1946 – Primeiro jogo internacional de Basquetebol (contra o Campeão de Espanha)
Em 1944/45 o Belenenses faria um época absolutamente notável. Conquistou todos os títulos da Divisão de Honra de Lisboa,nas (três) categorias seniores em disputa, o Campeonato Nacional da Primeira Divisão e ainda conquistou a Taça de Honra. O único título que escaparia e que foi disputado pelo Belenenses foi o de campeão nacional de juniores.
Era um feito inaudito.
De tal forma que, depois de uma época tão fulgurante, a opinião generalizada foi de que seria impossível repetir a proeza. Pois foi exactamente isso o que o Belenenses conseguiu logo na época seguinte.
Pontificavam nestas equipas jogadores que marcaram uma época do Basquetebol nacional, como:
Adriano Natividade, Afonso Domingues, António Esteves, Carlos Câmara e Sousa, João da Cruz, Manuel Ceia, Valério Teixeira e o incontornável Rómulo Trindade, entre outros.
A fama e reconhecimento granjeado por este estupendo acumular de vitórias renderia ao Belenenses fama internacional. E foi assim que efectuou uma tourneé em Espanha em que defrontou (nesta data) o campeão espanhol – Layetano, em Barcelona, onde, aliás, defrontaria também o Manresa e a Selecção da Catalunha. Já no regresso a Lisboa, o Belenenses defrontou ainda o Real Madrid.
Não tendo vencido qualquer jogo, dado o nível superior do Basquetebol espanhol, o Belenenses deu muito boa imagem de Portugal ao disputar sempre o resultado, em todos os jogos.
Para registo futuro, o resultado (obtido com o campeão espanhol a 21 de Abril de 1946) foi: Layetano, 40 – Belenenses, 32.
1963 – Vicente e Yaúca, na primeira vitória de Portugal sobre o Brasil. Vicente “anulou” Pélé
No Campeonato Nacional de 1962/63, o Belenenses obteve um quarto lugar.
A primeira volta foi má, a segunda foi excelente. Foi, pois, com naturalidade que tivemos dois futebolistas nossos no Onze Nacional, nesta vitória histórica (lembre-se que o Brasil ganhara os dois Campeonatos do Mundo anteriores), em jogo disputado no Jamor.
Yaúca esteve bem, fazendo o cruzamento de que nasceu o golo apontado por José Augusto. No entanto, a figura do jogo foi Vicente, que pura e simplesmente “secou” o Rei Pelé.
Na edição do jornal “A Bola” do dia seguinte, podia ler-se:
“Sessenta mil pessoas viram, com os seus próprios olhos, como Vicente conseguiu transformar um ‘rei’ num ‘plebeu’, converter um ‘fenómeno’ num jogador vulgar, impedir que Pelé fizesse pingar, ao menos uma vez, sobre o relvado do Jamor, um fio de luz do seu decantado (e real) génio futebolístico. (…) foi isso mesmo que aconteceu: Pelé não lhe ganhou uma única jogada. (…) Outros têm procedido de outra forma e foram esmagados. Ele procedeu assim e esmagou Pelé”. Por sua vez, Ricardo Ornelas escrevia no “Diário Popular”: “Vicente, em atenção em Pelé, confirmou as suas duas exibições anteriores com impressionante naturalidade, tão bem ele entrou em acção em oposição ao famoso jogador. (...) Haverá pela Europa tantos Vicentes?”.
Em resumo, dois jogadores azuis presentes e fundamentais no que, na altura, foi considerado o maior feito de sempre do futebol português.