sábado, 29 de abril de 2006

BELENENSES – Académica (Antevisão)

Julgo que qualquer adepto a sério do Belenenses, quando for ao médico, deve imediatamente expor essa sua qualidade para facilitar o diagnóstico. Fenómenos como insónias, desordens nervosas, ataques de ansiedade, irritabilidade, dores de barriga e de cabeça, branqueamento precoce dos cabelos e até desenvolvimento de tendências masoquistas serão muito mais facilmente explicáveis. Por outro lado, julgo que seria de realizar um estudo que, suponho eu, comprovaria a minha teoria de que um adepto do Belenenses tem uma esperança média de vida inferior aos outros. Sim, porque isto de ser do Belenenses tira anos de vida!

Há anos atrás, que cada vez vão ficando mais distantes, custava-me a entender as pessoas que se “cortavam” a ir ver os jogos do Belenenses, alegando “juras”, confessando-se saturadas, afirmando que estavam fartas, dizendo que o coração já não aguentava.

Hoje, confesso que também eu vou ficando assim. De resto, já decidi: se a decisão que sabemos ficar adiada para Barcelos, não ver o jogo nem ouvir rádios. Desapareço para algum sítio, prepara-me para o pior e, lá para as seis e tal (que há-de ver golos malucos em descontos de 10 minutos), vou saber da “sentença”. Já bastou o que foi há 2 anos.

Bem, espero que não seja preciso que tal aconteça. Espero mesmo. No entanto, o facto é que vou Domingo para o Restelo sem alegria nenhuma – pelo contrário, com o coração bastante apertado.

Sei, já sei, já desesperei, que o calor e o clamor das multidões pouco ou nada diz à grande maioria dos actuais adeptos belenenses – com os tristes reflexos que essa atitude, já antiga, foi tendo. Sei que a frase a seguir não faz sentido nenhum para quem quer é resmungar com o ordenado do Silas, babar-se com o Paulo Sérgio ou falar dos chinelos e das correntes de ar nas piscinas: para mim, um Restelo mais composto, todavia, significa, em muitos casos, algo de muito mais alentador do que os resultados.

Lá estarei a apoiar. Mas, sinceramente, quero é que este sufoco acabe, mesmo que ganhemos com um auto-golo. Basta de sofrer, de sofrer para – ao que se reduziu o Belenenses – não descer!

Temos que ganhar. Ganhar, não empatar. A atitude da equipa só pode ser de grande concentração e de grande determinação. Nas outras coisas, somos melhores que eles.

Temos que ganhar custe o que custar. TEMOS QUE GANHAR!

* * *


A previsão (ou exortação ou esperança ou que seja) que se segue vale tanto como qualquer outra. Mas aqui fica ela:

SILAS, tu vais acabar com este sofrimento, ainda na 1ª parte, marcando o 2º golo! Encara os adversários, e depois a baliza, com toda a confiança e põe a bola lá dentro! Se não for o 2º golo, pode ser o 1º ou o 3º ou o 4º!