quarta-feira, 5 de julho de 2006

Neste dia, em . . .

1936 – Belenenses disputa final do Campeonato de Portugal pela sexta vez

Depois do brilhante período que vai de 1926 a 1933, no qual o Belenenses foi três vezes Campeão de Portugal (e duas vezes Vice-Campeão) e quatro vezes Campeão de Lisboa (e três vezes Vice Campeão), o Belenenses entrou numa fase de menos fulgor.

Isso deveu-se, por um lado, ao final de carreira de grandes jogadores como os olímpicos Augusto Silva, César de Matos e Alfredo Ramos, sem falar já na morte de Pepe; por outro lado, aos grandes investimentos que estavam a ser feitos nas Salésias, dos quais já aqui abundantemente se falou, e que nos puseram na vanguarda das instalações desportivas do nosso país.

Mesmo assim, em 1934/35, no primeiro dos Campeonatos da Liga, estivemos a um passo de ser Campeões. O quarto lugar final, a quatro pontos do F.C.Porto, a dois do Sporting e a um do Benfica, é enganador. Com efeito, a três jornadas do fim, o Belenenses liderava, com uma vantagem de um ponto sobre o Sporting e dois sobre o F.C.Porto e o Benfica. Uma derrota com os encarnados tornou as coisas mais difíceis mas, à entrada da última jornada, o Belenenses ainda podia ser campeão, encontrando-se a um ponto do Porto e do Sporting. No entanto, a vitória do F.C.Porto e a nossa derrota nessa última jornada deitaram tudo a perder. Mesmo assim, tivemos o melhor Ataque e a melhor diferença de golos.

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Também no Campeonato de Lisboa podíamos ter triunfado: chegámos ao fim empatados em pontos com Sporting e Benfica, acabando, porém, por ceder nos jogos de desempate.

Em 1935/36, o Campeonato de Lisboa terminou com a nossa equipa numa decepcionante terceira posição. O quarto lugar no Campeonato da Liga – embora somente a um ponto do Sporting, a três do Porto e a quatro do Benfica – não nos trouxe qualquer satisfação: um quarto lugar era bastante frustrante para o Belenenses de então; na verdade, era quase visto como um último lugar.

Já no Campeonato de Portugal, as coisas foram bem diferentes.

Nos oitavos de final, ultrapassámos o Leixões, graças à concludente diferença entre uma vitória caseira por 7-0 e uma derrota fora por 1-0.

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Nos quartos de final, o adversário era o F.C. Porto. Tínhamos atravessada a derrota por 9-1 sofrida para o Campeonato da Liga, só compensada nas Salésias por um triunfo de 2-1.Pois bem, para o Campeonato de Portugal, foi o Belenenses a superiorizar-se: depois de empates 1-1 e 0-0, em Casa e Fora, respectivamente, vencemos o jogo de desempate por 1-0 (o Belenenses de então, não era mesmo de se ficar perante um mau resultado: no Campeonato da Liga da época seguinte, em que ficámos em segundo lugar a um ponto do Campeão Benfica, ganhámos 2-1 no Porto e 3-0 nas Salésias).

Nas meias-finais, tínhamos outro adversário forte, o Benfica. No entanto, depois de empatarmos Fora por 2-2, resolvemos a questão nas Salésias, ganhando a segunda-mão por 2-1. Apurámo-nos, assim, para a final, a disputar com o Sporting, que tivera um percurso mais fácil, desembaraçando-se do União de Lisboa, do Carcavelinhos e do Marítimo.

O Belenenses alcançava, deste modo, a sua sexta presença na final em dez edições!

Se ganhássemos, passaríamos a ser a equipa com mais vitórias: até aqui, Belenenses e F.C.Porto tinham três, o Benfica, dois. De qualquer modo, ao assegurar esta presença na Final, pusemo-nos de algum modo à frente dos portistas, visto que chegávamos mais vezes (seis contra cinco) ao jogo derradeiro.

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Infelizmente, a vitória não foi do Belenenses. O Sporting ganhou por 3-1 à nossa equipa, que alinhou assim: José Reis; José Simões e João belo; Mariano Amaro, Jaime Viegas e Rodrigues Alves; Prefeito dos Santos, Elias, Varela Marques, Bernardo Soares e Rafael Correia.

O jogo foi disputado no campo do Lumiar, habitualmente utilizado pelo nosso adversário. O nosso golo foi apontado por Rafael.