... José Luís Mateus
O Belenenses Sempre inicia hoje uma série de artigos que, esperam os editores, embora sem regularidade periódica, virão de vez em quando enriquecer este espaço. O objectivo é abrir as portas deste blogue à participação de outros belenenses que, quer pelo seu modo de “viver” o Clube, quer pela sua experiência em determinadas áreas de actividade, possam trazer uma mais valia à discussão de temas de interesse para o Clube de Futebol “Os Belenenses”.
Como é evidente, impõe-se uma pequena apresentação dos convidados. O meu primeiro convidado é o José Luís Mateus e foram várias as razões que me levaram a convidá-lo. Em primeiro lugar, é um belenense de longa data. Além disso, é alguém que conheço bem, pelos laços de amizade e familiares que nos unem. Finalmente, tem uma larga experiência profissional na área do tema sobre o qual se propôs escrever.
A entrada do Zé Luís na minha família coincidiu com a sua filiação no Belenenses e estas duas “alterações” radicais na sua vida não aconteceram por acaso, estando sim intimamente relacionadas. O Zé Luís é casado com a minha prima Maria José, filha mais velha do meu querido padrinho e tio António, irmão da minha mãe, infelizmente já falecido. Quando o meu padrinho – belenense militante durante toda a sua vida e um dos grandes “culpados” pelo meu belenensismo – soube que a filha ia casar, impôs como condição única ao futuro genro a sua filiação como sócio do Belenenses. E aqui está a razão simples pela qual, desde há vinte e muitos anos, o Zé Luís pertence às duas famílias – à minha e à do belenenses – e nelas se mantém...
O Zé Luís Mateus é licenciado em gestão e, profissionalmente, é director financeiro e vice-presidente de uma empresa privada multinacional. A sua experiência nesta área, aliada ao seu belenensismo, parecem-me ser duas boas razões para nos “abrir o apetite” para o artigo que decidiu escrever. Agradeço ao Zé Luís por ter aceite este desafio. Agradeço, antecipadamente, a todos os que tiverem a amabilidade de o ler.
Ainda as “Vendas Antecipadas”,
por José Luís Mateus
Sou sócio do Belenenses há largos anos.
Na medida do possível, acompanho a vida do nosso Clube com todo o interesse sem, no entanto, em tempo algum, me ter manifestado publicamente versando fosse que assunto fosse. Digamos que faço parte da esmagadora maioria de sócios que não passam dos comentários de bancada.
Recentemente, ao consultar, como habitualmente faço, o “Belenenses Sempre”, deparei-me com um artigo de opinião do consócio CPA que, de forma empolgante e fervorosa em prol dos interesses do Belenenses, comentava uma notícia publicada no “Record” relacionada com a eventual venda antecipada de passes de jogadores do Belenenses.
Conforme ia lendo o dito artigo, ia-me envolvendo numa vontade de, desta vez, deixar de ser crítico de bancada …
O artigo a que me refiro, é extraordinariamente pertinente quanto à intenção da SAD vir a antecipar receitas referentes aos "passes" de jogadores de futebol do Belenenses, por suscitar algumas interrogações quanto à forma como tal notícia foi divulgada nos Órgãos de Informação e, por outro lado, quanto à viabilidade sustentada da dita operação de financiamento corrente.
Pessoalmente, não condeno - antes pelo contrário - actos de gestão que, de forma mais ou menos engenhosa, contribuam para uma melhoria do cash flow da SAD, sempre e quando tais actos:
• resultarem estruturalmente em valor acrescentado para o Belenenses
• forem fiscalizados pelos respectivos órgãos competentes
• programaticamente, fizerem parte do orçamento anual da SAD.
Condeno sim, a forma como a gestão da informação foi trabalhada, no Clube do qual sou sócio!
