Corria o ano de 2001. César Peixoto chegava ao Belenenses vindo do Caçadores de Taipas, da III Divisão, para representar o Belenenses. Era na altura um jogador desconhecido e dela apenas se sabia que era esquerdino e que jogava a extremo.
Deu nas vistas logo na primeira época, em especial num jogo contra o Porto no Restelo, que vencemos por 3-0, última derrota de Mourinho por estes números até à semana passada, em que fez um grande jogo e marcou um golão de fora-da-área. Fez um resto de época excelente e logo despertou a cobiça dos chamados “grandes”, eu prefiro chamar-lhes abutres, do futebol português. “Propostas” para aqui, “propostas” para ali, na altura o atleta não tinha a chamada cláusula de rescisão, inicia-se a época seguinte com César Peixoto na equipa.
Mas o F.C.Porto não desiste. Como, no entender deles, o Belenenses estava a pedir muito dinheiro, nada como convencer o atleta a dizer ao seu clube que estava insatisfeito, até ao ponto de simular uma lesão para não treinar, para baixar o preço e chegar-se à tão “desejada” transferência. O jogador fez bem o seu papel, o Belenenses caiu como um patinho na esparrela.
E consuma-se a venda. 30 suaves prestações de 10.000 contos (moeda na altura) cada. 1,5 M € à moeda actual.
Chegamos ao ano de 2005. Uma pré-época por todos elogiada, por mim também, se exceptuarmos as aquisições de Vasco Faísca e Gaspar, como na altura fiz questão de frisar, Faísca pelo qual pagámos 250.000 € para se desvincular a “custo zero”, Gaspar deve ter sido mais ou menos a mesma coisa, em vez de se ter contratado logo na altura um defesa-esquerdo de raíz e mais um ponta-de-lança ou um extremo esquerdo. Excelentes as aquisições de Meyong e Ahamada e, na altura pareceu, uma excelente oportunidade o empréstimo de Silas vindo do Wolverhampton.
A 14 de Julho de 2005 reúne-se a Assembleia Geral da SAD com o objectivo de apresentar o Relatório e Contas da Sociedade e Barros Rodrigues confirma que o passivo acumulado da SAD é de 2.683.000 €, resultante do somatório de todos os exercícios, tendo apenas o de 2001/2002 sido positivo devido à venda já mencionada de César Peixoto.
Barros Rodrigues afirma na sua intervenção que não pode a SAD continuar com prejuízos transitados contínuos e que o caminho a seguir teria de ser o da venda de um jogador por época por forma a equilibrar as contas e deixarmos de ter passivos permanentes. Concordei na altura, conforme tive oportunidade de o dizer na AG, e concordo agora. O caminho a seguir por uma Sociedade deve ser sempre a valorização dos seus activos, neste caso jogadores, por forma a encontrar um equilíbrio entre a vertente desportiva e a financeira. Não nos adianta ter um excelente plantel se não temos dinheiro para o manter, nem nos adianta ter os cofres cheios com uma equipa fraca, desprestigiante e com jogadores que não rendem.
No propósito de efectivar este objectivo foi emprestado Gonçalo Brandão ao Charlton Athletic por uma época, com uma cláusula de opção dos ingleses de 800.000 € a exercer até 31 de Dezembro. Não foi na altura exercida, nem até agora.
Começam então os rumores de salários em atraso no plantel, uma vez desmentidos pela SAD e Direcção, numa notícia do jornal Expresso.
Pelé começa a ser “posto” no mercado através de notícias nos jornais, não sabemos se com o apoio e conhecimento, ou não, da SAD. E Pelé não sai para nenhum dos “muitos” clubes ingleses que pareciam estar interessados nele.
Aumentam os rumores de salários em atraso, que deixam de ser desmentidos, passando até a ser confirmados pela Direcção.
É divulgada a cláusula de rescisão de Rolando, não se sabe com que intuito, mas também não será muito difícil adivinhar.
Em pleno mês de Janeiro chega às mãos de Meyong uma proposta milionária da Arábia Saudita, que o jogador recusa por não estar interessado em jogar naquele país.
Depois da sua participação no CAN, em que marca dois golos decisivos, e já depois de fechado o período de transferências que regula quase todo o Mundo, eis que é apresentada uma proposta a Meyong pelo Lokomotiv de Moscovo, calculo eu que ao arrepio do Belenenses, com a intenção óbvia de fazer o jogador forçar o Belenenses a libertá-lo por um valor inferior ao da cláusula de rescisão, 2,5 M € ao que dizem. E só a partir daí, segundo dizem os jornais, apresentam uma proposta ao Belenenses de 1,7 M €, tipo pegar ou largar, porque têm mais jogadores referenciados.
A história repete-se. A todos os belenenses isto cheira a “dejá vu”.
O Lokomotiv de Moscovo comete, ao que dizem as notícias, uma ilegalidade ao abordar um jogador que tem mais dois anos de contrato. O Belenenses está numa posição delicada na tabela, 1 ponto acima da linha de água, não poderá contratar nenhum jogador para substituir o seu melhor goleador dos últimos anos, mas da parte dos seus dirigentes nada se ouve.
