domingo, 15 de janeiro de 2006

BELENENSES - Sporting: Análise e Comentário

À ATENÇÃO E ESCRUTÍNIO DOS SENHORES LEITORES . . .

O filme de terror continua. A bolinha não é posta porque sejam aqui ditos palavrões ou impropérios, com grande esforço do autor, ao longo do artigo, excepto na descrição de pormenores do jogo que mais não serão que a própria e incontornável realidade.
Também para evitar o uso de termos menos adequados, Couceiro será tratado de agora em diante de "treinador" (entre aspas, comme il faut).
Considerem-se avisados.



Análise e Comentário

No quase quincagenário Estádio do Restelo, defrontar-se-iam, segundo objectivos iniciais de cada clube à partida do campeonato, um candidato ao título e um candidato às provas europeias.
Chatice suprema, o futebol não fica bem só falado. Ao contrário do fado, como nos provou o saudoso João Villaret.
Por isso mesmo e em vez do que se anteveria em Setembro, ontem defrontaram-se um EX-candidato ao título, agora candidato às provas europeias (Taça UEFA) - o Sporting evidentemente, e um EX-candidato às provas europeias e actualmente candidato à descida de divisão com cada vez mais chances de o conseguir da forma a que por isso tem feito.

Desengane-se quem ache que esta é uma análise tendenciosa. Serei o mais objectivo possível. A bolinha é por outras razões.

Vamos começar pelo fim:


A FIGURA DO JOGO
Um sorriso simpático, sem dúvida.
O merecimento do epíteto é total.
A razão é fácil de ver.

Carvalhal deve rir a bandeiras despregadas e com salário ao fim do mês enquanto trabalha para o nosso accionista. Parece que o estou a ouvir: “Ainda diziam mal de mim, Ah ah ah ah! (riso zombeteiro)



TÁCTICA DE JOGO
Couceiro inventou um novo esquema táctico:
o 4-2-4-0.
Uma variante “inteligente” do 4-2-3-1.

No artigo de ontem, eu havia previsto a utilização do 4-2-3-1:

Marco Aurélio;
Amaral, Rolando, Pelé e Sousa;
Ruben Amorim, Rui Ferreira;
Paulo Sérgio, Silas, Ahamada;
Romeu

Em conversa com um grupo de amigos antes do início do jogo, um deles aventou a hipótese que infelizmente se veio a verificar. Silas a Avançado-Centro. Rubem a “nº10” e mais um ferrolho ao lado de Rui Ferreira.
Que disparate, pensei eu. “Essa, nem o Couceiro” – disse então. “Só de propósito” – pensei para mim.

Só que … foi mesmo. Não quero chamar estúpido a ninguém, mas isto não lembra ao diabo.

Marco Aurélio;
Amaral, Rolando, Pelé e Sousa;
Sandro, Rui Ferreira;
Ruben Amorim;
Paulo Sérgio, Silas, Ahamada;
0 (ZERO)

SILAS A PONTA DE LANÇA? Porque não eu? Já agora…
No entanto, permitiu-nos, finalmente, ver a razão da expressão demos 45 minutos de avanço. Um verdadeiro desastre. Uma primeira parte para esquecer.

Na segunda, um assomo de brio que durou 20 ou 25 minutos em que o Belenenses encostou o Sporting às cordas. Se nesse período tivessemos um ponta-de-lança talvez ….. quem sabe….? Mas Couceiro, quem sabe se traumatizado pelos disparates feitos ao intervalo do jogo com o Gil Vicente esperou 20 minutos já dentro da segunda parte para pôr um, UM, ponta de lança em jogo. Brilhante. Assim não espanta ninguém que se diga:

Couceiro ganhou o jogo, mas para o Sporting. O Belenenses, esse, perdeu-o.

Os jogadores (como poderão ver mais em detalhe a minha opinião individualmente) esforçaram-se e até conseguiram uns 20 minutos de futebol.

Desengane-se, porém, quem julgue que advogo a demissão do “treinador”. Era o que faltava. Já nos basta um a receber de nós e a trabalhar para o segundo maior accionista da SAD. Se o jovem e promissor “treinador” julgava que isto era um passeio e que se desse para o torto era mais um no cemitério de treinadores DESPEDIDOS do Belenenses, desengane-se. Faça-se homem e faça o trabalho para que lhe pagam. Digo eu…



O Adversário
Não teremos tão cedo uma equipa tão fraca do Sporting no Restelo. Um Belenenses que tivesse uma equipa e um treinador (e não “treinador”) não teria dificulade em encostar este Sporting às cordas. Um oportunidade perdida, além de três preciosos pontos.


