quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Neste dia, em . . .

1975 – Belenenses vence Torneio de Santander

O Torneio de Santander, disputado no El Sardinero, estádio do Racing de Santander, é um prestigiado torneio de Verão disputado desde 1971. A sua designação oficial começou por ser Torneio «Príncipe de España», passando no ano seguinte a Torneio «Princípe Felipe». Neste ano de 1975, em que o Belenenses venceu o Torneio, este regressou à sua primeira designação oficial.

O troféu que premeia o vencedor é de uma beleza invulgar, o que o torna ainda mais apetecível.

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Convidados para a edição de 1975, além do Belenenses, estavam presentes os húngaros do Honved e, o clube local, o Racing de Santander.

Quanto ao primeiro, fundado em Budapeste, em 1909, com o nome de Kipesti AC, viu o seu nome mudado para Honved (em húngaro: exército) em 1949, passando a ser o clube do Exército Vermelho. Seria sob essa designação que se tornaria famoso mundialmente na década de 50, quando nele brilhavam nomes como os de Czibor, Kocsis (imortalizados no Barcelona e na selecção húngara) e Puskas (na selecção e no Real Madrid).

O Honved e a selecção húngara não recuperariam tão cedo quando, em 1956, a revolução húngara contra a ocupação soviética ocorreu. Assim mesmo, o palmarés do Honved é rico, com 13 campeonatos conquistados (em 1950, 1951, 1952, 1954, 1955, 1980, 1984, 1985, 1986, 1988, 1989, 1991 e 1993) e cinco Taças da Hungria (em 1926, 1964, 1985, 1989 e 1996).

Já o Racing de Santander não tem um palmarés semelhante ou sequer ao nível dos seus opositores de 1975. Sem troféus de monta conquistados em Espanha, o Racing oscilou durante muitos anos entre o primeiro e o segundo escalões do futebol espanhol. Porém, nesta época de 1975/76, e regressado ao principal escalão, faria uma das suas melhores temporadas classificando-se tranquilamente na 12ª posição (em 18 equipas).

Por sua vez, o Belenenses terminara o campeonato nacional (de 1974/75) na sexta posição. À época, e apesar de todas as dificuldades, não deixava de ser forte desilusão. Na Taça seria semi-finalista baqueando apenas no estádio do Benfica (campeão nessa época) e pela diferença mínima (1-2).

Era um Belenenses ambicioso que se apresentava para a época de 1975/76. A prová-lo, havia já a conquista da Taça Intertoto (Série IX), em 2 de Agosto, precisamente duas semanas antes da conquista deste novo troféu.

No Belenenses pontificavam nomes como Quaresma, Godinho, Gonzalez, Freitas, Pietra, Sambinha, Alfredo, Ernesto, João Cardoso, Melo, Isidro, etc. Apesar da saída de Quinito, no final da época de 1974/75, o Belenenses reforçara o ataque com Vasques que se viria a revelar um bom reforço.

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O torneio decorreu em três dias consecutivos. O Belenenses começou por empatar com a equipa da casa a uma bola, mas venceria o Honved por 4-2, o que, face à vitória deste último sobre o Racing de Santander no último dia do torneio (por 3-1), deu a vitória final.

Foi com natural e sentida satisfação que o Belenenses conquistou este torneio e mais um belíssimo troféu para o seu já enorme pecúlio que conta com mais de 10.000 troféus, patentes na Sala de Troféus, no Estádio do Restelo.

Esta época de 1975/76 continuaria a correr bem, apesar das já bem latentes dificuldades financeiras. Com a continuação de Peres Bandeira no comando técnico, o Belenenses regressaria ao podium, conquistando a terceira posição do Campeonato. A mais repetida de sempre, nunca é demais dizê-lo.



1978 – Empate 1-1 em Bilbau com Atlético local

Não vivendo já os seus tempos áureos, o Belenenses continuava a desfrutar de bastante prestígio, mesmo fora de Portugal.

