“Tempus fugit”... Parece que não mas já passaram 5 meses desde que a actual Direcção tomou posse e 6 meses desde que foi eleita. Esse mês adicional também conta porque, uma vez eleita, e mais a mais tendo em grande medida saído de dentro da anterior, os actuais dirigentes puderam desde logo organizar o que iam fazer e, informalmente, realizar contactos e programar medidas.
Já há, portanto, tempo suficiente para fazer uma primeira avaliação, mesmo salientando que é isso mesmo, uma primeira avaliação, a completar ou rectificar face aos desenvolvimentos futuros.
Tentarei ser o mais imparcial e objectivo possível.
Formulo cinco pontos prévios:
1. Não questiono nem vejo motivos para questionar a integridade pessoal dos actuais dirigentes nem a sua vontade de fazer o seu melhor e o que entendem ser melhor para o clube.
2. Gostava muito que tivéssemos dirigentes que “enchessem as medidas” e que fossem capazes de um golpe de asa, da visão dos grandes “estadistas”. Antes das eleições, tornou-se-me evidente que não íamos ter.
3. Não vimos uma Direcção de “peito feito”, ansiosa por tomar posse, e que, no próprio dia e nos seguintes, pusesse logo em cima da mesa uma série de medidas já bem pensadas, planeadas e prontas a sair à luz do dia (até para tomarem posse os assessores, foi preciso mais um mês e tal). Não: continuou no ritmo que já fora característico da campanha eleitoral, sintetizado no lema “as coisas fazem-se é com calminha”. Não é o meu estilo. Para mim, este “devagarinho”, seria a revelação de uma incapacidade ou de um problema. No caso da actual Direcção, é manifesta e assumidamente a opção por um estilo. Diga-me que é feitio, que alguns não considerarão defeito e até avaliarão como virtude.
4. Não ignoro que realizar é sempre difícil e que, muitas vezes, as coisas não são tão simples quanto parecem (sem que, no entanto me resigne a aceitar que qualquer coisinha é uma tarefa titânica).
5. Sou adepto do Belenenses e não do presidente X do director Y, do treinador Z ou do amigo A, B ou C. Seja com quem for, desejo sempre o melhor para o Belenenses.
Vou dividir a apreciação em quatro vertentes:
a) Constituição de plantéis – Por que não existia no clube uma estrutura suficientemente preenchida e autónoma de directores e seccionistas para as várias modalidades, julgo que durante os primeiros meses a grande preocupação de parte substancial dos Vice-Presidentes foi a constituição de plantéis (as eleições e a posse deveriam ser mais cedo, como já escrevi). Julgo que estiveram bem, dentro do possível. Cabe aqui uma discussão que é a de saber se, no que respeita às modalidades colectivas, não seria de apostar em menos quantidade, assim canalizando mais recursos para aquelas em que se apostasse. Deixaremos, porém, essa temática para outro dia. Julgo que temos uma Equipa de Râguebi capaz de ser Campeã, uma Equipa de Andebol bastante competitiva, uma Equipa de Futsal capaz de uma boa estreia na 1ª Divisão. Confesso o meu escasso conhecimento do Basquetebol. De qualquer forma, julgo que o saldo é positivo.
O Futebol, com a sua SAD, é um caso à parte. Parte do que foi feito estava preparado de trás mas não quero tirar méritos e responsabilidades à nova Direcção, até por, em muitos aspectos, nomeadamente neste, ser de continuidade. Dentro das nossas possibilidades financeiras, constituiu-se um bom plantel (para mim, é um dado adquirido e “irrevogável”, independentemente dos resultados que venhamos a ter), mesmo se julgo que precisamos de mais um defesa e de mais um avançado. O treinador, em cuja continuidade se apostou, ainda terá que dar provas de ser uma mais valia, uma solução e não um problema.
Nesta área, contudo, e em síntese, não tenho dúvidas em dar uma nota positiva, à volta de 15 numa escala de 0 de 20.
b) Imagem e Comunicação – Importa esclarecer que por imagem não me refiro a marketing e questões comerciais mas, sim, ao que o clube projecta de si para a população em geral, para sócios, para técnicos e atletas.
A comunicação para o exterior (v.g., para os media) melhorou. Atenção: melhorou, tendo em conta uma base de partida muito má. Dou uma nota suficiente, um 12 de 0 a 20.
