1926 – Conquista do primeiro Campeonato de Lisboa de Futebol
Foi o primeiro grande Campeonato ganho pelo Belenenses.
Já tínhamos, é verdade, a cobiçadíssima Taça dos Mutilados da Guerra, numa disputa ardorosa com os restantes adversários mais poderosos – troféu cuja beleza dispensa comentários para quem o admirar nas nossas grandiosas salas de troféus.
No entanto, um Campeonato é sempre um Campeonato; e, na época, um Campeonato de Lisboa valia quase tanto como ser campeão de Portugal (conquista em que, aliás, nos estrearíamos no ano seguinte, depois de, esta mesma época, sermos finalistas vencidos).
A vitória foi selada, neste dia, na penúltima jornada, com uma vitória por 1-0 sobre o Sporting, com um golo de Alfredo Ramos O trunfo no Campeonato ficou desde logo assegurado (e não foi posto em causa pela derrota, na última jornada, contra o União de Lisboa). Lembremos que outro passo fundamental nesta conquista foi a vitória 5-4 sobre o Benfica, depois de termos estado a perder por 4-1.
Na nossa equipa, pontificavam jogadores como Augusto Silva, César de Matos, Joaquim de Almeida, José Luís, Silva Marques, Alfredo Ramos ... e Pepe. Todos eles eram internacionais A. O treinador era...Artur José Pereira!
A conquista deste Campeonato fechava o septenário de afirmação inicial do nosso clube e abria um outro septenário recheado de conquistas, que tornaram o Belenenses no clube mais poderoso de Portugal! Entre 1926 e 1933, o Belenenses ganhou 3 Campeonatos de Portugal (e foi vice-Campeão 2 vezes) e 4 Campeonatos de Lisboa!
1986 – Abertura da sala de Bingo
Depois de uma prolongada luta, abriu finalmente o Bingo do Belenenses. Deve ser creditado o devido mérito ao Presidente Mário Rosa Freire e restante equipa directiva, que teve o rasgo de abrir a nossa sala de bingo no centro de Lisboa (em vez de no Restelo) e assegurando receitas vultuosas.
O Belenenses saía assim da penúria financeira que quase sempre acompanhou a sua existência.
Durante 3 anos, os resultados viram-se: um 3º lugar, uma Taça de Portugal (e outra presença na final), boas prestações nas provas europeias, a chegada de jogadores de classe como Mladenov, Mapuata, Zé Mário, Adão, Baidek, Sadkov e Mihailov.
Outras, de grande prestígio, como os internacionais brasileiros Alemão e Tita, estiveram por um fio.
E depois? A pergunta fica, tremenda, no ar! Como se utilizou esse dinheiro?
Onde estão os resultados, o fruto dos investimentos?
Porque, paradoxalmente, foi quando teve mais receitas que o Belenenses atravessou os períodos mais negros da sua história?
Porque, desde esse rasgo de Mário Rosa Freira, vinte anos passados, não se garantiram outras fontes significativas de receitas?