quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Revista da Imprensa Desportiva

Na véspera da recepção ao Estrela da Amadora, a contar para a 6ª jornada da Liga Betadine, amanhã, pelas 21h30m, no nosso maravilhoso estádio, que merecia muito melhor tratamento da parte de quem marca os dias e horas dos jogos no “nosso” futebol, as atenções viram-se para os últimos preparativos da equipa, por forma a obter a 4ª vitória na presente edição da Liga do major. Carlos Carvalhal voltou a abordar a questão das assistências e insurgiu-se contra a marcação de jogos a dias e horas impróprios. Quem diria que nesta questão o meu maior aliado viesse a ser... Carlos Carvalhal! Cuidado, não apareçam para aí os acérrimos defensores dos jogos a esta hora, porque lhes convém, ou o próprio Pró-Carvalhal, a dizer que a SporTv é que manda na programação dos jogos e que ele só é pago para treinar... “Amigo” CC, tenho um artigo preparado para a próxima semana a apoiar-te a 100%!

“A Bola” aborda precisamente este tema, na recepção ao Estrela da Amadora, com a marcação do jogo num horário verdadeiramente inacreditável.

Jogos a horas impróprias

“Carlos Carvalhal assumiu ontem que os horários dos jogos de futebol são outra das razões pela qual os adeptos se estão a afastar dos estádios. Afirmações feitas numa conferência de Imprensa que serviu, essencialmente, para lançar o jogo com o Estrela da Amadora, que se disputa amanhã, no Restelo (21.30 horas) e abre a 6.ª jornada.

— O Estrela é um bom adversário para o Belenenses reencontrar o caminho das vitórias?

— É um adversário difícil e incómodo, uma equipa bem organizada, que defende muito bem e sai forte no contra-ataque. Estamos avisados para essas dificuldades e treinámos arduamente para contornar essas mesmas dificuldades. E contamos com o apoio do público.
— Mas no Restelo, normalmente, o público não abunda...
— Temos consciência de que, sexta-feira à noite, não há muito público. Mas vamos ter gente. Poucos, mas bons. Alguém me perguntou, há algum tempo, se as transmissões televisivas tiravam adeptos ao estádio. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O que tira é colocar os jogos de futebol a horários pouco próprios. Uma forma de contornar o problema é tentar chamar as pessoas através de outras iniciativas.
— Voltando ao jogo. Que tipo de Belenenses é preciso para ganhar?
— Não fugimos à nossa linha. Normalmente jogamos com três avançados, um futebol dinâmico, por questões estratégicas joga muitas vezes à frente, em outras faz pressão média, mas está preparado para jogar em diversas formas.
— O José Pedro e o Rolando renovaram o contrato. Há mais jogadores na calha?
— São questões para o Rui Casaca e a administração responderem.
— Mas há jogadores com o aval do técnico para renovar?
— Estamos à 5.ª jornada, estou mais preocupado em ganhar jogos.
— Se o Meyong for à CAN, em Janeiro, poderá contratar um avançado?
— Ainda é cedo para falar disso, mas estamos precavidos para todas as situações, de forma a fazer as coisas atempadamente. Daremos resposta no momento certo.”


O “Record”, para além da abordagem de Carvalhal ao jogo de amanhã, noticia também a preparação de uma parceria do Belenenses com um fundo de investimento de jogadores.

“Carlos Carvalhal abordou ontem a recepção ao E. Amadora, salientando as dificuldades da partida mas garantindo que o Belenenses tudo fará para vencer o jogo de amanhã. “O Estrela é um adversário incómodo, pois é coeso e bem organizado. Defende e contra-ataca bem. Temos trabalhado durante a semana para contornar as dificuldades e acredito que poderemos vencer. Para tal, será importante o apoio do público e a sua paciência.”

Relativamente ao jogo com o FC Porto, Carvalhal admite que a equipa “esteve retraída e não fez circulação de bola, estando mais preocupada com o posicionamento. Isso foi falado no balneário com os jogadores.”