A comunicação interna tem sido péssima, por quase inexistente. Somando a falta de ambição na difusão do jornal com a desesperante incapacidade (ou falta de vontade) de enviar uma simples carta para os sócios (com as consequentes perdas financeiras e, pior que tudo, anímicas, num clube tão desanimado) ou de dirigir umas palavras aos sócios no jogo após a entrada em funções, não posso dar mais do que a nota 1. Já com boa vontade.
A imagem que está no ar ainda é a do clube simpático que, ao arrepio do modo como foi fundado e se fez grande, é inofensivo, pouco ambicioso e pensa em pequenino (esta frase não é minha; é de uma possível futura convidada a escrever no blog). Justiça seja feita, aqui e acolá, parece ter havido alguns sobressaltos e a tentativa de inverter o discurso. Mas absorveram-se demasiados hábitos que considero de menoridade e de cedência ao que, por exemplo, grande parte da comunicação social quer, à viva força, que sejamos (e que não sejamos). O estado anímico do clube justifica cuidados intensivos. Quase nada se fez nesse âmbito. Ressalvo a reactivação de excursões nos jogos fora. De 0 a 20, dou 7.
c) Estruturação do clube. Só há conhecimento, aliás por uma alusão jornalística, à contratação de um Director Comercial, cuja perfil e capacidade desconheço quais sejam. Acho bem a sua contratação mas é (ainda) manifestamente insuficiente. O Clube precisa de alguns bons profissionais. Para mim, uma das prioridades absolutas está na área da comunicação e imagem.
Dada a escassez de dados, abstenho-me de dar uma nota. Face ao pouco que veio a público, ela teria de ser baixa; este é, portanto, um gesto de boa vontade. Vamos dar mais tempo.
d) Grandes Projectos para o Futuro. Desconheço a existência de algum. Não sei se algo está a ser preparado ou não. Quanto ao projecto imobiliário, sobre a recente decisão camarária não terá decerto passado o tempo suficiente para a sua reformulação. Também aqui me abstenho de dar nota e reservo a minha opinião até meio do mandato, porque as grandes coisas dificilmente se preparam em pouco tempo. Uma avaliação agora seria precipitada e certamente injusta.
Bem, e depois desta breve apreciação, fica no ar a pergunta: de forma imparcial que avaliação fazem da actuação da vigente Direcção até agora?
Post-Scriptum - Este artigo, com excepção desta nota, foi escrito no dia 4 de Outubro, antes, pois da Supertaça de Râguebi. As expectativas quanto a esta modalidade não foram, pois, provocadas pela nossa conquista daquele troféu, por terem sido formuladas anteriormente.
Já há, portanto, tempo suficiente para fazer uma primeira avaliação, mesmo salientando que é isso mesmo, uma primeira avaliação, a completar ou rectificar face aos desenvolvimentos futuros.
Tentarei ser o mais imparcial e objectivo possível.
Formulo cinco pontos prévios:
1. Não questiono nem vejo motivos para questionar a integridade pessoal dos actuais dirigentes nem a sua vontade de fazer o seu melhor e o que entendem ser melhor para o clube.
2. Gostava muito que tivéssemos dirigentes que “enchessem as medidas” e que fossem capazes de um golpe de asa, da visão dos grandes “estadistas”. Antes das eleições, tornou-se-me evidente que não íamos ter.
3. Não vimos uma Direcção de “peito feito”, ansiosa por tomar posse, e que, no próprio dia e nos seguintes, pusesse logo em cima da mesa uma série de medidas já bem pensadas, planeadas e prontas a sair à luz do dia (até para tomarem posse os assessores, foi preciso mais um mês e tal). Não: continuou no ritmo que já fora característico da campanha eleitoral, sintetizado no lema “as coisas fazem-se é com calminha”. Não é o meu estilo. Para mim, este “devagarinho”, seria a revelação de uma incapacidade ou de um problema. No caso da actual Direcção, é manifesta e assumidamente a opção por um estilo. Diga-me que é feitio, que alguns não considerarão defeito e até avaliarão como virtude.
4. Não ignoro que realizar é sempre difícil e que, muitas vezes, as coisas não são tão simples quanto parecem (sem que, no entanto me resigne a aceitar que qualquer coisinha é uma tarefa titânica).
5. Sou adepto do Belenenses e não do presidente X do director Y, do treinador Z ou do amigo A, B ou C. Seja com quem for, desejo sempre o melhor para o Belenenses.