Arbitragem
Falhas na aplicação da lei da vantagem (as tais habilidades), da gestão do tempo de desconto (apenas 4 minutos de compensação na segunda parte), um penalty que não foi assinalado a favor do Belenenses aos 58 minutos (mão do defensor do Sporting) e vários foras-de-jogo mal assinalados contra nós.
Mais uns habilidosos que passaram no Restelo. Excelentes na gestão dos momentos do jogo, nos seus interesses, claro.



Jogadores: Análise Individual
Ora neste espartilho idiota e apesar dele não culpo os jogadores.
Como, aliás, poderão constatar pelas notas e apreciações que a seguir arrolo.

Marco Aurélio: FOI um grande, excelente, extraordinário, Guarda-Redes. Tenho por ele uma admiração imensa e uma enorme gratidão pelas desgraças que nos evitou no passado. No passado. Por toda a sua carreira dou NOTA 5.

Amaral: Quicá fruto do seu afastamento mais prolongado, está com fraco ritmo. Fraco ritmo que, aliás, já lhe tinha ditado o afastamento. Apesar disso participou muito nas acções ofensivas na segunda-parte e tentou remar contra a corrente. NOTA 3.

Pelé: Esteve sóbrio e seguro excepto, julgo, no lance do golo em que talvez pudesse ter tentado fazer mais qualquer coisa. NOTA 3.

Rolando: Foi a rocha. Não me recordo de terem passado por ele ou de ter comprometido de alguma forma. Manchou a exibição pelo pouco afoito que foi num lance em que estou certo que se julgou em for a-de-jogo e por isso perdeu o tempo de remate que daria golo certo, do empate, que merecíamos inteiramente. NOTA 4.

Sousa: O único capaz de com a bola nos és ir para cima do adversário no um-para-um. Excelentes rasgos através de passes de flanco a flanco, aproveitando os desiquilíbrios e o avanço de Amaral no terreno. Um afoito destes no meio-campo e tinhamos ganho o jogo. A este a bola não queima. Sousa na esquerda: uma aposta para continuar. NOTA 4.

Rui Ferreira: O costume. Raçudo e lutador ganhou muitas bolas. Imprescindível. NOTA 3.

Sandro: Não percebi a sua utilização. Pela cabeçada que falhou e que podia ter dado golo do Belenenses dou NOTA 1.

Ruben Amorim: Uns bons furos abaixo das exibições que lhe valeram a titularidade. Recuso-me a trucidá-lo pela grande penalidade falhada. Eu nunca poria um jovem de 21 anos a marcar aquele penalty tanto mais que ainda por cima estava pela primeira vez em jogo um novo modelo de bola (a que se´ra a oficial do Mundial 2006). Precisava-se de um jogador maduro para a marcação do penalty que poderia ter virado o jogo. Silas tinha saído mas estavam em campo Pelé, Rui Ferreira, Ahamada, Romeu e Sousa. No resto muito apagado. NOTA 2.

Paulo Sérgio: Mais uma demonstração que até para jogar futebol é necessário ser minimamente inteligente. Não ganha uma disputa um-para-um, nem em drible nem em velocidade.. Completamente inofensivo. A médio direito (encostado ao flanco) jogou um pouco melhor na segunda parte, mas longe de ser positivo.NOTA 1.

Ahamada: Criou alguns problemas ao lateral do Sporting. Acusa no entanto o problema de ser um dextro a jogar na esquerda pois perde sempre o tempo de cruzamento ao ter de mudar de pé. Acresce que não é extremo. NOTA 1.

Romeu: É o único ponta de lança clássico no plantel. Não podia ter ficado no banco. Disputou sempre os lançes e ganhou vários de cabeça. Idiotice não ter sido titular. Jogou 27 minutos. NOTA 2.

José Pedro: Entrou tarde (77’) mas bem no jogo. Um bom remate que quase dava golo aos 82 minutos. Não se podia pedir mais. NOTA 2.

Dady: Deixou boas indicações nos 13 minutos que esteve em campo. NOTA 2.



Conclusão
Mais uma derrota, que nos deixa de pés molhados, mais cadeiras partidas e mais uma vez a torcer para que Benfica e F.C. Porto vençam os seus jogos (que tristeza) contra os nossos adversários directos, Académica e Estrela da amadora.

Pode haver coisa pior que isto?

Pode… é só esperar por um novo 9 de Maio (2004), que desta vez será a 7. Pelo menos que tenha o mesmo desfecho. Porque o caminho, esse, infelizmente, já é o mesmo.
Não tenhamos ilusões.