terça-feira, 4 de julho de 2006

Neste dia, em . . .

1948 – Belenenses disputa a final da Taça de Portugal pela quarta vez

A época de 1947/48 foi de bastante bom nível para o Belenenses, embora, a dizer a verdade, tenha ficado aquém das expectativas que se chegaram a criar.

Com efeito, no Campeonato ficámos em terceiro lugar mas o facto é que, à 18ª de 26 jornadas, liderávamos a classificação. E acabámos com a melhor Defesa, pela terceira vez consecutiva.

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Na Taça de Portugal, outra oportunidade de conquista se nos ofereceu. E realmente, ficámos novamente a um passo de arrebatar o troféu, perdendo a final para o Sporting.

No caminho para a final, eliminámos sucessivamente o Leixões, por 3-1; a CUF, por 1-0; a Oliveirense, por 8-1 e, nas meias-finais, o Barreirense (que eliminara o F.C.Porto) por 5-1. Na outra meia-final, o Sporting superou o Benfica por 3-0.

Vivendo a melhor fase da sua história, a meio da sua série de quatro Campeonatos, com os famosos cinco Violinos – um dos quais, Jesus Correia, curiosamente, era adepto...do Belenenses – o nosso adversário detinha algum favoritismo. O Belenenses, porém, tinha creditado a seu favor, além da sua valia, o facto de para o Campeonato ter ganho um dos jogos (3-2, nas Salésias) e empatado o outro (4-4, Fora).

Infelizmente, o Belenenses apresentou-se bastante desfalcado, tendo que jogar vários jovens. Quatro dos habituais titulares não poderam alinhar. Mas, de todas as faltas, o grande golpe veio da ausência do capitão Amaro que, por doença, tinha sabido na véspera que, tinha de pôr termo à sua carreira.

Assim, esta final iria ditar a nossa única derrota com o Sporting na época. Perdemos por 3-1, com o nosso golo a ser apontado por Teixeira da Silva. Para mais, na segunda parte, ficámos reduzidos a 10 unidades, por lesão de um jogador nosso (embora isso, de alguma forma, compensasse a inferioridade física de Azevedo, o valoroso guarda-redes sportinguista). Note-se, já agora, que foi anulado um golo a ambas as equipas.

Para terminar, aqui fica o registo dos jogadores que, vestidos de azul, alinharam nessa tarde no Estádio Nacional:

Sério; Vasco e Serafim; Figueiredo, Feliciano e Castela; Matos, Nunes, Teixeira da Silva, Pinto de Almeida e Artur Quaresma.

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Apesar desta derrota, o facto é que, em nove edições da prova, o Belenenses tinha estado presente em quatro finais!



1955 – Belenenses vence Vasco da Gama (Brasil), por 2-1

Desengane-se quem julgar que estes jogos eram a feijões e que estas vitórias que o Belenenses obteve sobre grandes equipas do futebol mundial pouca importância tinham. Antes pelo contrário. Eram encontros rijamente disputados como daremos conta mais adiante.

O Vasco da Gama que fora campeão em 1950 com o famoso «expresso da vitória» e a base da selecção brasileira no mundial desse ano (de triste memória para o Brasil) era uma equipa poderosa e conceituada internacionalmente. Dessa geração já poucos restavam, Ademir (o artilheiro do mundial de 1950) e pouco mais, em virtude da profunda renovação que se iniciara em 1953.

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Surgiram então jogadores como Vavá, Belini, Sabará e outros de talento e força. Se estes três disputaram este encontro com o Belenenses, os dois primeiros viriam a sagrar-se Campeões do Mundo pelo Brasil em 1958. Belini era o Capitão do «escrete» e o seu gesto de levantar a Taça (a Jules Rimet) acima da cabeça ficou famoso e viria a ser sempre repetido a partir daí.

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Era, assim, uma poderosa equipa vascaína que se apresentava nas Salésias nesta data em 1955, com: Gonzalez; Paulino e Bellini; Eli, Orlando e Coronel; Sabará, Vavá, Alvinho, Pinga e Parodi.

O Belenenses recuperava ainda da perda do campeonato a quatro minutos do fim do último jogo. Mas a vida continua. O Belenenses alinhou com José Pereira; Pires e Serafim; Carlos Silva, Figueiredo e Vicente; Pellejero, Dimas, Perez, Vaccari e Tito.

O jogo começou com a equipa brasileira a dominar, obtendo o seu golo quando estavam decorridos apenas 5 minutos. Uma jogada de Sabará que tirou vários jogadores belenenses da jogada e centrou para Parodi que não falhou.

Na segunda parte assistiu-se ao mesmo mas para o lado do Belenenses. Via-se uma equipa em busca do empate e pouco demorou a obter o seu golo. Após uma jogada pelo lado direito, Tito centrou para a área descobrindo Perez que aplicou uma cabeçada imparável. Estava feito o empate.

Aos 35 minutos da segunda parte, por Pires, o Belenenses coloca-se em vantagem, na sequência de um livre no meio campo do Vasco da Gama, o guardião do «Vasco» entrou pela baliza dentro com a bola evitando a carga de Perez. O golo foi muito contestado, embora limpo e a atitude da equipa brasileira mudou tornando-se violenta. Até final do jogo não se voltou a ver futebol. Isto só ilustra o que começámos por dizer. Estes não eram jogos a brincar, apesar de serem particulares.

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Ainda mais um pormenor quanto a este jogo. Disputou-se à noite. De facto, o Estádio das Salésias não tinha iluminação artificial permanente. Mas o jogo não foi iluminado a lampiões. Não. Foi através de uma instalação eléctrica provisória. A um ano da inauguração do moderno Estádio do Restelo este jogo só evidenciou as vantagens dos novos estádios de então em possuírem iluminação para jogos nocturnos. As competições europeias começariam pouco depois.