segunda-feira, 26 de junho de 2006

Neste dia, em . . .

1952 – Rui Ramos faz 15,54 metros no triplo salto, segunda marca europeia e terceira mundial da época, record nacional durante 14 anos

Hoje em dia o Belenenses tem uma pista de atletismo muito bonita, que pode ser vista como motivo de orgulho, o Engº Cabral Ferreira que esteja descansado que não esquecemos que enquanto Vice-Presidente esteve ligado à sua implantação e reluzente inauguração, mas cabe perguntar: valeu a pena o investimento? Ou antes: valeu a pena o investimento se não temos um único praticante de Atletismo capaz de um feito notável? Valeu a pena, se atletas de outros clubes vão lá treinar?

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A verdade é que formámos ou ajudámos a formar campeões como Francis Obikwelu e Naide Gomes (ou, no Triatlo, Vanessa Fernandes) mas, depois, o mérito das medalhas é creditado aos clubes para onde os deixamos transferirem-se...

Longe, pois, vão os tempos em que a nossa Equipa Feminina sénior foi dez vezes Campeã Nacional (décadas de 40 e 50); longe vão os tempos em que Georgete Duarte arrebatava títulos nacionais atrás de títulos (46, um máximo imbatido, desde meados dos anos 40 até 1958); longe vão os tempos em que José Pinto foi a três Jogos Olímpicos (1984, 1988 e 1992); longe vão os tempos (fim da década de 40 e começo da de 50) em que Joaquim Branco chegou a ser recordista Nacional de oito provas (e ibérico de uma).

E longe vão os tempos (década de 50) em que Rui Ramos cobria de glória o Belenenses e era, provavelmente, a figura maior do atletismo nacional de então.

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Tendo obtido vários títulos, ao longo dos anos, no Salto em Comprimento e no Triplo Salto, Rui Ramos viveu em 1952 o seu ano de maior glória. Assim, nesta data, com a marca de 15,54 metros, ele pulverizava o Record Nacional do Triplo Salto por nada mais nada menos do que 78 cms!!! Esse registo constituía, nesse ano, o segundo melhor europeu e o terceiro melhor mundial. Em todos os tempos, até então, era a terceira melhor marca da Europa e a 18ª do Mundo.

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De tanta grandeza se revestiu o feito, que só 14 anos depois, em 1966, esse Record foi batido e somente por escassos sete centímetros. E foram precisos mais oito anos para outros dois centímetros serem acrescentados: nove centímetros em 22 anos!

Neste mesmo ano, Rui Ramos participou nos Jogos Olímpicos de Helsínquia. O resultado ficou aquém do esperado mas, mesmo assim, obteve um magnífico 10º lugar. Na altura, para o nível do Atletismo português, era uma excelente e festejada classificação.

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Dois anos depois, Rui Ramos participou nos Campeonatos Europeus, tendo chegado à final do Triplo Salto. Nesse mesmo ano, foi eleito o melhor atleta português pelo jornal “World Sports”.

Em 1956, aquando da inauguração do Estádio do Restelo, foi ele que transportou a gloriosa bandeira do Belenenses desde as Salésias, de onde foi solenemente arreada, até ao Restelo, onde com a mesma solenidade foi hasteada. Depois, no desfile dos 650 atletas azuis, lá ia ele, com Georgete Duarte, Augusto Silva, César de Matos e Joaquim de Almeida, a ladear o nosso porta-bandeira, nem mais nem menos do que Francisco José Pereira, um dos fundadores do clube, e irmão de Artur José...

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Com toda a justiça, Rui Ramos é sócio de mérito do Belenenses.