Nesta época, o Belenenses venceu todos os jogos em casa do Campeonato Nacional. Aos seus grandes rivais, aplicou três goleadas: 5-2 ao Benfica, 5-0 ao Sporting e estes 4-0 ao F.C.Porto.
Depois de um período de grande expansão patrimonial (1934, expansão das bancadas e construção de pista de Atletismo, a melhor do país, nas Salésias; cobertura da bancada central, em 1936; arrelvamento do campo, em 1937; expansão das bancadas em mais 5.000 lugares de peão, aumentado a lotação para 25.000, em 1939; início de publicação de excelente boletim mensal e beneficiação de Pista de Atletismo, em 1940; iluminação do campo de Basquetebol, em 1941), o Belenenses iniciou em grande a década de 40. Em 39-40, 40-41 e 41-42, foi 3º, nos dois primeiros casos com a melhor defesa do campeonato. Em 42/43, a classificação final ficou assim ordenada:
Mas, a dizer a verdade, o Belenenses teria sido um justo vencedor. Fez uma carreira extraordinária. Teve o melhor ataque, a melhor defesa, e o melhor goal-average: 78-20.
Note-se que marcámos mais 4 golos que o 2º melhor Ataque (Benfica, com 74) e sofremos menos 17 golos (!!!!) que 2ª a melhor Defesa (Sporting, com 37).
A nossa diferença entre golos marcados e sofridos (58) foi em 22 golos superior ao 2º melhor goal-average (Benfica, 36).
Além das folgadas vitórias sobre os outros grandes, goleou o Vitória de Guimarães por 12-0 e o Olhanense por 8-0. Deve-se destacar o nosso goleador Rafael (Campeão em 1946), que assinou 20 golos em 18 jogos.
Somando os golos nos jogos do Belenenses disputados em casa e fora de casa, o Belenenses superou todos os outros clubes participantes:
Belenenses – Benfica – 7-6
Belenenses – Sporting – 6-2
Belenenses – União de Lisboa – 7-0
Belenenses – Olhanense – 12-0
Belenenses – Académica – 6-2
Belenenses – F.C.Porto – 5-3
Belenenses – V.Guimarães – 13-3
Belenenses – Unidos do Barreiro – 13-2
Belenenses – Leixões – 9-2
Então, porque perdemos o campeonato?
Duas arbitragens vergonhosas foram decisivas: justamente as que ditaram as nossas derrotas em casa do Sporting e do Benfica. No primeiro caso, com um golo injustamente anulado ao Belenenses; no segundo caso, com 2 penalties para o Benfica que só existiram na imaginação do árbitro. Bem diz o Homero Serpa...
Ainda assim, à entrada da última jornada, a 2 pontos do Benfica e a 1 ponto do Sporting, com o Benfica a jogar fora e dispondo nós de vantagem sobre ambos os adversários em caso de empate, podíamos ainda ser campeões.
E essa hipótese parecia ganhar consistência a 45 minutos do fim. Ao intervalo o Belenenses ganhava tranquilamente ao Leixões, o Sporting estava em dificuldades com o Unidos do Barreiro, e o Benfica estava a sofrer (e empatado) em Coimbra, contra a Académica. No final, porém, o Benfica ganhou por 4-3, e o Sporting acabou por se desembaraçar, vencendo por 5-1, de pouco ou nada valendo o triunfo do Belenenses sobre o Leixões por 5-0.
Seja como for, o Belenenses atravessava um período de grande fulgor: nesse mesmo ano de 1943, seria Campeão de Lisboa pela 5ª vez; em 1945, triunfaria novamente no mesmo Campeonato; em 1946, seria Campeão Nacional.
Quanto às vitórias folgadas sobre o F.C.Porto, esta foi apenas uma de muitas obtidas pelo Belenenses. Em nossa casa, registamos os seguintes triunfos gordos: para a Liga I, 3-0, em 36/37; para o Campeonato Nacional: 7-3 em 41/42, 4-0 em 42/43, 4-0 em 43-44, 3-0 em 47/48, 5-3 em 49-50, 5-2 em 53-54 e, mais recentemente, 3-0 em 2001/2002; para a Taça de Portugal, 5-1 em 41-42 e 3-0 em 62-63. No estádio do nosso adversário, duas vitórias de arromba: 6-2 em 44/45 e 4-0 em 74/75.