quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

Neste dia, em . . .

1947 – Belenenses inaugura Estádio do Real Madrid, a convite deste

Há centenas de milhares de clubes no mundo. E, no entanto, cabe ao Belenenses cumular dois factos notáveis:

– foi contra nós que se estreou, em jogos seniores, o maior jogador de futebol de todos os tempos, o brasileiro Pelé;

– foi num jogo connosco que se estreou o Estádio do mais poderoso e mais bem sucedido clube de futebol do mundo, o Real Madrid.

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Se o primeiro facto referido pode ser atribuído ao acaso – embora não totalmente, pois só o prestígio que o Belenenses tinha o fez convidado para jogar com alguns dos mais poderosos clubes brasileiros -, para a inauguração do Estádio do Real Madrid não há dúvida: o Belenenses, entre todos os clubes do mundo, foi o escolhido pelos madrilenos!

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Para o facto, evidentemente, contribuía a aura de força que envolvia o Belenenses e a impressão que, pouco tempo antes, em 15 de Maio de 1945, o Belenenses deixara em Madrid, empatando 2-2 com o Real. Se quisermos estender os factos, lembremos que, no jogo de retribuição, em 31 de Maio de 1945, o Belenenses venceu os madrilenos nas Salésias; ou recuemos ainda quinze anos, até à data em que o Belenenses venceu o mesmo adversário, em Ayamonte por 3-0 (cfr. 9 de Setembro).

Deste modo, o honroso convite do Real Madrid é um dos grandes factos da história do Belenenses, distinguindo-o sobremaneira a nível nacional e internacional. Pouquíssimos clubes no mundo têm um feito cuja grandeza se possa comparar...

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O Belenenses teve em Madrid o comportamento que era seu apanágio: de dignidade, de valor e de mística!

No jogo propriamente dito, o Belenenses perdeu por 3-1. Não obstante, voltou a deixar cartel em Madrid, sendo os próprios jornais espanhóis a referir alto e bom som a categoria da nossa equipa e, inclusivamente, o facto de termos sido espoliados de um golo limpo (ver gravuras). Quanto aos jornais portugueses, foram claros em afirmar que o Belenenses fora a melhor equipa em campo.

O Belenenses alinhou com: Sério; Serafim, Feliciano e Vasco; Amaro e figueiredo; Narciso, Rocha, Teixeira da Silva, Pereira Duarte e Artur Quaresma.

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O Real Madrid marcou primeiro aos 11 minutos. Empatou o Belenenses aos 23 minutos por Teixeira da Silva, após excelente trabalho de Artur Quaresma (que já dois anos antes brilhara em Madrid) e Rocha. Os espanhóis fizeram o 2-1 aos 59 minutos e o 3-1 a três minutos do fim.

Refira-se que a nossa Equipa de Basquetebol, na mesma ocasião, também se deslocou a Madrid e, apesar das duas derrotas (por 51-34 e 35-31), deixou excelente impressão, face a um adversário poderoso.



1972 – Belenenses presente na homenagem a Gento (pentacampeão europeu) e nas Bodas de Prata do Estádio do Real Madrid, a convite deste

Vinte e cinco anos passados, o Real Madrid reincidiu. Comemoravam-se as Bodas de Prata do Estádio de Chamartin; homenageava-se um dos maiores jogadores espanhóis e madrilenos de sempre, Gento (que fora campeão europeu pela selecção espanhola em 1964, e estivera na conquista de 5 Taças dos Campeões Europeus pelo Real Madrid). Pois quem foi convidado? O Ajax, o Milan, o Manchester United? O São Paulo, O River Plate, a Juventus, o Bayern de Munique? O Benfica, o Porto ou o Sporting? Não: foi o Belenenses!

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Refira-se que, superada uma crise financeira e desportiva, o Belenenses estava novamente bem; nessa época, foi 2º classificado no Campeonato Nacional.

A nossa equipa perdeu 2-1 com o Real Madrid (reforçado com Eusébio, com o húngaro Bené e com o romeno Dobrin) mas voltou a realizar excelente prestação. Os golos foram marcados aos 14m por Gento (de penalty) e aos 19, por Pirri (outro gigante do futebol espanhol), para o Real Madrid, reduzindo o Belenenses aos 79 minutos por Alfredo Quaresma. A própria imprensa espanhola reconheceu que o penalty foi forçado e que, em geral, a arbitragem de António Camacho foi “caseira” (ver gravura).

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Para a história, fica a nossa equipa que alinhou nesse dia: Mourinho; Parreira, Calado, Freitas e João Cardoso; Quinito, Quaresma e Godinho; Laurindo, Luís Carlos e Gonzalez. O treinador, como, curiosamente, 25 anos antes, era Alejandro Scopelli.

Do destaque dado pelos jornais ao acontecimento, ficam algumas imagens retiradas do jornal “A Bola” de 14 e 16 de Dezembro de 1972.


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