Vou dividir a apreciação em quatro vertentes:
a) Constituição de plantéis – Por que não existia no clube uma estrutura suficientemente preenchida e autónoma de directores e seccionistas para as várias modalidades, julgo que durante os primeiros meses a grande preocupação de parte substancial dos Vice-Presidentes foi a constituição de plantéis (as eleições e a posse deveriam ser mais cedo, como já escrevi). Julgo que estiveram bem, dentro do possível. Cabe aqui uma discussão que é a de saber se, no que respeita às modalidades colectivas, não seria de apostar em menos quantidade, assim canalizando mais recursos para aquelas em que se apostasse. Deixaremos, porém, essa temática para outro dia. Julgo que temos uma Equipa de Râguebi capaz de ser Campeã, uma Equipa de Andebol bastante competitiva, uma Equipa de Futsal capaz de uma boa estreia na 1ª Divisão. Confesso o meu escasso conhecimento do Basquetebol. De qualquer forma, julgo que o saldo é positivo.
O Futebol, com a sua SAD, é um caso à parte. Parte do que foi feito estava preparado de trás mas não quero tirar méritos e responsabilidades à nova Direcção, até por, em muitos aspectos, nomeadamente neste, ser de continuidade. Dentro das nossas possibilidades financeiras, constituiu-se um bom plantel (para mim, é um dado adquirido e “irrevogável”, independentemente dos resultados que venhamos a ter), mesmo se julgo que precisamos de mais um defesa e de mais um avançado. O treinador, em cuja continuidade se apostou, ainda terá que dar provas de ser uma mais valia, uma solução e não um problema.
Nesta área, contudo, e em síntese, não tenho dúvidas em dar uma nota positiva, à volta de 15 numa escala de 0 de 20.
b) Imagem e Comunicação – Importa esclarecer que por imagem não me refiro a marketing e questões comerciais mas, sim, ao que o clube projecta de si para a população em geral, para sócios, para técnicos e atletas.
A comunicação para o exterior (v.g., para os media) melhorou. Atenção: melhorou, tendo em conta uma base de partida muito má. Dou uma nota suficiente, um 12 de 0 a 20.
A comunicação interna tem sido péssima, por quase inexistente. Somando a falta de ambição na difusão do jornal com a desesperante incapacidade (ou falta de vontade) de enviar uma simples carta para os sócios (com as consequentes perdas financeiras e, pior que tudo, anímicas, num clube tão desanimado) ou de dirigir umas palavras aos sócios no jogo após a entrada em funções, não posso dar mais do que a nota 1. Já com boa vontade.
A imagem que está no ar ainda é a do clube simpático que, ao arrepio do modo como foi fundado e se fez grande, é inofensivo, pouco ambicioso e pensa em pequenino (esta frase não é minha; é de uma possível futura convidada a escrever no blog). Justiça seja feita, aqui e acolá, parece ter havido alguns sobressaltos e a tentativa de inverter o discurso. Mas absorveram-se demasiados hábitos que considero de menoridade e de cedência ao que, por exemplo, grande parte da comunicação social quer, à viva força, que sejamos (e que não sejamos). O estado anímico do clube justifica cuidados intensivos. Quase nada se fez nesse âmbito. Ressalvo a reactivação de excursões nos jogos fora. De 0 a 20, dou 7.
c) Estruturação do clube. Só há conhecimento, aliás por uma alusão jornalística, à contratação de um Director Comercial, cuja perfil e capacidade desconheço quais sejam. Acho bem a sua contratação mas é (ainda) manifestamente insuficiente. O Clube precisa de alguns bons profissionais. Para mim, uma das prioridades absolutas está na área da comunicação e imagem.
Dada a escassez de dados, abstenho-me de dar uma nota. Face ao pouco que veio a público, ela teria de ser baixa; este é, portanto, um gesto de boa vontade. Vamos dar mais tempo.
d) Grandes Projectos para o Futuro. Desconheço a existência de algum. Não sei se algo está a ser preparado ou não. Quanto ao projecto imobiliário, sobre a recente decisão camarária não terá decerto passado o tempo suficiente para a sua reformulação. Também aqui me abstenho de dar nota e reservo a minha opinião até meio do mandato, porque as grandes coisas dificilmente se preparam em pouco tempo. Uma avaliação agora seria precipitada e certamente injusta.
Bem, e depois desta breve apreciação, fica no ar a pergunta: de forma imparcial que avaliação fazem da actuação da vigente Direcção até agora?
Post-Scriptum - Este artigo, com excepção desta nota, foi escrito no dia 4 de Outubro, antes, pois da Supertaça de Râguebi. As expectativas quanto a esta modalidade não foram, pois, provocadas pela nossa conquista daquele troféu, por terem sido formuladas anteriormente.