Uma história longa de rivalidade marca os encontros entre Belenenses e Sporting. Rivalidade verdadeira assente na nossa própria fundação, essencialmente baseada como foi em jogadores que até então alinhavam no Benfica e no Sporting. Uma rivalidade que é razão da nossa existência e sem a qual nos descaracterizamos pois fazemos assim cair por terra tudo aquilo que nos distingue dos demais.
Embora o Campeonato Nacional da Primeira Divisão, disputado no actual sistema de todos contra todos a duas voltas, só se tenha iniciado em 1934, Belenenses e Sporting defrontaram-se pela primeira vez em 1920, na disputa do Campeonato de Lisboa. O Belenenses venceu, assim como já tinha vencido o Benfica no seu primeiro embate.
Por mais que tentem certos espíritos frágeis negá-lo, Sporting e Benfica (como o F.C. Porto) são os nossos verdadeiros rivais. Dentro e fora do campo, pois exemplos não faltam de situações em que nos tentaram exterminar ou condenar enquanto Clube. Mas no campo, o futebol é (ou deveria ser) apenas um jogo que, apesar disso, se devia disputar com empenho e galhardia. E se há quem disto duvide e belenense se considere, procure bem no fundo de si se estes jogos não lhe causam um arreganho e uma vontade especial que não sentem com mais nenhum adversário excepto em situações muito particulares.
Temos pois um longo historial de confrontos, apenas interrompido em quatro ocasiões que não interessa recordar e muito menos repetir. É por isso natural que o mesmo produza alguns dados estatísticos interessantes. Pelos totais que se aqui se resumem existe um grande equilíbrio.
Jogos: 67, Vitórias: 23, Empates: 19, Derrotas: 25, Golos Marc.: 98, Golos Sofr.: 102
Ou seja, 34% de vitórias Belenenses e 37% sportinguistas. Empates em 28% das ocasiões. Numa situação de rivalidade a que já aludimos seria um cenário aceitável se os confrontos em Alvade apresentassem semelhante resumo. O que não acontece pelas mais variadas razões, nomeadamente pelas prolongadas crises para as quais o Belenenses foi empurrado por “amigos” rivais e amigos de rivais que sempre se sentiram incomodados pela nossa existência.
Histórico completo de resultados:
1934/35 - E 1-1, 1935/36 - D 1-2, 1936/37 - E 1-1, 1937/38 - D 5-6, 1938/39 - D 0-2, 1939/40 - E 0-0, 1940/41 - V 5-1,
1941/42 - V 3-1, 1942/43 - V 5-0, 1943/44 - E 1-1, 1944/45 - D 2-4, 1945/46 - V 2-1, 1946/47 - V 2-0, 1947/48 - V 3-2,
1948/49 - D 1-4, 1949/50 - D 1-5, 1950/51 - D 2-3, 1951/52 - V 4-3, 1952/53 - D 2-4, 1953/54 - V 2-0, 1954/55 - E 2-2,
1955/56 - V 2-1, 1956/57 - E 2-2, 1957/58 - E 3-3, 1958/59 - V 2-1, 1959/60 - V 1-0, 1960/61 - D 0-2, 1961/62 - D 0-1,
1962/63 - V 1-0, 1963/64 - V 4-2, 1964/65 - D 1-2, 1965/66 - E 1-1, 1966/67 - E 1-1, 1967/68 - V 4-0, 1968/69 - E 0-0,
1969/70 - D 1-2, 1970/71 - E 0-0, 1971/72 - V 2-1, 1972/73 - E 2-2, 1973/74 - V 1-0, 1974/75 - V 2-0, 1975/76 - V 1-0,
1976/77 - D 0-1, 1977/78 - D 0-1, 1978/79 - E 1-1, 1979/80 - V 2-1, 1980/81 - E 1-1, 1981/82 - D 1-3, 1984/85 - D 0-3,
1985/86 - E 1-1, 1986/87 - V 2-0, 1987/88 - D 2-3, 1988/89 - D 0-3, 1989/90 - V 1-0, 1990/91 - D 0-1, 1992/93 - E 2-2,
1993/94 - D 0-3, 1994/95 - D 0-1, 1995/96 - D 0-1, 1996/97 - E 2-2, 1997/98 - D 0-4, 1999/00 - D 0-1, 2000/01 - E 1-1,
2001/02 - V 3-0, 2002/03 - E 1-1, 2003/04 - D 1-3, 2004/05 - V 1-0
