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Sai-lhe depois em sorteio o poderoso A.S.Roma. Na 1ª mão, disputada em Itália, o Belenenses perdeu tangencialmente por 2-1, resultado que – apesar de então os golos fora, em caso de empate na eliminatória, não valerem a dobrar – podia ser considerado bastante promissor para a 2ª mão no Restelo. A arbitragem foi verdadeiramente deplorável, prejudicando-nos tremendamente. Com efeito, os dois golos do Roma foram marcados em fora de jogo, respectivamente aos 23 e aos 88 minutos (como tantas vezes, um golo fatal no fim do encontro). Aos 58 minutos, o Belenenses tinha empatado, por intermédio de Fernando Peres.
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O Belenenses alinhou com: Nascimento; Rosendo, Paz e Alberto Luís; Vicente e Pelezinho; Adelino, Palico, Estevão, Peres e Godinho.
Na 2ª mão, disputada em 11 de Dezembro, no Restelo, o Belenenses não conseguiu dar a volta à eliminatória, voltando a perder, agora por 0-1, apesar de ter atacado insistentemente. Segundo todos os jornais da época, a arbitragem voltou a ser-nos bastante desfavorável – aliás, na década de 60 (e não só), as equipas italianas eram frequentemente beneficiadas.
1967 – Belenenses vence Leixões por 2-1... no Estádio da Luz
Incluímos aqui esta efeméride não, obviamente, pelo resultado em si – perfeitamente vulgar – mas pelo facto deste jogo, a contar para o Campeonato, se ter disputado no Estádio da Luz (provavelmente por interdição do Estádio do Restelo). Os golos da nossa vitória foram marcados por um jogador que então muito prometia no Belenenses, e que foi o primeiro ídolo da juventude do autor destas linhas: Ernesto.
Mas o destaque desta referência vai para a foto que publicamos (pedimos desculpa pelo mau estado; porém, é um documento valioso).
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A vitória do Belenenses, num jogo sem especial importância, foi capa de um jornal generalista: o Diário de Notícias. E, como se pode ver na foto, o Estádio da Luz, então com uma capacidade de cerca de 70.000 pessoas, estava bastante bem composto (maioritariamente, como é óbvio, por adeptos do Belenenses). Compare-se com o que é hoje o deserto do Restelo... E veja-se como, mesmo num tempo de crise, o Belenenses era um clube de enorme popularidade e projecção...