sexta-feira, 19 de agosto de 2005

O Início do Campeonato

AGORA SOMOS TODOS UM SÓ!

É já hoje que começa o campeonato nacional de futebol. Para muitos de nós, é mais um mas nem por isso deixamos de sentir um estremecimento de expectativa, de nervosismo e de emoção.

Como outros, sinto isso muito mais vividamente este ano do que nas últimas épocas. Há muito, muito tempo – há uma década e meia, para ser preciso – que não via o início de uma época com tanto optimismo ou, pelo menos, com tanta expectativa. Se bem que são as ilusões que se podem tornar em...desilusões, estou convencido de que temos sérias possibilidades de voltar ao nosso lugar. E o nosso lugar, para mim, terá sempre de ser entre os 4 primeiros. Acredito que este ano podemos lá chegar e que, se não for esta época, falharemos por pouco (ou seja, ainda assim poderemos ficar no espaço para voltarmos a uma competição europeia) e conseguiremos na seguinte, eventualmente com outro treinador.

Quis o sorteio que, na primeira jornada, fossemos jogar a casa do Sporting. É tempo de ali voltarmos a vencer, acabando com uma má sorte que há tantos anos nos persegue. Espero que a nossa equipa entre com essa ambição e atitude de vencer. Espero também que não se repitam as situações anómalas que algumas vezes nos impediram de vencer em Alvalade. Entre elas, e recordando as que presenciei, saliento o empate 1-1 em 1988, quando nos foi anulado um golo limpo e sonegados dois penalties claríssimos. Pior ainda, fora na época de 81/82, quando, conforme disse – e bem – o CPA, ocorreu uma das 5 ou 10 maiores “roubalheiras” (desculpem-me a expressão contundente e popular) do futebol português (e nas 10 maiores, o Belenenses foi vítima aí numas 4 ou 5!... Significativamente, sendo o Benfica e o Sporting sempre os beneficiados nesses casos): graças à actuação de um árbitro acompanhante de digressões do Sporting no estrangeiro, fomos impedidos de ir além de um empate 2-2, acabando com 4 – sim, quatro!!! – jogadores expulsos e a sofrer um golo de grande penalidade tão honesta que...até alguns sócios do Sporting pediram ao seu jogador encarregado de a converter para atirar para fora...

Falo nisto porque, como todos sabemos, sempre que o Belenenses se reaproxima do topo, os “amiguinhos” dos apitos e dos jornais preparam imediatamente as catanas. Mesmo o ano passado, nos seis jogos que fizemos com F.C.Porto, Benfica e Sporting, fomos prejudicados em quatro. Elucidativo!

Também por esse motivo, vamos cerrar fileiras. Vamos dizer presente no apoio ao nosso clube. Vamos seguir, com os nossos incentivos e aplausos, as camisolas que transportam o nosso símbolo.
Sim, porque a todos nós comovem e encantam esse nome mágico – Belenenses –, esse grito que sintetiza tudo quanto ansiamos – Belém! Belém! Belém! –, essas camisolas com a cor – Azul – do Céu, do Mar, e de todas as coisas mais belas e sublimes!

Passámos já tantas tormentas, conhecemos os céus e os infernos, mas essa é, continua a ser, A NOSSA CAMISOLA! É sim, ainda e sempre, a camisola que vestiram Artur José Pereira e José Manuel “Pepe”, Augusto Silva e Mariano Amaro, Vasco e Feliciano, Matateu e Vicente, Scopelli e Di Pace, Quaresma e Godinho, Mladenov, José António e Zé Mário...os ídolos da nossa juventude; é aquela que haverão de vestir milhares de atletas que, nas diversas modalidades, continuarão a representar este clube, é aquela que queremos ver triunfante, é a mais bela, a mais honrada, a mais suada, a mais sangrada, a mais nobre, a mais digna, a ÚNICA e INCOMPARÁVEL: É A CAMISOLA AZUL DO BELENENSES!

Lembremos isso quando as nossas equipas entrarem em jogo, e não esqueçamos que os nossos aplausos, gritos e incentivos têm sempre razão de ser, porque não está em causa o jogador X, o treinador Y ou o dirigente Z mas o nosso clube, a nossa família, a paixão de todos nós...OS BELENENSES!

Tenho, evidentemente, o sonho de ver o Belenenses voltar a ser campeão. Mas nunca exigi campeonatos e taças ao meu clube. Não exijo nenhum lugar em especial. O que, sim, exijo e peço, é, aos dirigentes, ambição ilimitada, aos treinadores, brio profissional, aos jogadores, que saiam sempre exaustos do campo – em contrapartida das tantas vezes em que as mãos me doeram de aplaudir com tanta energia, em que a minha voz enrouqueceu de tanto gritar. É isso que nos devemos mutuamente, a equipa a nós, e nós à equipa – ou melhor, ao clube, ao BELENENSES.
Que seja este o ano do regresso do GRANDE BELENENSES, que alguns de nós ainda conheceram e todos queremos de volta, é o nosso desejo ferveroso!