Mesmo com estas conclusões, o técnico acredita que a “equipa estará bem frente ao Estrela, pois está em crescendo. Em cinco jornadas, o Belenenses já defrontou dois candidatos ao título e fez bons jogos.”

Para a partida com os amadorenses, Djurdjevic (contractura no adutor coxa esquerda) continua de fora.”


Parceria a celebrar em Outubro

“O presidente da SAD, Barros Rodrigues, afirmou ontem que a parceria entre os azuis e um fundo de investimento (ainda a definir) deverá ser celebrado em meados ou finais de Outubro.

Esta parceria permitirá ao Belenenses “vender” uma parte do passe de alguns jogadores, tendo a possibilidade de continuar a deter a maioria dos mesmos ( em termos percentuais) e, desta forma, realizar um encaixe financeiro razoável.

“Não é uma situação urgente, embora seja prioritária. Estamos a analisar o mercado e a recolher informação. Acredito que, em meados de Outubro ou no final, a situação estará resolvida. O fundo de investimento que irá fazer parceria com o Belenenses ainda não está definido. Vamos analisar todas as opções nos vários mercados, para ver qual é a melhor solução. Há que estudar as diversas soluções. Como referi anteriormente, há que ver as condições do mercado.”


“O Jogo” dá igualmente destaque às declarações de Carvalhal.

Carvalhal ignora tradições

"O Estrela eliminou o Belenenses na última edição da Taça de Portugal, mas isso é apenas história... O treinador dos azuis não liga a tradições e acredita que a sua equipa vai somar mais três pontos.

PERGUNTA - O Belenenses vem de uma derrota, mas na sexta-feira vai defrontar um adversário que, aparentemente, não tem os mesmos recursos...
CARLOS CARVALHAL
- É um adversário incómodo. Não tenho dúvidas de que vai ser um jogo difícil, pois é uma equipa bem organizada, que sabe defender muito bem e jogar no contra-ataque. Estamos avisados para isso e treinámos arduamente para contornar as dificuldades, porque sabemos como eles normalmente actuam fora de casa.
P - Espera muito público no Restelo?
R
- Temos consciência de que é sexta-feira à noite e que, como tal, não deverá estar muita gente nas bancadas. Que sejam poucos mas bons...
P - Vê alguma responsabilidade das transmissões televisivas nesse facto?
R
- Às sextas e às segundas nunca há muita gente. Não penso que isso se deva às transmissões televisivas, mas sim aos horários, que muitas vezes não são os mais adequados. Quanto a mim, a televisão não substitui as necessidades catárticas das pessoas, pois elas precisam de libertar as suas emoções e isso não acontece em frente à televisão, apenas nos estádios. Mas sem dúvida há que tentar cativar mais as pessoas, e isso pode ser feito através de outras iniciativas, como distribuir gratuitamente ingressos nas escolas, ou tentar vender parte das bancadas a empresas que o desejem.
P - Que "feedback" sentiu, depois das palavras que proferiu na semana passada, quando aludiu ao elevado preço dos bilhetes?
R
- Manifestaram-se várias claques, mas também houve pessoas anónimas que me telefonaram e que reafirmaram isso mesmo, deixando bem claro que se reviram nas minhas afirmações. Há, de facto, muita gente que não tem dinheiro para ir ao futebol...
P - Na época passada, o Belenenses foi eliminado da Taça de Portugal pelo Estrela da Amadora...
R
- Às tradições, ao historial dos confrontos e a esse tipo de coisas, normalmente não ligo. Para mim, é mais um jogo, e temos é de procurar a melhor forma de o vencer. Interessa-me é que temos de - e que vamos - jogar para ganhar.”


Destaque ainda, pela negativa, para o facto de Djurdjevic, pelo quarto jogo consecutivo, e Rolando, não terem recuperado das respectivas lesões e, portanto, não serem opções para o jogo de amanhã.