quarta-feira, 10 de maio de 2006

Neste dia, em . . .

Ante-scriptum: É sob pesado luto que publicamos este artigo que descreve a história de um Belenenses não correspondente com a realidade actual.



1953 - Estreia de Di Pace em jogos oficiais

A 5 de Abril fazemos referência à chegada a Portugal deste “mago” do futebol, rapidamente apelidado de “rei dos dribles” dada a sua forma muito característica de fintar. Fez uma dupla fantástica com Matateu como também recordamos em outras ocasiões destes apontamentos.

Di Pace foi recrutado ao Universidade do Chile, de Santiago, onde esteve durante duas épocas e onde conheceu Alejandro Scopelli. Vinha por isso muito bem referenciado e chegava ao Belenenses numa transferência que envolvia bastante expectativa.

A 10 de Abril, apenas 5 dias após a sua chegada, Di Pace estreava-se a treinar no Belenenses, participando num jogo de treino entre as equipas de Honra e Reserva. Di Pace alinhou pela primeira equipa, ao lado de nomes como Sério, Rocha, Serafim, Castela, Feliciano, Diamantino, Manuel Jorge, André, Matateu e Narciso. Refira-se que na equipa de Reserva alinharam também nessa ocasião José Pereira; Marçal e Portas; Amorim, Raúl Figueiredo e Lenine; Dimas, Martins, Belas, Medeiros e Licker.

Apesar da boa imagem e presença neste treino, em que ficou bem patente a excelente técnica individual de Di Pace e que muito agradou aos adeptos e restantes assistentes do mesmo, o primeiro jogo oficial que disputou e que se realizou nesta data em 1953, não correu como esperado. Nem para o Clube nem para o estreante Di Pace.
O Belenenses ver-se-ia prematuramente afastado da disputa da Taça de Portugal ao ser derrotado por 0-1, em plenas Salésias, pelo Barreirense, referindo-se a imprensa da época a Di Pace como sendo “... bom jogador mas pouco combativo”.

Esta estreia pouco auspiciosa não impediu, no entanto, que Di Pace se tornasse rapidamente na lenda que conhecemos, um dos pilares fundamentais da equipa, espalhando a sua classe pelos campos de Portugal.

Nessa época o Belenenses terminaria na terceira posição do Campeonato, classificação final mais vezes repetida como nunca é demais referir como modo de relembrar os mais esquecidos pela névoa cinzenta e insistente de tempos mais recentes.

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Di Pace é um nome que, apesar de não ter tido a felicidade de ser campeão ou de conquistar um título grande ao serviço do Belenenses, é indelével da nossa história, onde permanecerá sempre como um dos jogadores com mais fino recorte técnico que já pssaram nas nossas (intermináveis) fileiras de jogadores. É um símbolo do bom futebol, inesquecível por todos aqueles que sentiram ao vivo o perfume do seu futebol.
Para todos os restantes, menos felizes nesse aspecto, restam os relatos e crónicas da época, que de alguma forma aqui reproduzimos ao longo destes apontamentos e, infelizmente, pouco mais do que isso, dada a quase inexistência de registos visuais desta época.