Como sócio, não gosto de ter conhecimento de actos de gestão desta natureza através dos órgãos de informação. São actos de elevada responsabilidade, divulgados de forma incompleta, brejeira, servindo tão só os interesses dos ditos OI (imprensa escrita, neste caso particular, os jornais desportivos) para encher páginas.... muitas vezes conducentes a más interpretações, juízos de valor errados, acabando por trazer inevitavelmente alguns dissabores ao nosso Clube.
Não vislumbrei qualquer interesse subjacente na divulgação desta notícia através do Jornal Record.
Com todo o respeito pela institucionalidade dos órgãos de gestão da SAD, é de evitar, sem restrições, notícias desta natureza. O Belenenses é um Clube diferente. Não pode banalizar-se. O Belenenses não pode alimentar gratuitamente os Jornais. Pode e deve fazer a gestão dos nossos recursos dentro de casa e não nas bancas dos jornais! Só deverá ser divulgado para os OI o que prévia e tecnicamente for centralizadamente determinado.
Estatutariamente ou não, qualquer que seja o órgão de gestão que queira divulgar alguma notícia aos sócios, que o faça pelos meios internos adequados.
Considero que actos de gestão desta natureza, ao nível do tratamento da informação, são sinónimo de que algo não está tecnicamente a ser bem aplicado na nossa organização, que é o Belenenses.
É visível que a comunicação do Clube não está a ser bem gerida. Comunicar é uma arma de gestão. Comunicar é ganhar ou perder informação. Há que saber o que se quer com a comunicação. Caso contrário estamos a esbanjar tempo e recursos, não nos diferenciando e não criando valor.
O Belenenses será cada vez maior só e quando houver progressivamente criação de VALOR. Saibamo-nos diferenciar. A comunicação é também um factor de criação de Valor.
Todos já ouvimos: “O segredo é a alma do negócio”. Aplique-se, adapte-se o princípio aos tempos actuais, à era da informação!
Obrigado ao CPA por ter levantado esta questão e ao Abel por dar uma ajuda na inclusão deste comentário no Belenenses Sempre.
Saudações Azuis
José Luís Mateus
O Belenenses Sempre inicia hoje uma série de artigos que, esperam os editores, embora sem regularidade periódica, virão de vez em quando enriquecer este espaço. O objectivo é abrir as portas deste blogue à participação de outros belenenses que, quer pelo seu modo de “viver” o Clube, quer pela sua experiência em determinadas áreas de actividade, possam trazer uma mais valia à discussão de temas de interesse para o Clube de Futebol “Os Belenenses”.
Como é evidente, impõe-se uma pequena apresentação dos convidados. O meu primeiro convidado é o José Luís Mateus e foram várias as razões que me levaram a convidá-lo. Em primeiro lugar, é um belenense de longa data. Além disso, é alguém que conheço bem, pelos laços de amizade e familiares que nos unem. Finalmente, tem uma larga experiência profissional na área do tema sobre o qual se propôs escrever.
A entrada do Zé Luís na minha família coincidiu com a sua filiação no Belenenses e estas duas “alterações” radicais na sua vida não aconteceram por acaso, estando sim intimamente relacionadas. O Zé Luís é casado com a minha prima Maria José, filha mais velha do meu querido padrinho e tio António, irmão da minha mãe, infelizmente já falecido. Quando o meu padrinho – belenense militante durante toda a sua vida e um dos grandes “culpados” pelo meu belenensismo – soube que a filha ia casar, impôs como condição única ao futuro genro a sua filiação como sócio do Belenenses. E aqui está a razão simples pela qual, desde há vinte e muitos anos, o Zé Luís pertence às duas famílias – à minha e à do belenenses – e nelas se mantém...
O Zé Luís Mateus é licenciado em gestão e, profissionalmente, é director financeiro e vice-presidente de uma empresa privada multinacional. A sua experiência nesta área, aliada ao seu belenensismo, parecem-me ser duas boas razões para nos “abrir o apetite” para o artigo que decidiu escrever. Agradeço ao Zé Luís por ter aceite este desafio. Agradeço, antecipadamente, a todos os que tiverem a amabilidade de o ler.