1941/42 - V 3-1, 1942/43 - V 5-0, 1943/44 - E 1-1, 1944/45 - D 2-4, 1945/46 - V 2-1, 1946/47 - V 2-0, 1947/48 - V 3-2,
1948/49 - D 1-4, 1949/50 - D 1-5, 1950/51 - D 2-3, 1951/52 - V 4-3, 1952/53 - D 2-4, 1953/54 - V 2-0, 1954/55 - E 2-2,
1955/56 - V 2-1, 1956/57 - E 2-2, 1957/58 - E 3-3, 1958/59 - V 2-1, 1959/60 - V 1-0, 1960/61 - D 0-2, 1961/62 - D 0-1,
1962/63 - V 1-0, 1963/64 - V 4-2, 1964/65 - D 1-2, 1965/66 - E 1-1, 1966/67 - E 1-1, 1967/68 - V 4-0, 1968/69 - E 0-0,
1969/70 - D 1-2, 1970/71 - E 0-0, 1971/72 - V 2-1, 1972/73 - E 2-2, 1973/74 - V 1-0, 1974/75 - V 2-0, 1975/76 - V 1-0,
1976/77 - D 0-1, 1977/78 - D 0-1, 1978/79 - E 1-1, 1979/80 - V 2-1, 1980/81 - E 1-1, 1981/82 - D 1-3, 1984/85 - D 0-3,
1985/86 - E 1-1, 1986/87 - V 2-0, 1987/88 - D 2-3, 1988/89 - D 0-3, 1989/90 - V 1-0, 1990/91 - D 0-1, 1992/93 - E 2-2,
1993/94 - D 0-3, 1994/95 - D 0-1, 1995/96 - D 0-1, 1996/97 - E 2-2, 1997/98 - D 0-4, 1999/00 - D 0-1, 2000/01 - E 1-1,
2001/02 - V 3-0, 2002/03 - E 1-1, 2003/04 - D 1-3, 2004/05 - V 1-0
Belenenses: Jogadores Convocados
Guarda-Redes: Marco Aurélio e Pedro Alves.
Defesas: Sousa, Amaral, Pelé, Rolando e Gaspar
Médios: Rui Ferreira, Sandro Gaúcho, Ruben Amorim, Pinheiro, Silas, José Pedro e Djurdjevic
Avançados: Dady, Paulo Sérgio, Romeu e Ahamada
Ficaram de fora da convocatória: Vasco Faísca e Ricardo Araújo (por opção), Fábio Januário (por lesão), Meyong (ausente na CAN), para além dos jogadores inscritos pela equipa júnior.
A minha equipa favorita seria (com base na convocatória):
Marco Aurélio;
Amaral, Rolando, Pelé e Sousa;
Rui Ferreira;
Paulo Sérgio, Ruben Amorim e Djurdjevic;
Ahamada;
Romeu
Amaral, Rolando, Pelé e Sousa;
Rui Ferreira;
Paulo Sérgio, Ruben Amorim e Djurdjevic;
Ahamada;
Romeu
Em 4-4-2, com Djurdjevic e Paulo Sérgio bem abertos nas alas e em apoio aos defesas laterais, Ruben ao centro junto a Rui Ferreira, e Ahamada (que tem boa meia-distância) e a aparecer de trás para a frente beneficiando da presença de Romeu na grande área onde este costuma ganhar muitas bolas.
A equipa provável:
Marco Aurélio;
Amaral, Rolando, Pelé e Sousa;
Ruben Amorim, Rui Ferreira;
Paulo Sérgio, Silas, Ahamada;
Romeu
Amaral, Rolando, Pelé e Sousa;
Ruben Amorim, Rui Ferreira;
Paulo Sérgio, Silas, Ahamada;
Romeu
Em 4-2-3-1, com Ahamada e Paulo Sérgio a extremos, Ruben ao centro à frente de Rui Ferreira – o trinco, e Silas nas costas de Romeu.
Arbitragem: Nomeações
No que respeita à arbitragem regista-se a nomeação dos seguintes responsáveis:
Árbitro: João Ferreira (AF Setúbal).
Árbitros Assistentes: António Godinho (AF Setúbal) e João Tomatas (AF Setúbal).
Observador: Domingos Gomes.
Delegados: Jorge Nóbrega, José Ourives e Joaquim Calado.
De referir que, inicialmente, estava nomeado Carlos Nilha como árbitro auxiliar, no lugar de João Tomatas. Viria a ser substituído em virtude de impedimento regulamentar decorrente do jogo em que participou na passada 4ª feira a contar para a 5ª Eliminatória da Taça de Portugal.
Esta época João Ferreira já arbitrou o Penafiel 0 – Belenenses 3, jogo de boa memória portanto.
A época passada João Ferreira apitou o Sporting 2 – Belenenses 0 (o tal do canto fantasma do qual resultou o primeiro golo aos 85 minutos e o Gil Vicente 1 – Belenenses 0.
António Godinho auxiliou no F.C. Porto 2 – Belenenses 0 desta época. Na época passada auxiliou no Belenenses 2 – União de Leiria 1 e no Belenenses 2 – Beira-Mar 0.
