O destaque da Imprensa Desportiva vai naturalmente para o rescaldo da goleada ao Penafiel e para o fecho das inscrições, na tarde de hoje. No entanto, sobre este assunto, a informação é muito contraditória.
“A Bola” realça o fecho das inscrições e “adianta” que hoje de manhã chegará Thiago Gentil ao Restelo, qual D. Sebastião:
Gentil chega esta manhã. Saídas foram discutidas.
A administração do Belenenses esteve ontem à noite reunida no sentido de analisar saídas de jogadores no período de transferências que hoje fecha. A pressão pontual é grande mas a pressão financeira ainda maior, pelo que... a pressão de alguns interessados criou dúvidas na cabeça de alguns homens do futebol azul, que defendem a rentabilização de passes de jogadores. Meyong, em foco na Liga e na Taça das Nações Africanas, é o mais notado dos atletas, mas também Pelé e Rolando estão a ser seguidos, no caso por clubes ingleses. Gentil, avançado brasileiro, chega esta manhã.
O “Record” traz uma entrevista com Rui Jorge:
Rui Jorge: «Posso ser mais-valia mas não sou salvador»
JOGADOR RECUSA PAPEL DE HERÓI NO SEU REGRESSO À COMPETIÇÃO
“Seis meses depois de ter sido obrigado a parar de competir, após ter sido dispensado pelo Sporting, Rui Jorge voltou a jogar futebol de alta competição. E verdadeiramente em “alta”: no seu primeiro jogo com a camisola do Belenenses ajudou a equipa a impor uma goleada ao Penafiel, por 5-0, tendo mesmo sido o “mentor” dos segundo e terceiro golos.
“Tenho consciência de não estar ainda com o ritmo competitivo ideal. Mas sinto-me bem fisicamente e, acima de tudo, muito bem integrado no clube. Creio que é nos momentos mais difíceis que se conhece melhor um grupo”, contou-nos o defesa-esquerdo dos azuis, para quem as assistências a dois dos golos de domingo foram “normais”. Explica: “O nosso trabalho depende sempre do que a equipa precisa. Para mim, é normal subir e ajudar naquele tipo de lances... espécie de talismã. Posso ser uma mais-valia devido à minha experiência, mas sou apenas mais um a contribuir para o trabalho de um grupo”, respondeu.
E Rui Jorge rematou assim: “Mesmo sendo um defesa, é natural que algumas pessoas possam pensar que eu faria a diferença em termos individuais. Mas nunca foi essa a minha forma de ser. Sou importante, mas como mais um elemento do grupo. Só isso!”
“O Jogo” aproveita para fazer uma entrevista ao homem do jogo, Hassan Ahamada:
Três golos frente ao Penafiel valeram-lhe a primeira ovação no Restelo. Internacional francês nas camadas jovens, Ahamada espera vir a brilhar ainda mais no futebol português
“O JOGO: Pela primeira vez na sua carreira, marcou três golos num só jogo. Alguma explicação especial?
AHAMADA: Bem, até este jogo, eu tinha sempre alinhado numa das alas, fosse a esquerda ou a direita. Desta vez, o treinador colocou-me a jogar mais perto do ponta-de-lança, como eu fazia no Nantes... e resultou.
P: Assim teve mais liberdade ofensiva...
R: Sim, e penso que assim é mais fácil conseguir aproveitar as minhas qualidades. Esta é que é a minha verdadeira posição - sou um jogador que gosta de ter espaço. Na ala, tenho menos espaço, porque estou quase sempre marcado, enquanto assim tenho mais vezes a bola e é mais fácil para mim, mas, claro, é o treinador que escolhe e, se ele me voltar a colocar numa ala, é assim que eu tenho de tentar fazer o meu jogo.
P: De qualquer forma, o segredo não foi só esse, porque, habitualmente, apenas aponta dois, três ou quatro golos por época... Não há outra explicação? Por exemplo, de ordem mística?
R: Não, não tenho nenhum tipo de orientação religiosa, até sou ateu. Gosto de todas as religiões e respeito-as a todas. O meu pai é muçulmano, a minha mãe é cristã, eu respeito-os, mas não acredito em nada particularmente.
