1955 – Jogo com A.C. Milan para a Taça Latina
Tendo, na véspera, sido derrotado, embora de forma honrosa, pelo Real Madrid, o Belenenses disputou nesta data o terceiro lugar da Taça Latina com o também poderoso A.C. Milan.
Em termos de posse de bola e de domínio territorial, o Belenenses jogou melhor. A iniciativa foi quase sempre da nossa equipa. Para o efeito, reconheça-se, também terá contribuído o facto de, por ter, igualmente na véspera, sido forçado a um prolongamento, o Milão ter abdicado de cinco ou seis dos seus titulares (nós alinhámos com o mesmo Onze do dia anterior, opção decerto discutível; também nós entrámos, pois, debilitados, embora por outra razão).
Acrescia ainda a simpatia do público parisiense, conquistada no jogo com o Real Madrid. A exibição do Belenenses e, sobretudo, de Matateu, a dureza dos espanhóis e a má arbitragem que nos desfavoreceu, a tal conduzira. Mas, para a história, fica sobretudo o resultado, e esse foi-nos desfavorável por 3-1.
Não foi um grande jogo, naturalmente, devido à sobrecarga de dois jogos em dias seguidos. De qualquer forma, foi pena as inúmeras oportunidades desperdiçadas pela nossa equipa, bem como um golo mal anulado, que, na altura, deixaria o jogo empatado 1-1.
Segundo o jornal “A Bola”, o melhor jogador azul foi Vicente. Quanto a Matateu, jogou bastante combalido pela dureza de que foi vítima na véspera. Não obstante, o seu génio deixou um lastro de fama e, além disso, recebeu um enorme elogio de um grande senhor do futebol mundial, Helénio Herrera – esse mesmo, que dois anos depois viria treinar o Belenenses.
O Milão aos 16 minutos, fez 1-0. Dez minutos depois, houve o tal golo mal anulado ao Belenenses. Aos 75 minutos, os italianos aumentaram para 2-0.
Aos 77minutos, por intermédio de Matateu, que acorreu a uma bola atirada ao poste por Dimas, o Belenenses reduziu para 2-1. Renascia a esperança.
No entanto, aos 83 minutos, a partida ficou sentenciada, com o Milão a marcar com remate de longe, beneficiando de José Pereira se ter encadeado com a iluminação artificial.