Quando se está abaixo da linha de água e com a equipa a realizar performances entre o miserável e o medíocre mais, os adeptos ganham uma natural tendência para o paranormal e para a superstição.
Creio que foi um pouco por isso que os meus colegas de blog me pediram para fazer esta antevisão, acenando com o facto de que, de cada vez que as fiz, não perdemos.
É verdade.
Mas, também não ganhámos.
Tem sido nos empates e no seu respectivo ponteco que a nação Pastel (ou o que resta dela) que ainda se preocupa com estas coisas da bola tem tentado vislumbrar a luz ao fundo do túnel tenebroso em que se transformou a época 2005-06.
Avoluma-se a saudade e a necessidade de uma vitória.
Ora, o nosso adversário de Sábado ao princípio da noite é, nada mais, nada menos, que o líder do campeonato.
Chama-se Nacional da Madeira e vem do místico local Madeirense da “Choupana”, sítio onde se refugiou após anos a partilhar um Caldeirão que nos seus jogos se apresentava desoladoramente deserto.
Num acto de afirmação e de independência, o clube migrou para um socalco 600 metros acima do Funchal, condensando-se num estádio de uma só bancada.
Desde que para ali foi após o seu regresso ao escalão principal, a agremiação tem somado agradáveis feitos classificativos, que actualmente desembocam na liderança partilhada à 12ª jornada.
Tais desideratos têm sido difíceis de engolir pela lusofonia futebolística, a qual, em jeito de sais de fruto, tem recorrido a aspectos paranormais para os justificar: ora são as “brumas” em que normalmente está envolta a Choupana, ora é a altitude e a humidade, ora são as reduzidas dimensões do relvado, o frio, a estridência das vozes femininas daquela estranha claque, ou, então, é a soma de tudo aquilo após um desgastante voo sobre o Atlântico que culmina numa aterragem muitas vezes complicada.
No fundo, recorre-se a tudo e mais alguma coisa para escamotear um facto simples: os homens jogam como o caraças!!
E jogam dessa forma porque, ao que parece, têm um presidente que nasceu para perceber de futebol, facto que se atesta empiricamente, entre outras coisas, pelo facto de todos os treinadores que contrata ali singrarem: Peseiro, Mior e, agora, Machado, ou, se quiserem, por aspectos mais pontuais e prosaicos como a escolha e posterior contratação do famoso Rossato pela Internet!
Enfim, o futebol é para quem nasceu para isso.
Ainda hoje (Quinta feira), nos jornais, Machado incinerava uma daquelas desculpas metafísicas recordando que as medidas da Choupana são, no fundo, iguais às do Dragão.
É certo que esses méritos também têm que ser partilhados com Alberto João e com mais alguns milhões de contribuintes anónimos, os quais, na sua maior parte, não são adeptos do Nacional da Madeira.
Mas, enfim, o mérito futebolístico de quem manda nesse clube tem que ser reconhecido e assinalado, pois, como se sabe, a disponibilidade financeira não é, só por si, garantia de sucessos. Creio que o sabemos bem.
Bom, retomando o fio à meada, Sábado defrontaremos um clube que indiscutivelmente se afirmou nos últimos anos pela qualidade do futebol que pratica.
Quem tem estado atento, reconhece a forma ligada e descomplexada como as equipas do Nacional da Madeira se apresentam em campo, seja na brumosa Choupana, seja fora de casa.
Eles possuem e exibem uma coisa para nós rara, diria mesmo, quase mítica, chamada de “fio de jogo”.
As estatísticas demonstram inequivocamente essa superioridade do clube que nos visita. Eis a pontuação das últimas 4 épocas, esta incluída.
Nacional : 40+56+41+27=164
Belenenses: 42+35+46+11=134
À data, a diferença entre nós e este novo colosso do futebol Português é de 30 pontos!!!
Coisa assinalável para um clube que é o segundo numa cidade de cerca de 150 mil habitantes e onde o primeiro é, na verdade, o terceiro.
Um clube que tem 2000 adeptos no seu estádio numa altura em que lidera o campeonato, o qual tem uma só bancada.
Um clube sem nenhum título no seu historial e nenhuma outra figura pública que não seja o seu jovem presidente que dá o nome ao seu próprio estádio.
Perante tudo isto, diria que, Sábado, no Restelo, se defrontaram os dois conceitos mais opostos do futebol Português!!!
O “pequeníssimo” Nacional, todo condensado no futebol.
O “imenso” Belenenses, disperso pelas suas muitas “quintas”.
Eles lideram.
Nós estamos abaixo da linha de água.
Sinais dos tempos!
Bom, indo ao que interessa, a verdade é que o jogo de Sábado é de vitalíssima importância para a nossa luta pela fuga à despromoção.
Poderão dizer que ainda é cedo para tais contas ou afirmações, ou, então, que todos os jogos são para ganhar e que o próximo é tão importante como os que hão-de vir, etc., etc., etc
Mas, se olharmos friamente para a classificação e para o calendário vindouro, vê-se a importância deste jogo.
