa do Campeonato Nacional de Futebol.
Vice-Campeão de Lisboa de Juniores, em Futebol.
Di Pace ingressa no Belenenses.
Campeão de Lisboa, em Râguebi.
Campeão de Lisboa de Juniores, em Basquetebol ( terceira vez consecutiva).
Campeão Infantil de Lisboa, em Basquetebol.
Campeão de Portugal de Atletismo, em Equipas Femininas (sexto título, e quinto consecutivo).
Campeão de Lisboa de Atletismo, em Equipas Femininas.
Homenagem à atleta Georgete Duarte.
Rui Ramos faz 15,54 no triplo salto, segunda melhor marca europeia e terceira mundial da época, terceira europeia de sempre e record nacional pelo longo período de 14 anos.
Rui Ramos participa nos Jogos Olímpicos, disputando o Triplo Salto (12º lugar).
Peggy Brixhe, Campeã Nacional de Ténis.
Fundação da Tertúlia do Belenenses, no Porto.

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1953
Terceiro lugar no Campeonato Nacional de Futebol.
Matateu é o melhor marcador no Campeonato Nacional de Futebol.
Conquista da Taça “Lisboa” em Futebol, em disputa com Benfica, F.C. do Porto e Sporting.
Campeão de Lisboa de Juniores, em Futebol.
Vice-Campeão Nacional de Juniores, em Futebol.
Campeão de Lisboa de Atletismo, em Equipas Femininas.
Em Atletismo, são batidos seis recordes nacionais masculinos e um feminino, por atletas do Belenenses durante o ano.
Festa de homenagem a Joaquim Branco.
Vice-Campeão Nacional de Juniores, em Andebol (de 7).
Vice-Campeão de Lisboa de Andebol (de 7).
Vice-Campeão de Lisboa em Voleibol Feminino.
Começo da construção do Estádio do Restelo.
Morte de Henrique Costa, o Sócio Nº 1.

1954
Semifinalista da Taça de Portugal, em Futebol.
Vice-Campeão de Lisboa de Juniores, em Futebol.
Vicente ingressa no Belenenses.
Fernando Riera torna-se treinador principal do Belenenses.
Festa de despedida de Feliciano.
Campeão de Lisboa de Atletismo, em Equipas Femininas.
Campeão de Lisboa, em Basquetebol.
Campeão de Lisboa de Infantis, em Basquetebol.
Vice-Campeão de Lisboa, em Voleibol Feminino.
Belenenses é sócio fundador da Federação Portuguesa de Badminton.
Fernando Stock e Manuel Palma, Campeões Nacionais e Ibéricos de Motorismo.
Rui Ramos chega à final de Triplo Salto dos Campeonatos Europeus de Atletismo e é considerado o melhor atleta português pelo jornal “World Sports”.
Jornal do clube é semanal, com 16 páginas.
Clube tem 45 filiais.

Infelizmente, nos últimos anos, temos assistido ao surgimento de vários candidatos a “o pior Presidente de sempre do Belenenses” (com erros e aaplausos que parecem recorrentes); pelo contrário, Francisco Mega é um dos candidatos a “o melhor Presidente de sempre do Belenenses”...



1926 – Severo Tiago torna-se primeiro representante do Clube a ganhar título Nacional de Atletismo (salto em comprimento)

Já nos referimos a este grande atleta belenense por ocasião do seu nascimento em 10 de Fevereiro de 1903. Praticante de Futebol e de Atletismo, foi neste último que atingiu a maior notoriedade desde que a modalidade foi criada no Belenenses, em 1921.

Reconhecido como especialista em provas de velocidade e no salto em comprimento, seria Severo Tiago a conquistar o primeiro título nacional para o Belenenses. Nesta data, em 1926, com apenas 23 anos, Severo Tiago saltava 6,05 metros conquistando o título de Campeão Nacional.

Nestes campeonatos nacionais participaram, pelo Belenenses, além de Severo Tiago (que também foi quinto classificado nos 100 metros e terceiro nos 200 metros planos), Belém Rodrigues, Pedro Pinto, António Carvalho (quarto classificado nos 400 metros barreiras), Joaquim de Almeida (terceiro classificado nos 400 metros barreiras), Mário Lopes, Ruy Nunes, Jerónimo Morais, Armando Rodrigues, Luís Teixeira, António Bazílio dos Santos, Manuel Correia Neto, Clodomiro Alves e Jorge Sousa.

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Este atleta, que foi o primeiro internacional português do atletismo do Belenenses, dois anos volvidos tornaria a ser Campeão, desta vez na corrida de 200 metros.