P: Estava a precisar de uma motivação como esta?
R: Sim, trouxe-me muita confiança e motivação, mas, ao mesmo tempo, também sei que preciso é de continuar a trabalhar.
P: Foi a primeira vez que recebeu uma ovação no Restelo...
R: Sim, é verdade. Fiquei muito contente. Deu-me um enorme prazer, foi muito gratificante. Fez-me bem ao moral saber que lhes agradei e dá-me uma confiança suplementar para tentar fazer ainda melhor.
"Recuperei o prazer de jogar"
P: Na selecção francesa de Sub-18, onde chegou a ser campeão da Europa, era titular numa equipa em que jogavam também Pongolle [Liverpool], Mendy [PSG] ou Givet [Mónaco], por exemplo. Agora, aos 24 anos, pensa ainda chegar ao patamar onde eles estão hoje?
R: Sim, mas, em primeiro lugar, deve dizer-se que eu tive algum azar, há três anos, quando fiz uma rotura de ligamentos. Mas o mais importante foi ter recuperado o prazer em jogar e isso eu consegui.
P: Mas vai voltar ao mesmo nível do que quando era considerado um dos melhores jogadores franceses da sua geração?
R: Trabalhando, penso que sim. Quero voltar ao mesmo nível que já tive e ingressar num grande clube.
P: Numa entrevista antiga, disse que a Inglaterra era o seu sonho. Continua a ser?
R: Gosto muito do campeonato inglês, porque é um futebol rápido e com muito espaço. Tudo é possível e mesmo clubes como o Sporting ou o Benfica fazem-me sonhar.
P: Mas, sinceramente, pensa conseguir chegar a grandes equipas como essas?
R: Sim, sim, penso que sim... Mas vamos ver como as coisas acontecem, se não aparecem lesões ou outros contratempos.
"Tenho coisas bonitas para mostrar"
P: É verdade que recebeu uma proposta para jogar na China?
R: Penso que não é verdade, mas, mesmo que fosse, não me sentiria preparado para jogar na China. Quero continuar a tentar a minha sorte na Europa durante mais algum tempo. Ainda sou jovem e tenho coisas bonitas para mostrar. Portanto, para já, não me interessa uma proposta como essa.
P: O dinheiro não é importante para si?
R: Bem, nós trabalhamos para ter dinheiro, é verdade, mas eu penso para mim mesmo que, se eu for bom, o dinheiro há-de aparecer. Portanto, é preciso é ser bom... e para ser bom é preciso trabalhar. Nunca me transferirei só por dinheiro, mas sim por um desafio que seja desportivamente interessante e que me dê possibilidades de me divertir ao máximo.”
Saída de Pelé num impasse
“A possibilidade de Pelé se transferir para Inglaterra pode ter perdido consistência nos últimos dias. As propostas apresentadas, que não chegam aos dois milhões de euros, verba que só seria atingida mediante determinados objectivos - um número mínimo de jogos, no caso do Southampton, e a permanência na Premier League, no caso do Portsmouth -, não terão convencido a SAD dos azuis a libertar o jogador, cuja cláusula de rescisão é de 2,5 milhões de euros. Neste momento, o negócio só irá por diante se os clubes decidirem subir a parada e o dia de hoje será decisivo quanto a isso. Caso Pelé permaneça no Restelo, resta saber se algum dos outros centrais (Vasco Faísca ou Gaspar) deixará o plantel.”
Meyong
“Já no campo das entradas, há vários jogadores referenciados para o ataque, mormente do mercado sul-americano, mas uma eventual contratação só seria equacionada se fosse necessário suprir uma saída de última hora. Tendo em conta essa possibilidade, algumas fontes contactadas ao longo do dia de ontem por O JOGO admitiram uma abordagem para a venda do passe do camaronês Meyong a um emblema do Médio Oriente. O jogador assegurou desconhecer a situação, além de se ter mostrado pouco entusiasmado, do ponto de vista desportivo, com o cenário hipoteticamente traçado.”
