1930 – Vitória por 3-0 sobre o Real Madrid, em Ayamonte
Não serão muitas as equipas do mundo que se podem orgulhar de ter vencido o Real Madrid por concludentes 3-0. Escassíssimas o terão feito em Espanha. O Belenenses, contudo, pertence a esse lote restrito. É verdade que foi quase na fronteira com Portugal, mais propriamente, em Ayamonte; tal, entretanto, em nada retira brilho a este grande feito do Belenenses. De resto, o nosso clube vivia então um período áureo, com várias vitórias no Campeonato de Portugal e no Campeonato de Lisboa. Por exemplo, nesse ano, o Belenenses sagrara-se Campeão de Lisboa pela 3ª vez, e 2ª consecutiva.
Naquele tempo, não havia competições internacionais de clubes institucionalizadas. Por isso, os clubes levavam estes jogos o mais a sério possível, com tanto empenho como aquele com que actualmente disputam a Liga dos Campeões. Ora, o Real Madrid é, sem dúvida nenhuma, o mais poderoso clube de futebol no mundo; entre tantos outros títulos, conquistou 9 Taças/Ligas dos Campeões Europeus. Por isso, imaginemos que, algures numa cidade espanhola, Belenenses e Real Madrid disputavam a final da Liga dos Campeões e a ganhávamos por 3-0... Em termos de capacidade futebolística, esta vitória, na época, revestia-se de idêntica dificuldade e implica idêntico poderio. Que grande força tinha, pois, o Belenenses de então... e o que, nas duas décadas seguintes, igualmente triunfava sobre os madrilenos (e vários outros clubes poderosos da Europa)!
Uma das tristes e desafortunadas ironias da nossa história, é que o Belenenses começou a decair, justamente, quando se iniciaram as Competições Europeias. Onde poderíamos ter chegado, de outro modo?
Deve referir-se que este foi o segundo jogo entre o Belenenses e o Real Madrid. O primeiro fora...dois dias antes, na mesma cidade, e o Belenenses baqueara por números pesados: 0-5. Assim, a vitória, sobre a qual passam hoje 75 anos, teve o saboroso sabor a desforra e mostra de que “raça” eram feitos os Belenenses de então.
Aproveitando-nos do registo constante no livro de Acácio Rosa sobre a História do Belenenses entre 1919 e 1960, aqui fica o registo dos jogadores que obtiveram esta magnífico triunfo: Tomaz; Rodolfo e Belo; Américo Antunes, Silva Marques e César; Alfredo Ramos, Pepe, Júlio de Sousa, Bernardo e José Luís.
Não serão muitas as equipas do mundo que se podem orgulhar de ter vencido o Real Madrid por concludentes 3-0. Escassíssimas o terão feito em Espanha. O Belenenses, contudo, pertence a esse lote restrito. É verdade que foi quase na fronteira com Portugal, mais propriamente, em Ayamonte; tal, entretanto, em nada retira brilho a este grande feito do Belenenses. De resto, o nosso clube vivia então um período áureo, com várias vitórias no Campeonato de Portugal e no Campeonato de Lisboa. Por exemplo, nesse ano, o Belenenses sagrara-se Campeão de Lisboa pela 3ª vez, e 2ª consecutiva.
Naquele tempo, não havia competições internacionais de clubes institucionalizadas. Por isso, os clubes levavam estes jogos o mais a sério possível, com tanto empenho como aquele com que actualmente disputam a Liga dos Campeões. Ora, o Real Madrid é, sem dúvida nenhuma, o mais poderoso clube de futebol no mundo; entre tantos outros títulos, conquistou 9 Taças/Ligas dos Campeões Europeus. Por isso, imaginemos que, algures numa cidade espanhola, Belenenses e Real Madrid disputavam a final da Liga dos Campeões e a ganhávamos por 3-0... Em termos de capacidade futebolística, esta vitória, na época, revestia-se de idêntica dificuldade e implica idêntico poderio. Que grande força tinha, pois, o Belenenses de então... e o que, nas duas décadas seguintes, igualmente triunfava sobre os madrilenos (e vários outros clubes poderosos da Europa)!
Uma das tristes e desafortunadas ironias da nossa história, é que o Belenenses começou a decair, justamente, quando se iniciaram as Competições Europeias. Onde poderíamos ter chegado, de outro modo?