Neste momento, a linha de água está nos 11 pontos, sendo que sete equipas vão até aos 12.
A 8ª já tem 14.
Isto é, o pelotão da retaguarda está em formação e, neste momento, tem 7 participantes. Se este pelotão se vier a reduzir e se nós tivermos nele, o futuro é negro numa segunda volta em que 3 dos nossos jogos em casa são contra o “trio dos CTT”.
Vistas as coisas de outro modo, entendo que não podemos acabar a primeira volta muito longe dos 20 pontos, sob pena de entramos na segunda já enterrados até ao pescoço.
Por isso, GANHAR este jogo é fundamental.
Nesta altura e neste momento, os jogadores têm que aceitar a necessidade imperiosa de derrotarem o líder, equipa que sobre nós tem 16 pontos de diferença.
O líder é o líder, mas o Restelo é o Restelo. Jogador do Belenenses que não aceite isto e o facto de que no Restelo mandamos nós, está cá a mais!!
Vimos de um empate na luz, onde, com um pouco mais de audácia, poderíamos ter ganho.
Porém, acredito que não ter perdido ali pode ser um factor de moralização.
Podemos, pois, acreditar que será um Belém “moralizado” aquele que entrará em campo.
Já quanto às expectativas do que iremos fazer à bola, lamento, mas a minha antevisão não é das melhores.
Do ponto de vista do tratamento da bola, o que se passou na luz só vem provar a tese de que somos uma das piores equipas do campeonato a mantê-la e a trocá-la.
Ao ver o jogo com o Boavista, supus que a equipa pudesse ser reconstruída a partir de uma determinada base que julguei ter visto nesse jogo.
Os jogos seguintes (luz incluída) decepcionaram-me terrivelmente. A equipa, em termos ofensivos, voltou a não fazer ideia do que é que anda a fazer em campo. À 12ª jornada, isso é muito grave.
Por isso, ou estou muito enganado, ou só consigo vislumbrar uma vitória nascida, não da nossa capacidade de “jogar à bola”, dominando o jogo e o adversário, mas da decorrência favorável das vicissitudes do jogo, mesmo num cenário em que até seja o Nacional da Madeira a fazer as suas despesas ofensivas.
Antevejo rasgos, como aquele do Meyong contra o Rio Ave.
Só assim consigo antever aquilo que desesperadamente precisamos – uma vitória.
Não me apetece antever outros cenários.
Acabo da mesma maneira que acabei a antevisão anterior:
Ganhem!
Que bem precisamos.
Creio que foi um pouco por isso que os meus colegas de blog me pediram para fazer esta antevisão, acenando com o facto de que, de cada vez que as fiz, não perdemos.
É verdade.
Mas, também não ganhámos.
Tem sido nos empates e no seu respectivo ponteco que a nação Pastel (ou o que resta dela) que ainda se preocupa com estas coisas da bola tem tentado vislumbrar a luz ao fundo do túnel tenebroso em que se transformou a época 2005-06.
Avoluma-se a saudade e a necessidade de uma vitória.
Ora, o nosso adversário de Sábado ao princípio da noite é, nada mais, nada menos, que o líder do campeonato.
Chama-se Nacional da Madeira e vem do místico local Madeirense da “Choupana”, sítio onde se refugiou após anos a partilhar um Caldeirão que nos seus jogos se apresentava desoladoramente deserto.
Num acto de afirmação e de independência, o clube migrou para um socalco 600 metros acima do Funchal, condensando-se num estádio de uma só bancada.
Desde que para ali foi após o seu regresso ao escalão principal, a agremiação tem somado agradáveis feitos classificativos, que actualmente desembocam na liderança partilhada à 12ª jornada.
Tais desideratos têm sido difíceis de engolir pela lusofonia futebolística, a qual, em jeito de sais de fruto, tem recorrido a aspectos paranormais para os justificar: ora são as “brumas” em que normalmente está envolta a Choupana, ora é a altitude e a humidade, ora são as reduzidas dimensões do relvado, o frio, a estridência das vozes femininas daquela estranha claque, ou, então, é a soma de tudo aquilo após um desgastante voo sobre o Atlântico que culmina numa aterragem muitas vezes complicada.
No fundo, recorre-se a tudo e mais alguma coisa para escamotear um facto simples: os homens jogam como o caraças!!
E jogam dessa forma porque, ao que parece, têm um presidente que nasceu para perceber de futebol, facto que se atesta empiricamente, entre outras coisas, pelo facto de todos os treinadores que contrata ali singrarem: Peseiro, Mior e, agora, Machado, ou, se quiserem, por aspectos mais pontuais e prosaicos como a escolha e posterior contratação do famoso Rossato pela Internet!
Enfim, o futebol é para quem nasceu para isso.
Ainda hoje (Quinta feira), nos jornais, Machado incinerava uma daquelas desculpas metafísicas recordando que as medidas da Choupana são, no fundo, iguais às do Dragão.