Dizem alguns consócios, por ingenuidade, ou talvez não, que será um excelente negócio para nós. Como veio a “custo zero” qualquer que seja o valor de venda será muito bom. Só que esses ingénuos, ou distraídos, esquecem-se de ler no Relatório da SAD na Rubrica Custos que os Fornecimentos e Serviços Externos em 2004/2005 um valor de 2.046.931 € que como Barros Rodrigues explicou correspondem a pagamentos a empresários e “luvas” a jogadores por assinatura de contrato.
Aquilo que está em causa neste negócio, ao qual eu estou frontalmente contra, são 4 coisas muito simples:
1 – O Belenenses perde na fase mais importante da época, quiçá decisiva para a sua sobrevivência, o seu melhor goleador e activo, não tendo a mínima hipótese de o substituir. O seu melhor activo é vendido ao desbarato por valores muito inferiores ao seu real valor e não nos admiraria muito que em Junho o jogador já estivesse “farto” de estar na Rússia e fosse transferido para outro Campeonato por verbas por muito superiores às ora pagas, realizando o Lokomotiv um negócio da China.
2 – Qualquer jogador que esteja, ou venha a estar, no Belenenses passa a saber que pode “pressionar” a SAD a libertá-lo por valores substancialmente mais baixos ao contratualizado, com o argumento que “já está com a cabeça noutro lado e que não podem cortar-lhe as pernas”.
3 – O Belenenses dá, mais uma vez, a indicação ao “mercado” que está desesperado por realizar dinheiro e que as cláusulas de rescisão são meros adereços.
4 – O dinheiro realizado com esta transferência, também ao contrário do que muitos ingenuamente pensam, não servirá para investir em jogadores para a próxima época, mas sim para atenuar passivo, conforme se infere das contas da SAD. Para atenuar passivo e para corrigir erros de gestão, como o prova o facto de estarmos a pagar a dois treinadores, um no activo, outro ainda por cima a trabalhar para o 2º maior investidor da nossa SAD, com os resultados que estão à vista, medíocres, que ainda por cima não valorizam os nossos activos.
Posto isto, e como ninguém desmente as notícias vindas a público na Comunicação social, chego à conclusão que o desespero se apoderou de quem dirige o nosso Clube. E com desespero não se fazem bons negócios nem se gere bem um Clube ou Sociedade.
Albert “Peixoto” Ze por 1,7 M € nesta fase da época, NÃO OBRIGADO!
P.S.: O facto de se pedirem garantias bancárias indicia claramente que a verba a ser recebida não será paga a pronto. Mais um aspecto negativo.
P.P.S.: Parece que o negócio está complicado. Será que vai haver nova redução de preço?
Deu nas vistas logo na primeira época, em especial num jogo contra o Porto no Restelo, que vencemos por 3-0, última derrota de Mourinho por estes números até à semana passada, em que fez um grande jogo e marcou um golão de fora-da-área. Fez um resto de época excelente e logo despertou a cobiça dos chamados “grandes”, eu prefiro chamar-lhes abutres, do futebol português. “Propostas” para aqui, “propostas” para ali, na altura o atleta não tinha a chamada cláusula de rescisão, inicia-se a época seguinte com César Peixoto na equipa.
Mas o F.C.Porto não desiste. Como, no entender deles, o Belenenses estava a pedir muito dinheiro, nada como convencer o atleta a dizer ao seu clube que estava insatisfeito, até ao ponto de simular uma lesão para não treinar, para baixar o preço e chegar-se à tão “desejada” transferência. O jogador fez bem o seu papel, o Belenenses caiu como um patinho na esparrela.
E consuma-se a venda. 30 suaves prestações de 10.000 contos (moeda na altura) cada. 1,5 M € à moeda actual.
Chegamos ao ano de 2005. Uma pré-época por todos elogiada, por mim também, se exceptuarmos as aquisições de Vasco Faísca e Gaspar, como na altura fiz questão de frisar, Faísca pelo qual pagámos 250.000 € para se desvincular a “custo zero”, Gaspar deve ter sido mais ou menos a mesma coisa, em vez de se ter contratado logo na altura um defesa-esquerdo de raíz e mais um ponta-de-lança ou um extremo esquerdo. Excelentes as aquisições de Meyong e Ahamada e, na altura pareceu, uma excelente oportunidade o empréstimo de Silas vindo do Wolverhampton.
A 14 de Julho de 2005 reúne-se a Assembleia Geral da SAD com o objectivo de apresentar o Relatório e Contas da Sociedade e Barros Rodrigues confirma que o passivo acumulado da SAD é de 2.683.000 €, resultante do somatório de todos os exercícios, tendo apenas o de 2001/2002 sido positivo devido à venda já mencionada de César Peixoto.
Barros Rodrigues afirma na sua intervenção que não pode a SAD continuar com prejuízos transitados contínuos e que o caminho a seguir teria de ser o da venda de um jogador por época por forma a equilibrar as contas e deixarmos de ter passivos permanentes. Concordei na altura, conforme tive oportunidade de o dizer na AG, e concordo agora. O caminho a seguir por uma Sociedade deve ser sempre a valorização dos seus activos, neste caso jogadores, por forma a encontrar um equilíbrio entre a vertente desportiva e a financeira. Não nos adianta ter um excelente plantel se não temos dinheiro para o manter, nem nos adianta ter os cofres cheios com uma equipa fraca, desprestigiante e com jogadores que não rendem.