Deve referir-se que este foi o segundo jogo entre o Belenenses e o Real Madrid. O primeiro fora...dois dias antes, na mesma cidade, e o Belenenses baqueara por números pesados: 0-5. Assim, a vitória, sobre a qual passam hoje 75 anos, teve o saboroso sabor a desforra e mostra de que “raça” eram feitos os Belenenses de então.
Aproveitando-nos do registo constante no livro de Acácio Rosa sobre a História do Belenenses entre 1919 e 1960, aqui fica o registo dos jogadores que obtiveram esta magnífico triunfo: Tomaz; Rodolfo e Belo; Américo Antunes, Silva Marques e César; Alfredo Ramos, Pepe, Júlio de Sousa, Bernardo e José Luís.
1956 – Último jogo nas Salésias
É outro dia de perpétua saudade... a última vez que jogámos nas sempre recordadas Salésias!
Foi um desafio com o Atlético, que ganhámos por 4-2. As Salésias estavam quase cheias (nos 22.000 lugares de que dispunham). Aliás, naquele tempo, o nosso Estádio tinha quase sempre boas, grandes ou enormes assistências – para alguns, é ainda uma recordação viva, aquele peão cheio, por ali acima...no cimo da (então chamada) Rua das Casas do Trabalho. Rua das Casas do Trabalho...um belo nome que, já agora, também pode simbolizar os inúmeros trabalhos com que, durante décadas, Os Belenenses fizeram daquele espaço algo que não tinha par em qualquer outro clube português.
Que sentimentos – de antecipada nostalgia, de carinho por tudo quanto ali se vivera, de amor pela terra sagrada, onde o clube investira tanto do seu dinheiro e do seu esforço, de expectativa pela inauguração do Restelo – se não terão apoderado dos nossos adeptos quando o jogo terminou e os jogadores se encaminharam para as nossas cabinas? As Salésias estão entranhadamente no coração dos belenenses, e nenhum de nós pode aceitar que nos não sejam devolvidas, já que, em vez da anunciada urbanização, em nome da qual fomos obrigados a abandoná-las, pouco mais ali resta do que desolação e algumas barracas... Entretanto, ao mesmo tempo, parece que ainda ali ressoam os brados dos velhos adeptos do Belém e se entreveêm as corridas, as lutas, os triunfos de incontáveis ídolos que vestiram a nossa camisola.
É outro dia de perpétua saudade... a última vez que jogámos nas sempre recordadas Salésias!
Foi um desafio com o Atlético, que ganhámos por 4-2. As Salésias estavam quase cheias (nos 22.000 lugares de que dispunham). Aliás, naquele tempo, o nosso Estádio tinha quase sempre boas, grandes ou enormes assistências – para alguns, é ainda uma recordação viva, aquele peão cheio, por ali acima...no cimo da (então chamada) Rua das Casas do Trabalho. Rua das Casas do Trabalho...um belo nome que, já agora, também pode simbolizar os inúmeros trabalhos com que, durante décadas, Os Belenenses fizeram daquele espaço algo que não tinha par em qualquer outro clube português.
Que sentimentos – de antecipada nostalgia, de carinho por tudo quanto ali se vivera, de amor pela terra sagrada, onde o clube investira tanto do seu dinheiro e do seu esforço, de expectativa pela inauguração do Restelo – se não terão apoderado dos nossos adeptos quando o jogo terminou e os jogadores se encaminharam para as nossas cabinas? As Salésias estão entranhadamente no coração dos belenenses, e nenhum de nós pode aceitar que nos não sejam devolvidas, já que, em vez da anunciada urbanização, em nome da qual fomos obrigados a abandoná-las, pouco mais ali resta do que desolação e algumas barracas... Entretanto, ao mesmo tempo, parece que ainda ali ressoam os brados dos velhos adeptos do Belém e se entreveêm as corridas, as lutas, os triunfos de incontáveis ídolos que vestiram a nossa camisola.
Estes apontamentos pretendem ser muito sintéticos. De resto, em outras datas, a propósito de outros eventos, teremos ocasião de ir falando das Salésias. Mas não terminaremos sem lembrar que, concluído o jogo, a bandeira do Belenenses continuou ainda a agitar-se no mastro do Estádio José Manuel Soares – Pepe. Só 2 semanas depois, em 23 de Setembro de 1956, seria cerimoniosa e respeitosamente baixada, recolhida, e transportada para se hastear no novo recinto.