quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Revista da Imprensa Desportiva

Em dia seguinte ao de uma Assembleia Geral Ordinária do Clube, o destaque maior continua a ser dado à equipa de futebol, à preparação do jogo de Sábado com o Nacional e à reabertura do mercado em Janeiro. Claro que só de pensar nalgumas hipóteses vindas a lume na Imprensa Desportiva, mais concretamente “empréstimos”, fico logo com arrepios na espinha. Mas depois lembro-me das promessas do presidente da Direcção em campanha eleitoral e da longa conversa que tive ontem com o presidente da SAD, para concluir que isso não passa de um grande pesadelo.

“A Bola” titula na página dedicada ao Belenenses:


Empréstimos à vista

O reforço do plantel do Belenenses em Janeiro, na reabertura do mercado, deve passar pelo recurso a empréstimos. Essa hipótese foi ontem admitida pelo técnico José Couceiro, que pretende contar com mais atacantes sem com isso ferir a situação económico-financeira da sociedade desportiva. Nesse sentido, Silva (Sporting), nome que já fora falado para os azuis no último defeso, pode constar da lista de presentes desejados na época natalícia.

Avançados, rápidos, e de preferência polivalentes. Este é, resumidamente, o perfil dos reforços pretendidos pelo treinador José Couceiro, que disso já deu conta à administração. Identificados os desequilíbrios no plantel que herdou de Carlos Carvalhal, não tem dúvidas em considerar prioritária a contratação de elementos ofensivos. Para mais sabendo que irá perder Meyong, dado que o avançado camaronês, melhor marcador da equipa com oito golos, irá competir na Taça dos Campeões Africanos (CAN) - 20 de Janeiro a 10 de Fevereiro, sem contar com o estágio que antecede a prova. "Acho que o ideal é não ter jogadores emprestados, mas, nesta altura da época, se tivermos de recorrer a essa situação, evidentemente que vamos recorrer. Numa situação de aperto, que remédio temos nós senão arranjarmos soluções", vincou Couceiro. Silva, avançado do Sporting com pouco espaço em Alvalade (pretendido pelo V. Guimarães, pág. 26), pode interessar aos azuis, que já no último defeso tinham equacionado o brasileiro. "Já discutimos características, não nomes", esclareceu o treinador, que não espera saídas: "Temos 21 jogadores. Que eu saiba, neste momento, não há situação nenhuma para alguém sair."


Eliseu em análise

Indefinido está o eventual regresso de Eliseu, emprestado ao Varzim. «Há compromissos com o Varzim e as coisas não podem ser feitas de ânimo leve. Não há indicações nem para o regresso nem para o contrário», avançou. Apontando baterias ao Nacional, e com fé em fazê-lo sofrer o primeiro golo fora de portas, Couceiro criticou algumas análises feitas ao jogo da Luz: «Só jogámos com um médio defensivo e dos seis jogadores no banco fiz entrar os três mais ofensivos. Se isso é ser defensivo...»

O “Record” traz uma entrevista com o nosso treinador José Couceiro.

Couceiro: «Ponto na Luz foi bom se continuarmos assim»

“José Couceiro abordou ontem, no regresso do plantel aos treinos, o encontro com o Benfica e, de imediato, perspectivou a recepção ao Nacional.

O técnico dos azuis começou por afirmar que o nulo obtido frente ao Benfica é satisfatório, mas é necessário dar continuidade a esse resultado: “O empate na Luz para nós é um resultado positivo. Este ponto é bom se continuarmos a ter este tipo de comportamento.”

Relativamente à actuação do árbitro Pedro Proença, que foi alvo de contestação sobretudo por parte do Benfica, Couceiro adianta: “Não foi um jogo fácil para o árbitro. Os erros foram para os dois lados. Não podemos dizer que o Benfica foi mais penalizado do que nós. No entanto, entendo o discurso que os responsáveis do Benfica tiveram... É perfeitamente compreensível.”


Paciência...

O adversário que seguinte é o Nacional, que partilha o comando com o FC Porto. O técnico da formação do Restelo, confrontado com este desafio, não se coíbe de elogiar o opositor. “Vamos defrontar a equipa sensação da Liga pois, na minha opinião, o Sp. Braga já não é a sensação. Nos jogos fora, o Nacional ainda não sofreu golos. Por isso, é necessário ter muita paciência, pois adivinha-se um jogo complicado. O Nacional está moralizado e quando entrar em campo já sabe o resultado do FC Porto.”