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Assim, neste Verão de 1978, foi convidado para participar num torneio organizado pelo Atlético de Bilbau e em que participaram também, nesse mesmo ano, clubes tão prestigiados como o PSV ou o Fluminense.

A época anterior tinha-nos deixado num quinto lugar com sabor agridoce. Na verdade, a equipa, treinada por António Medeiros, lograra resultados razoáveis, apesar da saída de jogadores muito prestigiados e com bastantes anos de clube (casos máximo de Vitor Godinho e Alfredo Quaresma, dispensados por Medeiros, e de Gonzalez e Melo, que saíram para o Porto e o Sporting, respectivamente) e da entrada de jogadores menos experientes; e, nesse aspecto, havia motivos para alguma satisfação.

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A defesa, então a terceira melhor do Campeonato, com somente 21 golos sofridos em 30 jogos, estivera muito bem. No entanto, por outro lado, o Belenenses de então ainda achava relativamente decepcionante um quinto lugar, mais a mais quando tal classificação – caso algo raro – nem sequer deu acesso às competições europeias, e, sobretudo, quando tínhamos andado uma boa parte do Campeonato em terceiro – quarto lugar e, no início da segunda volta, chegámos mesmo a “ameaçar” entrar na luta pelo título... (O plantel da equipa dessa época de 1977/78, mais os resultados da primeira volta, reproduzem-se a partir de Suplemento do jornal a Bola do Verão de 1977. Incrível, nós guardamos carinhosamente essas e outras coisas mais antigas, numa dedicação de décadas e décadas... e, no entanto, temos que levar com “gente” – alguma da qual nem então era nascida e que passou a última época a gozar enquanto nós desesperávamos – a insinuar que talvez quiséssemos o Belenenses na Segunda Divisão. Como podemos sentir outra coisa que não seja um nojo absoluto?).

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De forma que, para a época de 1978/79, havia uma grande expectativa.

Este resultado em Bilbau, no seu mítico Estádio de San Mamés, parecia dar razão às projecções mais optimistas. Não é qualquer equipa que vai empatar a Bilbau, um dos mais fortes e prestigiados clubes de Espanha.

Note-se que contam, no seu palmarés, com 8 Campeonatos e 24 (sim, 24!) Taças de Espanha e, ainda, uma Supertaça. Em Campeonatos, são o quarto clube espanhol, a seguir ao Real Madrid (29), ao Barcelona (16) e ao Atlético de Madrid (9). Em Taças, repartem o primeiro lugar com o Barcelona.

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A nível europeu, a equipa basca foi finalista da Taça UEFA em 1977. Na altura, a final desta prova era a duas mãos. O adversário foi a Juventus. Em Turim, os italianos ganharam por 1-0; em Bilbau, o Athletic venceu por 2-1. Só pela regra de desempate pelo golo fora é que os bascos perderam o troféu para a Juventus. Tal ocorreu um ano antes do jogo com o Belenenses a que nos referimos, o que é mais um motivo para valorizar o resultado obtido pela nossa equipa.

Nela, pontificavam então jogadores como Vasques, Esmoriz, Cepeda, Sambinha, Isidro, Lincoln, Luís Horta, Alhinho e Eurico.

O campeonato desse ano, porém, veio a acabar com um decepcionante oitavo lugar. Note-se, contudo, que esta classificação é algo enganadora. O Belenenses lutou até muito próximo do final pelo quarto lugar, mais uma vez o último a dar acesso à Taça UEFA. E, aliás, ao adversário que ficou em quarto lugar, e com quem estivemos par a par grande parte do Campeonato, o Sporting de Braga, goleámos por 7-1 no Restelo. Tivemos, de resto, o quarto melhor ataque, à frente até do Sporting. Só nas últimas jornadas decaímos, o que levou à demissão do treinador. Na época seguinte, o comando técnico foi entregue a Juca, obtendo-se novo quinto lugar.

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Seja como for, não havia bloguistas – ou outros sócios – a rejubilar. Era outro Belenenses, de facto...