quinta-feira, 6 de abril de 2006

Nacional da Madeira vs BELENENSES (ANTEVISÃO)

Não antevejo nada de bom.

Rui Ferreira falou e, nessas palavras, para mais ditas por alguém por quem eu tenho consideração ao nível do empenho pela causa, depreende-se que a moral não é alta.

Não é difícil perceber porquê.

Nos últimos tempos, toda a gestão psicológica dos jogos foi feita numa tentativa de aliviar a pressão de cima dos jogadores. A expressão recorrentemente utilizada foi “este jogo não é importante”.
Tratou-se de um erro de princípio e de um erro de facto.
Um erro de princípio porque o futebol é pressão. Logo, a única forma de motivar jogadores é fazer com estes se sintam confortáveis com a pressão e não fazer-lhes acreditar que lhe podem fugir. No futebol, tentar fugir da pressão é uma utopia.
Um erro de facto porque ninguém viu ou quis ver que esta equipa só jogou bem quando lhe puseram pressão, tendo jogado mal e perdido escandalosamente na situação contrária.
Veja-se como ganhámos na Amadora, em casa ao Braga ou no Bessa, jogos que fizemos sob a ameaça do cutelo. Pense-se, por outro lado, nas desgraças em casa contra Gil Vicente e Naval e nas insípidas exibições contra o Porto e Benfica, todas sob a pala protectora do "isto não é de vida ou morte".
Por outras palavras, a equipa parece levar à letra o que lhe dizem sobre a não importância dos jogos.
Não custa muito ver que o problema desta equipa não é o de tremelique por excesso de pressão, mas sim a apatia e o desinteresse quando ela falta.
Pelo menos para mim isto é óbvio.

Por isso, a estado anímico para este jogo preocupa-me. O resvalar para o empate como resultado aceitável, ainda mais.
Couceiro ainda não abriu a boca, mas temo o pior.

Um companheiro de blog dizia-me outra dia que corríamos o risco de ir de “não pressão em “não pressão” até à depressão final.

Ou seja, deixámos fugir a hipótese de nos safarmos nos jogos não dramáticos e, agora, quando entrarmos nos dramáticos, não a aguentaremos.

Isto tem toda a lógica.

Mas, a verdade é que ainda há dois jogos “não dramáticos”. O de amanhã e o próximo, contra adversários que estão classificativamente desmotivados. Estão em jogo 6 pontos.

Num cenário destes, a ambição e a pressão têm que ser máximas.
Outra coisa não faz sentido.

O empate não serve como objectivo inicial. Se as vicissitudes do jogo nos fizerem correr contra o prejuízo, o ponto tem que ser perseguido como se valesse três, mas isso não pode ser o objectivo de arranque.

Temos dois jogos antes de faltarem três. Temos seis pontos para fazer. Temos de os perseguir com gosto. Não com medo de os perder, mas com desejo de os conquistar.

Por isso, eu declaro este jogo como um jogo de pressão máxima.
Peço aos jogadores que esqueçam o que Couceiro disser em sentido contrário.

Por favor, não me venham com tangas de “não pressão” ou de “não importância”.

Em relação aos jogadores, o meu desejo é que toda a pressão do mundo lhes caia em cima.

Suportem-na e ganhem!