No propósito de efectivar este objectivo foi emprestado Gonçalo Brandão ao Charlton Athletic por uma época, com uma cláusula de opção dos ingleses de 800.000 € a exercer até 31 de Dezembro. Não foi na altura exercida, nem até agora.
Começam então os rumores de salários em atraso no plantel, uma vez desmentidos pela SAD e Direcção, numa notícia do jornal Expresso.
Pelé começa a ser “posto” no mercado através de notícias nos jornais, não sabemos se com o apoio e conhecimento, ou não, da SAD. E Pelé não sai para nenhum dos “muitos” clubes ingleses que pareciam estar interessados nele.
Aumentam os rumores de salários em atraso, que deixam de ser desmentidos, passando até a ser confirmados pela Direcção.
É divulgada a cláusula de rescisão de Rolando, não se sabe com que intuito, mas também não será muito difícil adivinhar.
Em pleno mês de Janeiro chega às mãos de Meyong uma proposta milionária da Arábia Saudita, que o jogador recusa por não estar interessado em jogar naquele país.
Depois da sua participação no CAN, em que marca dois golos decisivos, e já depois de fechado o período de transferências que regula quase todo o Mundo, eis que é apresentada uma proposta a Meyong pelo Lokomotiv de Moscovo, calculo eu que ao arrepio do Belenenses, com a intenção óbvia de fazer o jogador forçar o Belenenses a libertá-lo por um valor inferior ao da cláusula de rescisão, 2,5 M € ao que dizem. E só a partir daí, segundo dizem os jornais, apresentam uma proposta ao Belenenses de 1,7 M €, tipo pegar ou largar, porque têm mais jogadores referenciados.
A história repete-se. A todos os belenenses isto cheira a “dejá vu”.
O Lokomotiv de Moscovo comete, ao que dizem as notícias, uma ilegalidade ao abordar um jogador que tem mais dois anos de contrato. O Belenenses está numa posição delicada na tabela, 1 ponto acima da linha de água, não poderá contratar nenhum jogador para substituir o seu melhor goleador dos últimos anos, mas da parte dos seus dirigentes nada se ouve.
Dizem alguns consócios, por ingenuidade, ou talvez não, que será um excelente negócio para nós. Como veio a “custo zero” qualquer que seja o valor de venda será muito bom. Só que esses ingénuos, ou distraídos, esquecem-se de ler no Relatório da SAD na Rubrica Custos que os Fornecimentos e Serviços Externos em 2004/2005 um valor de 2.046.931 € que como Barros Rodrigues explicou correspondem a pagamentos a empresários e “luvas” a jogadores por assinatura de contrato.
Aquilo que está em causa neste negócio, ao qual eu estou frontalmente contra, são 4 coisas muito simples:
1 – O Belenenses perde na fase mais importante da época, quiçá decisiva para a sua sobrevivência, o seu melhor goleador e activo, não tendo a mínima hipótese de o substituir. O seu melhor activo é vendido ao desbarato por valores muito inferiores ao seu real valor e não nos admiraria muito que em Junho o jogador já estivesse “farto” de estar na Rússia e fosse transferido para outro Campeonato por verbas por muito superiores às ora pagas, realizando o Lokomotiv um negócio da China.
2 – Qualquer jogador que esteja, ou venha a estar, no Belenenses passa a saber que pode “pressionar” a SAD a libertá-lo por valores substancialmente mais baixos ao contratualizado, com o argumento que “já está com a cabeça noutro lado e que não podem cortar-lhe as pernas”.
3 – O Belenenses dá, mais uma vez, a indicação ao “mercado” que está desesperado por realizar dinheiro e que as cláusulas de rescisão são meros adereços.
4 – O dinheiro realizado com esta transferência, também ao contrário do que muitos ingenuamente pensam, não servirá para investir em jogadores para a próxima época, mas sim para atenuar passivo, conforme se infere das contas da SAD. Para atenuar passivo e para corrigir erros de gestão, como o prova o facto de estarmos a pagar a dois treinadores, um no activo, outro ainda por cima a trabalhar para o 2º maior investidor da nossa SAD, com os resultados que estão à vista, medíocres, que ainda por cima não valorizam os nossos activos.
Posto isto, e como ninguém desmente as notícias vindas a público na Comunicação social, chego à conclusão que o desespero se apoderou de quem dirige o nosso Clube. E com desespero não se fazem bons negócios nem se gere bem um Clube ou Sociedade.
Albert “Peixoto” Ze por 1,7 M € nesta fase da época, NÃO OBRIGADO!
P.S.: O facto de se pedirem garantias bancárias indicia claramente que a verba a ser recebida não será paga a pronto. Mais um aspecto negativo.
P.P.S.: Parece que o negócio está complicado. Será que vai haver nova redução de preço?