Para concluir resta-me dizer que é minha impressão que até final das inscrições nada se irá passar e que não haverá mais entradas ou saídas de jogadores. Aguardemos.
“A Bola” realça o fecho das inscrições e “adianta” que hoje de manhã chegará Thiago Gentil ao Restelo, qual D. Sebastião:
Gentil chega esta manhã. Saídas foram discutidas.
A administração do Belenenses esteve ontem à noite reunida no sentido de analisar saídas de jogadores no período de transferências que hoje fecha. A pressão pontual é grande mas a pressão financeira ainda maior, pelo que... a pressão de alguns interessados criou dúvidas na cabeça de alguns homens do futebol azul, que defendem a rentabilização de passes de jogadores. Meyong, em foco na Liga e na Taça das Nações Africanas, é o mais notado dos atletas, mas também Pelé e Rolando estão a ser seguidos, no caso por clubes ingleses. Gentil, avançado brasileiro, chega esta manhã.
O “Record” traz uma entrevista com Rui Jorge:
Rui Jorge: «Posso ser mais-valia mas não sou salvador»
JOGADOR RECUSA PAPEL DE HERÓI NO SEU REGRESSO À COMPETIÇÃO
“Seis meses depois de ter sido obrigado a parar de competir, após ter sido dispensado pelo Sporting, Rui Jorge voltou a jogar futebol de alta competição. E verdadeiramente em “alta”: no seu primeiro jogo com a camisola do Belenenses ajudou a equipa a impor uma goleada ao Penafiel, por 5-0, tendo mesmo sido o “mentor” dos segundo e terceiro golos.
“Tenho consciência de não estar ainda com o ritmo competitivo ideal. Mas sinto-me bem fisicamente e, acima de tudo, muito bem integrado no clube. Creio que é nos momentos mais difíceis que se conhece melhor um grupo”, contou-nos o defesa-esquerdo dos azuis, para quem as assistências a dois dos golos de domingo foram “normais”. Explica: “O nosso trabalho depende sempre do que a equipa precisa. Para mim, é normal subir e ajudar naquele tipo de lances... espécie de talismã. Posso ser uma mais-valia devido à minha experiência, mas sou apenas mais um a contribuir para o trabalho de um grupo”, respondeu.
E Rui Jorge rematou assim: “Mesmo sendo um defesa, é natural que algumas pessoas possam pensar que eu faria a diferença em termos individuais. Mas nunca foi essa a minha forma de ser. Sou importante, mas como mais um elemento do grupo. Só isso!”
“O Jogo” aproveita para fazer uma entrevista ao homem do jogo, Hassan Ahamada:
Três golos frente ao Penafiel valeram-lhe a primeira ovação no Restelo. Internacional francês nas camadas jovens, Ahamada espera vir a brilhar ainda mais no futebol português
“O JOGO: Pela primeira vez na sua carreira, marcou três golos num só jogo. Alguma explicação especial?
AHAMADA: Bem, até este jogo, eu tinha sempre alinhado numa das alas, fosse a esquerda ou a direita. Desta vez, o treinador colocou-me a jogar mais perto do ponta-de-lança, como eu fazia no Nantes... e resultou.
P: Assim teve mais liberdade ofensiva...
R: Sim, e penso que assim é mais fácil conseguir aproveitar as minhas qualidades. Esta é que é a minha verdadeira posição - sou um jogador que gosta de ter espaço. Na ala, tenho menos espaço, porque estou quase sempre marcado, enquanto assim tenho mais vezes a bola e é mais fácil para mim, mas, claro, é o treinador que escolhe e, se ele me voltar a colocar numa ala, é assim que eu tenho de tentar fazer o meu jogo.
P: De qualquer forma, o segredo não foi só esse, porque, habitualmente, apenas aponta dois, três ou quatro golos por época... Não há outra explicação? Por exemplo, de ordem mística?
R: Não, não tenho nenhum tipo de orientação religiosa, até sou ateu. Gosto de todas as religiões e respeito-as a todas. O meu pai é muçulmano, a minha mãe é cristã, eu respeito-os, mas não acredito em nada particularmente.
P: Estava a precisar de uma motivação como esta?
