domingo, 6 de novembro de 2005

Neste dia, em . . .

1927 – Inauguração da nova sede na Rua da Junqueira, 188, 1º

A inauguração da segunda sede do Clube foi um acontecimento muito festejado. Valemo-nos de Acácio Rosa que relatou este acontecimento no seu livro “Factos, Nomes e Números 1919 – 1960”.

O Belenenses havia conquistado já os títulos máximos de Lisboa e Portugal, sagrando-se assim como um dos grandes do futebol nacional. Faltava-lhe todavia, o indispensável para poder ser um grande clube de desporto - uma sede e um campo próprio.
Finalmente, em 6 de Novembro de 1927, foi inaugurada com grande solenidade a nova sede, situada na Rua da Junqueira, 188, 1º, em frente da Rua das Casas do Trabalho e do terreno onde estava sendo construído o campo de futebol.
Todas as dependências da sede se encontravam repletas de associados.

Secretaria, Gabinete da Direcção, Sala de Bilhar, Sala de Honra, Sala de Comissões, Sala de Jogos, Sala de Ping-Pong e Bufete - tudo se encontrava arranjado com muito gosto, belo conforto e metódica arrumação. (...)

O Presidente do Belenenses saudou a Imprensa e os Clubes congéneres e assegurou aos organismos dirigentes uma colaboração sincera por parte do Clube. (...)

O Comandante António Maria Ribeiro, vice presidente, proferiu um discurso em que relembrou os primeiros tempo do Belenenses, os seus fundamentos e as dificuldades iniciais. Depois de frisar a brilhante série de triunfos do Clube, demonstrando que a grande força do seu ideal se sobrepôs a todas as vontades contrárias.



1964 – Nasce Maria João Falcão (atleta olímpica)

Maria João Falcão foi ginasta no Belenenses. Embota também tenha estado presente em Campeonatos Europeus (1978 e 1982) e Mundiais (1979, 1981 e 1983), teve como ponto alto na sua carreira a presença, em representação da Selecção Nacional, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, na modalidade de ginástica rítmica que se estreava então na competição.

Nas suas próprias palavras, a atleta descreveu recentemente a sua participação nestes jogos em Infoginastica.net:


"Os Jogos Olímpicos são a experiência desportiva mais fascinante que um atleta pode ter. Por um lado podemos considerar os JO como o alcançar do OBJECTIVO DESPORTIVO, que no fundo é o terminar de um ciclo com todos os problemas que isso implica – conseguir o apuramento, manter e optimizar a forma desportiva ao longo da época e maximizar a prestação nos Jogos.
Por outro lado, a experiência vivida de uns JO é algo indescritível e de difícil explicação porque a sensação é de “festa” permanente, só que aqui o conceito de festa tem a ver com a consciência do objectivo alcançado, de dificuldades superadas, de metas cumpridas e de satisfação consigo próprio. É mais o conceito de “festa interior” ou “estado de graça”. E isso transmite-se entre todos os colegas olímpicos.

Para nós na Ginástica, o processo de apuramento decorre no Campeonato do Mundo do ano anterior aos Jogos Olímpicos. No meu caso foi no Campeonato do Mundo de Estrasburgo em 1983 e aconteceu-me um incidente pouco antes de entrar para o exercício de arco. Estava na sala de aquecimento e quando me chamaram para entrar em prova fiz um último lançamento para me sentir mais confiante e o arco desapareceu. Continuaram a chamar-me para entrar (se não o fizermos somos eliminadas) e eu sem arco. Finalmente uma colega foi a correr buscar outro arco para eu entrar em prova e evidentemente continuavam a chamar-me para entrar. Lá fui eu com um arco substituto com o qual nunca tinha treinado e com um stress enorme. Foi nessa altura depois daquele susto todo e a arriscar uma desqualificação devido ao atraso, que decidi que mais nada podia correr mal e com essa resolução firme fiz a melhor prova da minha vida, conseguindo o apuramento. Fui assim a primeira ginasta portuguesa apurada para os Jogos Olímpicos, onde iria ser introduzida a modalidade.

A preparação foi dura, entre seis a oito horas diárias. Tinha acabado de entrar para o Instituto Superior de Educação Física e tinha que compatibilizar aulas teóricas e práticas (futebol, rugby, etc.) com os treinos, o que se tornava realmente uma “missão impossível”. Tivemos muitas provas internacionais nesse ano e ganhei o Torneio Internacional da Bélgica. Foi uma experiência inesquecível o subir ao pódio – 1º lugar – e ouvir o hino nacional.

A participação nos Jogos Olímpicos foi fascinante embora a minha classificação final tenha ficado aquém das minhas expectativas, uma vez que tive uma classificação de quase 1 ponto a menos do que deveria ter no meu exercício de fita o que obviamente me fez descer na classificação final. Após os Jogos Olímpicos abandonei a prática da Ginástica como ginasta e passei a ser treinadora.
".


Parabéns Maria João!