Pela sua dedicação ao Clube e pelos seus feitos enquanto atleta, a Severo Tiago foi atribuída a categoria de Sócio de Mérito, em 8 de Agosto de 1927. Nesse mesmo dia foram também elevados a esta categoria: Henrique Costa, Artur José Pereira, Francisco Pereira, Romualdo Bogalho, Manuel Veloso, Carlos Sobral, Alberto Rio, Mário Duarte, Joaquim Rio (fundadores); Joaquim de Almeida, Eduardo Azevedo, Arnaldo Cruz, Francisco Ferreira, Fernando António da Conceição, Raul Azevedo, Júlio Marques, José Pires, Alfredo Ramos, Augusto Silva, Bernardo Soares, César
de Matos, Severo Tiago, José Viriato, Raul Francisco da Silva, Carlos Luís Branco, José Manuel Soares, Leonor Alaiz, Rodolfo Faroleiro, Francisco Assis, Francisco Silva Marques, Francisco de Matos, Olívia Ferreira, Faraó R. Pereira, Mário da Silva Marques e João da Silva Marques, pelo seu contributo enquanto dirigentes ou atletas em vários títulos conquistados.



1988 – Belenenses vence Vasco da Gama (do Brasil) por 1-0, e conquista torneio em Angola

Na época de 1987/88, o Belenenses havia voltado ao pódio do Campeonato Português, terminando em terceiro lugar.

O defeso deixou-nos no ar alguma indefinição. Apesar de se ter falado em muitas transferências, registou-se apenas, em termos significativos, a saída de Mapuata (a nosso ver, uma má decisão de Marinho Peres) e a entrada de dois bons reforços o internacional português Adão (contratado ao Vitória de Guimarães) e o brasileiro Macaé. Vieram também dois jovens promissores: o guarda-redes Pedro Espinha (que mais tarde seria internacional e Campeão – mas não no Belenenses, pois... foi dispensado!) e o avançado Paulo Sérgio (descoberto no Vilafranquense).

Entretanto, Marinho Peres, alegando problemas familiares, decidiu não continuar (voltaria a meio da época, a tempo de ganhar a Taça de Portugal). Para o seu lugar, foi contratado o inglês John Mortimore, que cerca de dez anos antes estivera no Benfica, onde ganhara um Campeonato.

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Seja como for, a equipa estava bem oleada. Ganhámos em Chaves um torneio, triunfando sobre o Marítimo e os espanhóis do Valladolid. Depois, como tinha acontecido dos anos antes, fizemos uma deslocação a Angola (salvo erro, graças aos bons ofícios e contactos em Angola do antigo Vice-Presidente Manuel Miguel, um dirigente com provas dadas, e possivelmente do próprio Presidente da Direcção de então, Mário Rosa Freire).

Aí, depois de vencermos uma equipa local, defrontámos na final os brasileiros do Vasco da Gama. Ganhámos por 1-0 e arrebatámos um valiosíssimo troféu.

Foi uma vitória muitíssimo meritória, apesar do facto ter sido quase ignorada pela Comunicação Social portuguesa, num comportamento vergonhoso. E, no entanto, dias antes o Vasco da Gama empatara nas Antas e, no relato radiofónico, o locutor nortenho dizia entusiasmado que eram as duas melhores equipas do mundo: o F.C. Porto por ser o detentor da Taça Intercontinental, o Vasco da Gama porque não perdia há quase 30 jogos. Afinal, foi o Belenenses a quebrar a invencibilidade dos brasileiros… mas, no espaço de uma semana, no entendimento de alguns jornalistas, o Vasco da Gama deixara de ser uma das duas melhores equipas do mundo para ser uma equipa vulgar. (Na altura, o nosso protesto veio pela boca de Barcínio Pinto: “O terceiro lugar da época passada foi rapidamente metido na geleira pelo Belenenses; mas o Belenenses da nova época vem ainda mais forte!”).

Nessa mesma época, o Vasco da Gama foi campeão brasileiro, o que ajuda a compreender ainda melhor o significado do nosso triunfo. De resto, a força do Vasco da Gama é conhecida em todo o mundo. Esse clube, que também ostenta no seu emblema a Cruz de Cristo, é, juntamente com o Flamengo, o Palmeiras e o Corinthians, um dos que possui mais Campeonatos do Brasil, quatro ao todo (o Campeonato do Brasil só se começou a disputar em 1971; até aí, havia apenas os Campeonatos Estaduais); ganhou 22 Campeonatos do Rio de Janeiro (contra 31 do Fluminense, 27 do Flamengo, 17 do Botafogo e 7 do América); conquistou a Taça dos Libertadores da América (o equivalente à liga dos Campeões na Europa) em 1998, e ganhou a sua antecessora, o Torneio Sul-Americano de Clubes, em 1948.

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Vestiram aquela camisola grandes vedetas mundiais como Romário, Bebeto, Roberto Dinamite, Edmundo, Vavá, Ademir da Guia, Mauro Galvão, etc, etc. Está cotado como o terceiro clube mais poderoso do Brasil.

Apesar deste poderio do Vasco da Gama, nos quatro jogos disputados entre as duas equipas, o Belenenses leva vantagem com três vitórias e uma derrota. Em Portugal, ganhámos por 2-1, tanto em 1955, como em 1984; Em Angola, ganhámos por 1-0, neste ano de 1988; no Brasil, perdemos por 6-1, em 1957 (o que levou ao imediato despedimento no nosso treinador Fernando Riera).