domingo, 18 de dezembro de 2005

BELENENSES - 2, PAÇOS DE FERREIRA - 0: Crónica e Comentário

ROLANDO para fora da linha de água, mesmo jogando a MEYONG gás

Das cabeças de Rolando e de Meyong saíram 3 pontos que nos são como pão para a boca.
Mérito, ainda, para os pés de Amorim e de Sousa de onde vieram, milimétricos, os respectivos cruzamentos.
Quase que poderia ficar por aqui. Pouco mais fizemos.

Pode-se dividir o jogo em duas partes: uma primeira aterradora, em que fizemos o golo e uma belíssima jogada aos 43 minutos, finalizada por Meyong por cima. Não fizemos rigorosamente mais nada.
Uma segunda parte, bem melhor (não era difícil), mas ainda assim carente de consistência. Havia mais espaço e nele a equipa ganhou alguma fluidez e objectividade.
Sobressaíram Amorim e Meyong. O meio campo, porém, continuou lá atrás.

Valeu-nos que o Paços não passou pelo Restelo. Assustou-nos a sério por uma vez na primeira parte, mas Marco Aurélio estava lá. Trocou a bola, mas quase sempre inofensivo na finalização. Não sem que, porém, deixasse de pôr a nu as fraquezas das nossas alas defensivas, por onde se passa como faca em manteiga.

Ganhámos e isso era muito importante. Estamos bem mais aliviados. Faltam 4 a 6 pontos para chegarmos ao final da primeira volta na luta, mas não com a corda na garganta. Desse ponto de vista, e só desse, parabéns à equipa e Obrigado.

Análises individuais:
(Notas de 0 a 5)

Marco Aurélio (4) – Esteve impecável na única vez em que foi testado a sério. Na minha opinião, só por isso, hoje valeu pontos.

Sousa (2) – Está mal. Trapalhão a atacar e sem ritmo a defender. Tem 1 pelo centro para golo e 1 pela entrega.

Vasco Faísca (1) – Não dá.

Rolando (5) – Grande cabeçada para o golo e excelente exibição nos 90 minutos. O melhor em campo.

Pelé (4) – Forte e consistente. Perto do seu melhor nível.

Rui Ferreira (2) – Dia “não”. Eficácia relativa a marcar e a tirar bolas. Nulo acerto na manobra ofensiva.

Pinheiro (1) – Três bons passes durante o jogo e, de resto, a fuga da bola e do jogo do costume.

Amorim (4) – Segunda parte muito boa e, na primeira, um belo centro para o golo. Parece estar a começar a não ter medo de ter a bola, de andar com ela e de emprestar dinamismo e caudal de jogo à manobra ofensiva da equipa. Era bom que continuasse a progredir.

Paulo Sérgio (2) – Inconsequente. Demasiado agarrado à bola.

Ahamada (2) – Tem técnica e capacidade de drible. Porém, continua a não saber enquadrar-se no jogo e tirar partido da sua boa técnica. Fê-lo a espaços. Passou a segunda parte em fora de jogo.

Meyong (5) – Excelente. Forte na recepção e na manutenção da bola, apesar de metido entre os centrais. O segundo golo é fruto do seu trabalho e é um lance de belo efeito. Pensar que não o teremos em Janeiro tira-me o sono.

Couceiro (0) – Tinha a honrosa pontuação de 3 até às 18H43. Vinha eu no carro para casa e anunciou-se a reportagem do Restelo. Pensei: “é melhor desligar”. Burro, fiquei ali a ouvir falar Couceiro. Lá veio a ladainha dos “adeptos isto e dos adeptos aquilo”. Não tenho pachorra. Couceiro, fustigado pelas tarjas dos Super Dragões como “treinador sem carisma” (sic), deve estar a pensar que chegou aqui à terra dos pategos. Uma míseras assobiadelas numa substituição e eis o novo Jesus Cristo. A mim, Couceiro não me vende xuxas. Os Adeptos do Belém foram a Setúbal em número de 300 num dia de semana suportar um frio desumano para ver uma equipa de Marias Amélias enxovalhar o seu emblema. Mesmo aí agarraram em cada nesga de emoção para gritarem pelo seu clube. Hoje, aguentaram, estoicamente, sem assobiar, uma primeira parte repelente. Que mais quer Couceiro, que tem o 5º plantel mais bem pago do país e provavelmente o único pago a hora? Couceiro, que se julga adepto do Belenenses por ir cortar o cabelo às piscinas, deve julgar que o clube foi fundado ontem.
Esquece-se que foi antecedido no cargo por treinadores com carisma, e não pouco, ao pé dos quais, ele, enfim…
Seja como for, ganhe jogos, e ponha a equipa a jogar, se quiser ganhar o meu respeito


(Publicado às 20h48m)