R: Sim, trouxe-me muita confiança e motivação, mas, ao mesmo tempo, também sei que preciso é de continuar a trabalhar.
P: Foi a primeira vez que recebeu uma ovação no Restelo...
R: Sim, é verdade. Fiquei muito contente. Deu-me um enorme prazer, foi muito gratificante. Fez-me bem ao moral saber que lhes agradei e dá-me uma confiança suplementar para tentar fazer ainda melhor.
"Recuperei o prazer de jogar"
P: Na selecção francesa de Sub-18, onde chegou a ser campeão da Europa, era titular numa equipa em que jogavam também Pongolle [Liverpool], Mendy [PSG] ou Givet [Mónaco], por exemplo. Agora, aos 24 anos, pensa ainda chegar ao patamar onde eles estão hoje?
R: Sim, mas, em primeiro lugar, deve dizer-se que eu tive algum azar, há três anos, quando fiz uma rotura de ligamentos. Mas o mais importante foi ter recuperado o prazer em jogar e isso eu consegui.
P: Mas vai voltar ao mesmo nível do que quando era considerado um dos melhores jogadores franceses da sua geração?
R: Trabalhando, penso que sim. Quero voltar ao mesmo nível que já tive e ingressar num grande clube.
P: Numa entrevista antiga, disse que a Inglaterra era o seu sonho. Continua a ser?
R: Gosto muito do campeonato inglês, porque é um futebol rápido e com muito espaço. Tudo é possível e mesmo clubes como o Sporting ou o Benfica fazem-me sonhar.
P: Mas, sinceramente, pensa conseguir chegar a grandes equipas como essas?
R: Sim, sim, penso que sim... Mas vamos ver como as coisas acontecem, se não aparecem lesões ou outros contratempos.
"Tenho coisas bonitas para mostrar"
P: É verdade que recebeu uma proposta para jogar na China?
R: Penso que não é verdade, mas, mesmo que fosse, não me sentiria preparado para jogar na China. Quero continuar a tentar a minha sorte na Europa durante mais algum tempo. Ainda sou jovem e tenho coisas bonitas para mostrar. Portanto, para já, não me interessa uma proposta como essa.
P: O dinheiro não é importante para si?
R: Bem, nós trabalhamos para ter dinheiro, é verdade, mas eu penso para mim mesmo que, se eu for bom, o dinheiro há-de aparecer. Portanto, é preciso é ser bom... e para ser bom é preciso trabalhar. Nunca me transferirei só por dinheiro, mas sim por um desafio que seja desportivamente interessante e que me dê possibilidades de me divertir ao máximo.”
Saída de Pelé num impasse
“A possibilidade de Pelé se transferir para Inglaterra pode ter perdido consistência nos últimos dias. As propostas apresentadas, que não chegam aos dois milhões de euros, verba que só seria atingida mediante determinados objectivos - um número mínimo de jogos, no caso do Southampton, e a permanência na Premier League, no caso do Portsmouth -, não terão convencido a SAD dos azuis a libertar o jogador, cuja cláusula de rescisão é de 2,5 milhões de euros. Neste momento, o negócio só irá por diante se os clubes decidirem subir a parada e o dia de hoje será decisivo quanto a isso. Caso Pelé permaneça no Restelo, resta saber se algum dos outros centrais (Vasco Faísca ou Gaspar) deixará o plantel.”
Meyong
“Já no campo das entradas, há vários jogadores referenciados para o ataque, mormente do mercado sul-americano, mas uma eventual contratação só seria equacionada se fosse necessário suprir uma saída de última hora. Tendo em conta essa possibilidade, algumas fontes contactadas ao longo do dia de ontem por O JOGO admitiram uma abordagem para a venda do passe do camaronês Meyong a um emblema do Médio Oriente. O jogador assegurou desconhecer a situação, além de se ter mostrado pouco entusiasmado, do ponto de vista desportivo, com o cenário hipoteticamente traçado.”
Para concluir resta-me dizer que é minha impressão que até final das inscrições nada se irá passar e que não haverá mais entradas ou saídas de jogadores. Aguardemos.
N.E.: Obrigado Nuno pela ajuda.