E prosseguiu: “Apesar do discurso tranquilo dos seus responsáveis para o exterior, sobretudo de Manuel Machado, a verdade é que o Nacional quer continuar nessa posição.”

Questionado sobre o regresso de Meyong, Couceiro revelou-se naturalmente satisfeito: “É bom contar com todos. Assim, tenho mais opções e até posso jogar com dois avançados, isto porque o Nacional costuma actuar com três centrais.”


“O Jogo” também fala com José Couceiro e realça o facto de Ahamada estar em dúvida para o jogo de Sábado. Realce ainda para uma nota sobre a AG de ontem, visto o jornalista do Jogo Francisco Frederico ter estado presente.

“Na ressaca do empate frente ao Benfica, o treinador do Belenenses já só pensa na recepção ao Nacional. "Vamos defrontar a equipa que é a grande sensação do Campeonato e que, fora de casa, ainda não sofreu nenhum golo. O Nacional está moralizado e, por muito que digam que esse não é o objectivo, todos sabemos que quem está em primeiro quer continuar lá. O discurso de Manuel Machado é para fora de portas, pois, lá dentro, todos querem estar à frente", assegurou. Nesta partida, o técnico volta a ter Meyong. "É bom poder contar com todos. Já temos um modelo, mas, com mais soluções, podemos mudá-lo. Neste jogo, até posso pôr dois pontas-de-lança", avançou Couceiro.

Com o mercado quase a reabrir, o técnico garantiu que já falou "sobre características de jogadores" com os dirigentes. "Era bom que viessem, mas o mais importante é não colocar em causa o equilíbrio financeiro", acrescentou. Sobre o possível regresso do esquerdino Eliseu, Couceiro nada adiantou, pois "há compromissos com o Varzim", clube ao qual o jogador está emprestado, mas deixou em aberto alguma cedência dos grandes. "O ideal é não ter jogadores emprestados, mas, se tivermos de recorrer a essa situação, iremos fazê-lo."

Ainda sobre o embate na Luz, e de considerar que "ambos os clubes têm razões de queixas", José Couceiro desmentiu a opinião de que a sua equipa jogou à defesa. "Jogámos com o Silas, o Paulo Sérgio, o Romeu, o Rúben Amorim, o Fábio Januário e só com um médio defensivo. Depois, os três que entraram foram os mais ofensivos que tinha no banco. Se isso é colocar um autocarro à frente da baliza, estamos conversados. É diferente uma equipa ser empurrada para o seu meio-campo de entrar com uma atitude defensiva", referiu.


Ahamada “encostado”

O plantel do Belenenses cumpriu uma sessão matinal com os mais utilizados frente ao Benfica a terem um treino mais ligeiro. Ausente esteve Ahamada que, de acordo com o médico Rui Miller, tem uma "mialgia no gémeo esquerdo". O problema não parece grave e uma ecografia feita antes do encontro com os encarnados nada acusou mas, mesmo assim, o avançado ficou de fora. Pedro Alves fez apenas o aquecimento e saiu mais cedo.

Orçamento aprovado em AG muito concorrida

O Belenenses aprovou ontem à noite, por maioria, o orçamento para 2006, numa das assembleias gerais mais concorridas dos últimos anos, que contou com uma centena de sócios, entre os quais Mendes Palitos, candidato derrotado às última eleições. Ao contrário dos anos anteriores, a Direcção optou por uma apresentação diferente das contas, fazendo uma separação entre os proveitos (9 840 525 euros) e os custos (9 808 025 euros) previstos, havendo, por isso, uma estimativa de resultados positivos na ordem dos 32 500 euros. Em relação ao orçamento do ano passado, verifica-se um decréscimo de sete por cento, muito por culpa da diminuição de receitas do bingo, de 5 950 000 para 5 040 000 euros, mas as despesas também serão menores.

Todas as outras propostas foram aprovadas por unanimidade, nomeadamente a atribuição do mais alto galardão do clube, a título póstumo, a Coelho da Fonseca, bem como a qualidade de sócia de mérito à atleta Anaiz Moniz. Foi ainda estabelecida uma nova quota (azul), no valor de 25 euros mensais.”


Nota do Editor: Como devem calcular e saber, fiquei extremamente agradado e feliz com a aprovação por unanimidade e aclamação da atribuição da Cruz de Cristo de Ouro ao Dr. José Coelho da Fonseca.