segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Visões

Na passada quinta-feira, na conferência de imprensa que antecede os jogos, o nosso Mister foi convidado, pelos órgãos de comunicação social presentes, a comentar que ideia tinha do grupo de trabalho que está sob sua orientação. A sua resposta:

"As equipas têm muito mais dedo do treinador, quando são estes a formar o plantel. Todos nós temos formas diferentes de abordar o jogo e não quer dizer que eu tenha razão", observou o técnico, colocando o dedo na ferida: "Parto do princípio que houve uma intenção clara de criar um plantel curto. Só que o Belenenses não tem uma Equipa B. Neste grupo, temos exclusivamente dois pontas-de-lança (Meyong e Romeu) e dois alas (Ahamada e Paulo Sérgio). Parece-me que há aqui uma limitação, assim como na lateral-esquerda, em termos ofensivos. Mas isso não significa que não goste dos 21 jogadores que estão cá ou que em Janeiro venha alguém."
Fonte: Jornal o Jogo Edição de Sexta, 4 de Novembro de 2005

Eu sei que todos ou quase todos leram estas declarações e estejam a perguntar o porquê de eu pegar nestas declarações. Estou simplesmente a constatar que o modelo que idealizava para o Belenenses actualmente iria dar uma grande ajuda ao Mister Couceiro. Estou a falar de uma Equipa B.

Na minha opinião, a Equipa B deveria funcionar como apoio à equipa principal e não como mais um encargo para o clube.


Sendo assim, um clube que opte por construír uma equipa B tem de perceber que não pode ter dois plantéis, totalizando mais ou menos 46 jogadores, 23 do principal e mais 23 da equipa B.

Para ser viável a existência de uma equipa B, o clube terá de ter sob contrato 34 jogadores. Calma, não comecem já a chamar-me lunático, ou que é completamente impossível devido ao encargo financeiro mensal de 34 jogadores mais equipa técnica. Vamos por partes.
Os 34 jogadores de que falei anteriormente seriam divididos da seguinte forma:

23 na equipa principal
11 na Equipa B


No plantel principal existiriam 2 jogadores em cada posição, exceptuando o posto específico de ponta-de-lança, em que existiriam 3.

O plantel da Equipa B possuiria um jogador por posição e todos com menos de 23 anos vindos da formação do clube. Pontualmente, poderia ainda ter algum jogador recrutado nos campeonatos de escalões inferiores, mas sempre com o limite máximo de idade de 23 anos.

Como todos sabemos, são apenas convocados 18 jogadores por encontro e, tendo 23 jogadores no plantel, ficariam de fora 5 jogadores por jornada. Esses cinco jogadores seriam nessa semana alocados à Equipa B, mantendo ou adquirindo ritmo competitivo de modo a que estejam aptos a jogar pela equipa principal quando for necessário.

Na Equipa B teríamos 11 jogadores, mais os 5 provenientes dos não convocados da equipa principal, ainda ficam a faltar 2 para os 18 obrigatórios no boletim de jogo. Esses dois jogadores seriam provenientes dos júniores.

Logicamente que durante o campeonato existem lesões e castigos, mas não vejam isso como um problema, mas sim como mais uma solução para motivar os mais jovens a trabalharem com mais afinco pois teriam assim mais possibilidades de chegar a equipa principal. Devido a lesões ou castigos poderiam ser convocados jogadores da Equipa B para a principal, o que obrigava a que júniores fossem convocados para a equipa B. Aos poucos fazia-se, obrigatoriamente, a integração dos jovens formados no nosso clube com gastos reduzidos. A motivação seria maior da parte dos jovens porque teriam a porta aberta para deixarem de ser eternas promessas a poderem aspirar a ser certezas com a Cruz de Cristo ao peito, como muitos que tem passado pelo nosso Clube e que nunca se afirmam ou nem sequer têm hipótese de demonstrar as suas qualidades.

Esta ideia já foi por mim publicada anteriormente, mais precisamente no dia 24 de Maio de 2004, no Blog do Belenenses.


PS: Não esquecer que na época 2003/04 tivemos, ao longo da época desportiva, 34 jogadores ao serviço da equipa principal e que, de certeza, o ordenado de quatro ou cinco chegava para pagar a 11 jogadores de uma Equipa B