É certo que esses méritos também têm que ser partilhados com Alberto João e com mais alguns milhões de contribuintes anónimos, os quais, na sua maior parte, não são adeptos do Nacional da Madeira.
Mas, enfim, o mérito futebolístico de quem manda nesse clube tem que ser reconhecido e assinalado, pois, como se sabe, a disponibilidade financeira não é, só por si, garantia de sucessos. Creio que o sabemos bem.
Bom, retomando o fio à meada, Sábado defrontaremos um clube que indiscutivelmente se afirmou nos últimos anos pela qualidade do futebol que pratica.
Quem tem estado atento, reconhece a forma ligada e descomplexada como as equipas do Nacional da Madeira se apresentam em campo, seja na brumosa Choupana, seja fora de casa.
Eles possuem e exibem uma coisa para nós rara, diria mesmo, quase mítica, chamada de “fio de jogo”.
As estatísticas demonstram inequivocamente essa superioridade do clube que nos visita. Eis a pontuação das últimas 4 épocas, esta incluída.
Nacional : 40+56+41+27=164
Belenenses: 42+35+46+11=134
À data, a diferença entre nós e este novo colosso do futebol Português é de 30 pontos!!!
Coisa assinalável para um clube que é o segundo numa cidade de cerca de 150 mil habitantes e onde o primeiro é, na verdade, o terceiro.
Um clube que tem 2000 adeptos no seu estádio numa altura em que lidera o campeonato, o qual tem uma só bancada.
Um clube sem nenhum título no seu historial e nenhuma outra figura pública que não seja o seu jovem presidente que dá o nome ao seu próprio estádio.
Perante tudo isto, diria que, Sábado, no Restelo, se defrontaram os dois conceitos mais opostos do futebol Português!!!
O “pequeníssimo” Nacional, todo condensado no futebol.
O “imenso” Belenenses, disperso pelas suas muitas “quintas”.
Eles lideram.
Nós estamos abaixo da linha de água.
Sinais dos tempos!
Bom, indo ao que interessa, a verdade é que o jogo de Sábado é de vitalíssima importância para a nossa luta pela fuga à despromoção.
Poderão dizer que ainda é cedo para tais contas ou afirmações, ou, então, que todos os jogos são para ganhar e que o próximo é tão importante como os que hão-de vir, etc., etc., etc
Mas, se olharmos friamente para a classificação e para o calendário vindouro, vê-se a importância deste jogo.
Neste momento, a linha de água está nos 11 pontos, sendo que sete equipas vão até aos 12.
A 8ª já tem 14.
Isto é, o pelotão da retaguarda está em formação e, neste momento, tem 7 participantes. Se este pelotão se vier a reduzir e se nós tivermos nele, o futuro é negro numa segunda volta em que 3 dos nossos jogos em casa são contra o “trio dos CTT”.
Vistas as coisas de outro modo, entendo que não podemos acabar a primeira volta muito longe dos 20 pontos, sob pena de entramos na segunda já enterrados até ao pescoço.
Por isso, GANHAR este jogo é fundamental.
Nesta altura e neste momento, os jogadores têm que aceitar a necessidade imperiosa de derrotarem o líder, equipa que sobre nós tem 16 pontos de diferença.
O líder é o líder, mas o Restelo é o Restelo. Jogador do Belenenses que não aceite isto e o facto de que no Restelo mandamos nós, está cá a mais!!
Vimos de um empate na luz, onde, com um pouco mais de audácia, poderíamos ter ganho.
Porém, acredito que não ter perdido ali pode ser um factor de moralização.
Podemos, pois, acreditar que será um Belém “moralizado” aquele que entrará em campo.
Já quanto às expectativas do que iremos fazer à bola, lamento, mas a minha antevisão não é das melhores.
Do ponto de vista do tratamento da bola, o que se passou na luz só vem provar a tese de que somos uma das piores equipas do campeonato a mantê-la e a trocá-la.
Ao ver o jogo com o Boavista, supus que a equipa pudesse ser reconstruída a partir de uma determinada base que julguei ter visto nesse jogo.
Os jogos seguintes (luz incluída) decepcionaram-me terrivelmente. A equipa, em termos ofensivos, voltou a não fazer ideia do que é que anda a fazer em campo. À 12ª jornada, isso é muito grave.
Por isso, ou estou muito enganado, ou só consigo vislumbrar uma vitória nascida, não da nossa capacidade de “jogar à bola”, dominando o jogo e o adversário, mas da decorrência favorável das vicissitudes do jogo, mesmo num cenário em que até seja o Nacional da Madeira a fazer as suas despesas ofensivas.
Antevejo rasgos, como aquele do Meyong contra o Rio Ave.
Só assim consigo antever aquilo que desesperadamente precisamos – uma vitória.
Não me apetece antever outros cenários.
Acabo da mesma maneira que acabei a antevisão anterior:
Ganhem!
Que bem precisamos.