Ainda as “Vendas Antecipadas”,
por José Luís Mateus
Sou sócio do Belenenses há largos anos.
Na medida do possível, acompanho a vida do nosso Clube com todo o interesse sem, no entanto, em tempo algum, me ter manifestado publicamente versando fosse que assunto fosse. Digamos que faço parte da esmagadora maioria de sócios que não passam dos comentários de bancada.
Recentemente, ao consultar, como habitualmente faço, o “Belenenses Sempre”, deparei-me com um artigo de opinião do consócio CPA que, de forma empolgante e fervorosa em prol dos interesses do Belenenses, comentava uma notícia publicada no “Record” relacionada com a eventual venda antecipada de passes de jogadores do Belenenses.
Conforme ia lendo o dito artigo, ia-me envolvendo numa vontade de, desta vez, deixar de ser crítico de bancada …
O artigo a que me refiro, é extraordinariamente pertinente quanto à intenção da SAD vir a antecipar receitas referentes aos "passes" de jogadores de futebol do Belenenses, por suscitar algumas interrogações quanto à forma como tal notícia foi divulgada nos Órgãos de Informação e, por outro lado, quanto à viabilidade sustentada da dita operação de financiamento corrente.
Pessoalmente, não condeno - antes pelo contrário - actos de gestão que, de forma mais ou menos engenhosa, contribuam para uma melhoria do cash flow da SAD, sempre e quando tais actos:
• resultarem estruturalmente em valor acrescentado para o Belenenses
• forem fiscalizados pelos respectivos órgãos competentes
• programaticamente, fizerem parte do orçamento anual da SAD.
Condeno sim, a forma como a gestão da informação foi trabalhada, no Clube do qual sou sócio!
Como sócio, não gosto de ter conhecimento de actos de gestão desta natureza através dos órgãos de informação. São actos de elevada responsabilidade, divulgados de forma incompleta, brejeira, servindo tão só os interesses dos ditos OI (imprensa escrita, neste caso particular, os jornais desportivos) para encher páginas.... muitas vezes conducentes a más interpretações, juízos de valor errados, acabando por trazer inevitavelmente alguns dissabores ao nosso Clube.
Não vislumbrei qualquer interesse subjacente na divulgação desta notícia através do Jornal Record.
Com todo o respeito pela institucionalidade dos órgãos de gestão da SAD, é de evitar, sem restrições, notícias desta natureza. O Belenenses é um Clube diferente. Não pode banalizar-se. O Belenenses não pode alimentar gratuitamente os Jornais. Pode e deve fazer a gestão dos nossos recursos dentro de casa e não nas bancas dos jornais! Só deverá ser divulgado para os OI o que prévia e tecnicamente for centralizadamente determinado.
Estatutariamente ou não, qualquer que seja o órgão de gestão que queira divulgar alguma notícia aos sócios, que o faça pelos meios internos adequados.
Considero que actos de gestão desta natureza, ao nível do tratamento da informação, são sinónimo de que algo não está tecnicamente a ser bem aplicado na nossa organização, que é o Belenenses.
É visível que a comunicação do Clube não está a ser bem gerida. Comunicar é uma arma de gestão. Comunicar é ganhar ou perder informação. Há que saber o que se quer com a comunicação. Caso contrário estamos a esbanjar tempo e recursos, não nos diferenciando e não criando valor.
O Belenenses será cada vez maior só e quando houver progressivamente criação de VALOR. Saibamo-nos diferenciar. A comunicação é também um factor de criação de Valor.
Todos já ouvimos: “O segredo é a alma do negócio”. Aplique-se, adapte-se o princípio aos tempos actuais, à era da informação!
Obrigado ao CPA por ter levantado esta questão e ao Abel por dar uma ajuda na inclusão deste comentário no Belenenses Sempre.
Saudações Azuis
José Luís Mateus