segunda-feira, 29 de agosto de 2005

O meu dia de ontem

Um domingo normal…
Um dia absolutamente normal. Levantar tarde, que o sono tardou a aparecer. Chegado a casa, havia ainda coisas a fazer no blog e permanecia “excitado” da vitória (esta paga direitos de autor à media capital). Foram dois meses de ausência daquela adrenalina, viciante, da emoção de entrar em “Casa”, seguida daquele soco dado pelas bancadas vazias, mas ainda assim aquele frémito renovado em cada jogo em que jogamos a lutar para qualquer coisa.
Pela vitória, foi um acordar doce, ainda cheio da memória da minha filha mais nova (2 anos) a agitar a bandeira grande (nova, que comprei no Sábado) – “Miém, Míem, Miém” – gritava pulando. Ainda há esperança, notei para mim.
Comprar o jornal desportivo (O Jogo) para ler os disparates da ordem, o meu momento de humor quando não de revolta, ou mesmo os dois ao mesmo tempo. Como é que uma pessoa não há-de ser saudosista se isto só piora? Quando me lembro da Bola há uns (valentes) anos ou ouvir falar dos seus arquivos (públicos) e agora isto?!
Primeiras sete (7!) páginas sobre a catástrofe (natural) da Luz e folhear, folhear, folhear, etc. (etc. muitas vezes passando por mais sete (7!) páginas de um jogo que ainda não tinha acontecido na terra do Jardim e a segunda catástrofe, ricardina. Mais quatro (4!) páginas sobre um jogo que foi na 6ª feira, na Figueira da Foz. É tão bom antever o programa dos resumos, o girá-bola dos nossos tempos, e saber que verei o 'querido das manhas' a retorcer-se na cadeira enquanto sustém um grito saudoso ao italiano dos milagres. Até dá vontade que o sol se ponha mais depressa.
Voltando ao exercício, já sem cuspo, gasto a folhear até aí, chego à página 21 e à crónica do jogo do Belenenses. Já aqui cronicámos o jogo ontem, pelo que não vale a pena insistir no assunto. Ganhámos, crescemos e chegámos a entusiasmar. Bocejámos colectivamente na segunda parte. Não me esqueço daqueles 20 minutos, com um entusiasmo de todos os presentes (poucos, sempre poucos). Nem me esqueço que estamos apenas no início e temos treze (13!) jogadores novos. Venha o próximo!

Almoço familiar, tremenda lazeira, conversa com os meus Pais sobre o jogo que vi com eles. Alguma curiosidade sobre o que se passava no país do futebol, fica para logo.
Regressado a casa, vejo os resultados da tarde antes de acompanhar o jogo na terra do Jardim, via MaisFutebol, que a prioridade eram os desenhos animados e o interesse no jogo não era muito. As aves estão engripadas e o Nélson não é a mesma coisa. Fartei-me de dizer ao Pinheiro para chutar mais.

… e um balanço da Jornada
Olhando para os resultados da jornada, que só se completa logo, na Amadora, confirmo a constância de um Braga que sem ser brilhante repetirá certamente, pelo menos, a prestação da época passada. Vejo um Guimarães à Neca, muita parra pouca uva e duas derrotas tão contundentes quanto justas, a última frente a um Ave em leito de cheia. Está bom? Não se mexe, dirá Sousa, não noviço. Uma Naval que batalha cheia de pica, típica de newcomer, debutante ou como lhe queiram chamar. Vejo ainda um Setúbal em que o aspecto e a fotogenia não são tudo e mais vale uma racha grande que um (de) Matos a magicar. Uma Académica a prometer estragos e constância. Sabemos nós bem demais como as sirenes “nacionais” hipnotizam os regrados, mas a estudantina está bem habituada aos decibéis das discotecas e não se incomoda com qualquer agudo por mais persistente. Às vezes a experiência diferencia e a Vingada sucede.
Não esqueço a azia pelas derrotas dos juniores e juvenis frente aos "estarolas de Lisboa".

Com tudo isto e com uma paragem de campeonato pelo meio,a ver se o Sr. Scolari ainda compra os frangos no Intermarché, aguardaremos em jubilosa esperança o regresso da Cruz redentora, desta vez em Penafiel, onde se espera que o presidente azeiteiro possa sofrer a terceira derrota consecutiva da época. Era engraçado, até porque nunca lá ganhámos, em nove jogos. Uma seca.
De resto será uma jornada divertida, sempre é, quando lagartos e lampiões estalam verniz, com o contra da intoxicação jornaleira até à náusea, escalpelizando todos os insignificantes detalhes.
Um pouco mais a sério, espero confirmação prática da ambição teórica do Belenenses pré-europeu, que é de obrigatória comparência especialmente em jogos forasteiros. Se, por jogo, tivermos sempre aqueles 20 minutos, somos sérios candidatos a… ser roubados com mais insistência. Sim, ainda mais. Pelo menos. E nós sabemos o que isso significa.
Até lá, toca a sofrer pela Selecção (para quem como eu desse mal também padece) que o homem campeão do mundo e teimoso como é, vai fazer-nos sofrer em cada pontapé de baliza do Luxemburgo. Oxalá que não, se até o ribatejano percebeu…

Para terminar, uma breve referência à nossa filial azul londrina. Mourinho, continua com o bom trabalho que não tarda voltas à Casa-Mãe. Para adjunto, claro.

Fim de Domingo, fui dormir. Já era mais do que tempo.