sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Objectivos do Blog e Treinadores

Este blog tem 6 editores. Cada um pensa, livremente, pela sua cabeça e as respectivas posições expressas só vinculam a cada um. No entanto, há entre nós uma grande solidariedade. E, naturalmente, se nos reunimos nesta “aventura”, há liames, há causas comuns que nos unem.

Gostava de começar por falar um pouco sobre isto, sobre os objectivos deste blog. Embora possa ter algo de tudo isso, a sua dedicação não é a de ter boas fotografias, de ter especialistas nesta ou naquela modalidade, de discutir se, no Futebol, deve jogar o Fulano ou o Beltrano, de dar palpites sobre episódios efémeros, de fazer história pela história ou de ser um espaço passivo onde superficiais amizades (sim, superficiais; de resto, sou totalmente contra esta ideia de transformar o Belenenses num clube amigos de almoçaradas e futebol de cinco) trocam cumprimentos e dizem umas larachas nos comentários. Não: este blog tem, a meu ver, e activamente, um objectivo fundamental, que é o de (contribuir para) dar vida ao Belenenses - vida, grandeza, alma, dignidade e exigência até aos limites – o de combater por um Belenenses virtuoso. Trata-se, enfim, de lutar por um Belenenses à Belenenses, mas à Belenenses original.

Por isso, é que, naturalmente, desde há muitos e muitos meses, todos nós os seis nos sentimos desconfortáveis com a continuação de Carlos Carvalhal a treinador, qualquer que seja a sua qualidade humana, coisa que aqui e agora não está em discussão. Pela nossa parte, já em Fevereiro dizíamos que, para esta época era preciso contratar um treinador estrangeiro que se fosse identificando com a equipa e o futebol português, dispensando os serviços de Carvalhal no fim da época.

Que tem a ver os objectivos do blog com Carvalhal, perguntarão alguns Para nós, tem tudo a ver. É que o perfil de Carvalhal desde cedo se revelou bem distinto disso mesmo que preconizamos e que são, a meu ver, as causas e os objectivos deste blog. Vida, vitalidade? Não, num clube, num gigante adormecido como é o nosso, o perfil de Carvalhal é o de um suporífero adicional. Grandeza, exigência até aos limites? Basta ver o que aconteceu o ano passado aquando do jogo com o Estrela da Amadora para a Taça, considerado como não importante pelo treinador, ou quando uma conjuntura de 3 bons resultados nossos e alguns resultados negativos de outros nos acendeu a esperança de qualificação para uma competição europeia – logo veio Carlos Carvalhal, apressadamente rejeitar tal ambição, segundo-se os cinzentos empate e exibição com a Académica, no Restelo.

À hora a que escrevemos estas linhas, 12 horas de quinta-feira, 27 de Outubro, não sei o que vai decidir a Direcção. Para nós, já devia estar determinado na cabeça de todos. Carvalhal deve sair, com dignidade e respeito, e há bastante que deve haver um treinador definido para o substituir. Mal, mal de nós se não for assim. Mas, por favor – e ao contrário de algumas sugestões – não tragam um Carvalhal II, mesmo que aureoleado por doutorices ou supostas semelhanças com Mourinho. Porque diabo é que há-de ser um treinador português? Para vir com o vício "O Belenenses é um clube que paga bem, certo e a horas, dá prestígio e ao mesmo tempo aqueles bananas até com um 10º lugar se contentam"? Não, muito obrigado. Não quero nenhum português, neste momento. Vamos buscar um estrangeiro de garra, que não contemporize nem tenha atitude de subserviências e que, se houver tentativa de revolta de jogadores que não querem trabalhar, tenha todo o apoio dos dirigentes (ao contrário do que aconteceu com o muito digno Bogicevic, já agora).


Post-Scriptum: De acordo com novos desenvolvimentos, parece que, tal como eu temia, vem aí José Couceiro. Considero asneira da grossa. Pessoalmente, acho-o igual a Carvalhal e pior do que Inácio. É o perfeito perfil para um Belenenses amorfo e cinzento. Espero estar enganado. Espero muito estar enganado. Mas acho que isto vai acabar de uma maneira muito triste...