João Tomatas não participou em nenhum jogo do Belenenses esta época. Na passada auxiliou no Académica 1 – Belenenses 1, também no Marítimo 0 – Belenenses 0.
Comentário
Este artigo é escrito, como devem calcular, com alguma antecedência relativamente ao dia da sua publicação. Já nos referimos aqui tantas vezes que esta será apenas mais uma. Não temos memória de formiga e é muito recente o cabeçalho do último jogo disputado no Restelo contra o Sporting: ”Leões contra leões na arena do Restelo”.
Bem sei que há muitos a quem (infelizmente) isto não choca. De facto é apenas mais uma dos muitos abusos, que tornando-se habituais, deixam de ser rebatidos, entrando na normalidade.
A verdade é que tal título era possível ainda hoje ou nos dias mais próximos de um novo Belenenses – Sporting.
Querer perpetuar este esquecimento, motivado por novos empréstimos provenientes destes é desvirtuar tudo o que o Belenenses (ainda e apesar de tudo) representa. Ou se calhar já não, mas também ninguém tem coragem de assumir porque seria pulverizado em 3 tempos. O que explica muito do silêncio sepulcral que se “ouve”.
À parte destes detalhes, insignificantes para muitos, disputa-se novo derby de Lisboa. Um jogo com enormes tradições e cujas memórias mais vivas oscilam entre o glorioso e o desastroso.
Desastroso porque infelizmente marcou pela negativa o fim de um ciclo o empate a quatro minutos do fim, ainda nas Salésias, e que nos tirou o Campeonato que já se festejava em Belém. O Belenenses a partir desse dia nunca mais foi o mesmo.
Glorioso, pelo menos na minha memória pessoal, da vitória por 2-0 em 1986/87, resultado que nos colocou em primeiro lugar no campeonato dessa época. Glorioso novamente na vitória por claro 3-1 na passagem à final da Taça de Portugal em 1987/88. Vitórias marcantes, embora muitas outras haja.
Importante foi a do ano passado também, pela tranquilidade que trouxe e aumento de confiança por circunstancial que então fosse, como qualquer vitoria que haja contra os nossos rivais (perdoem a insistência os mais sensiveis), pois permite-nos reavivar as nossas cores e o nosso orgulho, por estes dias (anos, décadas) no seu mais ponto zero.
De novo torna-se vital obter uma vitória, por todas as razões e mais uma: a nossa situação actual.
Mas este é também um jogo especial por outras razões. Quero verificar «in-loco» se se permite o que vi o ano passado. Símbolos alienígenas na nossa bancada. Camisolas azuis de leão ao peito ou camisolas verdes de cruz ao peito. Os “verdocas”, “green-panachés” ou outras tretas que os valha.
Espero que fiquem em casa. Na nossa bancada não podem entrar esses híbridos ou mesmo os adversários envergando os seus símbolos. Ali não. Pelo menos ali. Deixem-nos ao menos isso.
UM APELO
Para terminar . . . um repetido apelo
UM ADEPTO, UMA BANDEIRA!
Como diz o refrão da Fúria Azul...
“Tenho todo o orgulho, sou Belém até morrer”.
Como diz o refrão da Fúria Azul...
“Tenho todo o orgulho, sou Belém até morrer”.
Esse orgulho independente dos resultados só é beliscado pelo aspecto desolador das bancadas do Restelo, na maioria dos jogos, nos últimos anos.
Julgam que os jogadores não se sentem abatidos ou empolgados, respeitadores ou alheios à grandeza do clube, conforme o aspecto das bancadas? Temos a certeza absoluta que sim.
Hoje vimos novamente colocar uma sugestão perante os que já costumam ir.
O Restelo precisa de mais som – das nossas gargantas e dos nossos aplausos – e também de mais cor – logicamente, da nossa cor azul.
Esse colorido pode ser dado por cachecóis mas é muito mais impressivo – para todos nós, para os nossos jogadores e para os adversários – se for através de bandeiras. E, infelizmente, também estas se têm sumido do nosso Estádio.
Que tal voltar a levá-las connosco? Por favor, não fiquemos só a pensar. Vamos fazê-lo mesmo: cada um de nós, adquiramos (se não a temos em casa) uma bandeira, levemo-la para os jogos, agitemo-la quando as equipas entram em campo, quando marcamos um golo, quando o apoio se faz mais necessário.
Vamos continuar a ser uns tipos que exigem e resmungam umas coisas, vamos encolher os ombros numa atitude comodista, ou vamos fazer a nossa parte?
Guardemos a energia para a apoiar a nossa equipa e dar colorido e alegria ao Restelo, em vez a desperdiçar a assobiar os nossos jogadores ou a insultar adversários!