quarta-feira, 17 de maio de 2006

Neste dia, em . . .

1925 - César de Matos e Augusto Silva estreiam-se na Selecção Nacional de Futebol

Como jogadores, Augusto Silva e César de Matos tiveram a sua carreira estreitamente ligada.

No Belenenses, ambos foram grandes figuras das décadas de 20 e de 30. Ambos eram centro-campistas. Ambos foram três vezes Campeões de Portugal (e duas vezes vice-campeões) e quatro vezes Campeões de Lisboa. Ambos deram um contributo enorme para tornar o Belenenses naquilo que era quando terminaram a sua carreira: o mais poderoso clube de futebol do nosso país.

Como treinador, porém, Augusto Silva, deu-nos ainda algo mais: foi ele o técnico da equipa que foi Campeã Nacional (e de Lisboa) em 1945/46.

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Na Selecção Nacional, igualmente o seu percurso foi muito semelhante. Ambos foram dos jogadores com mais internacionalizações na sua época (Augusto Silva, com 21, antes de todos; César de Matos, com 17, quase logo a seguir); ambos estiveram presentes nos Jogos Olímpicos de 1928, a primeira grande proeza da Selecção de Portugal; ambos acabaram a sua carreira na Equipa Nacional quase a meio da década de 30 (César de Matos, em 1933; Augusto Silva, em 1934); ambos se estrearam na data a que agora nos reportamos.

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Foi num jogo com a Espanha, realizado no nosso país, e que perdemos por 2-0. Aliás, até então, Portugal contava por derrotas todos os jogos disputados. Mas, logo no encontro seguinte, em 18 de Junho de 1925, algo mudou: Portugal, desta vez, jogou com a Itália e ganhou por 1-0. César de Matos e Augusto Silva estiveram novamente presentes.



1936 - Belenenses inaugura campo do Barreirense

Nesta data o Belenenses inaugurava o campo do Barreirense, então denominado de Campo do Rossio.

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Mais tarde, a partir de 14 de Fevereiro de 1952, o campo passaria a ser chamado Campo D. Manuel de Mello, após uma total remodelação.

Em 1976, o Belenenses regressaria ao Manuel de Melo participando num jogo de estreia da iluminação do campo, em que o Barreirense venceria por 2-1.

Alinharam então pelo Belenenses:
José Pereira; Sambinha, Quaresma, Lima e Cardoso; Isidro,Ramalho e Esmoriz; Alfredo, Rocha e Leitão. Jogaram ainda (Pincho e Ernesto).



1987 - Matateu homenageado no Restelo, em jogo de veteranos entre equipas do Belenenses e do Benfica

Matateu, um dos primeiríssimos jogadores portugueses (teria sempre que caber numa qualquer Selecção Nacional de sempre) e também mundiais, uma das figuras maiores do nosso clube, o ídolo que, nos anos 50 e início dos anos 60 todos os miúdos queriam ser nas suas jogatanas de rua; Matateu, o homem das fitas num espaço mínimo, dos golos de ângulo impossível, dos golpes geniais que inflamavam multidões, do remate potentíssimo que fazia a bola entrar com os guarda-redes pelas balizas dentro; Matateu é e será sempre um autêntico deus para os belenenses, tanto para os que rejubilaram com as suas centenas de golos, como para os que ainda sabem, de ouvir contar, da memória que ainda se não perdeu, os ecos, as lendas, as histórias sem fim... (cfr. 27 de Janeiro)

No começo dos anos 70, Lucas Sebastião da Fonseca, “Matateu” foi viver para o Canadá. Esteve muitos anos sem vir a Portugal.

Depois de muitos convites, aceitou, enfim, voltar a Portugal e ao Belenenses, no fim de Abril de 1987.

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Surgiu quase de surpresa – afinal, o Matateu sempre habituou todos a esperar...o inesperado. Só os que tiveram a ventura de o ver chegar ao Restelo numa 6ª feira à tarde, de o saudar, de o abraçar, de se sentirem a vibrar com a presença de um dos nossos maiores, sabiam que ele iria saudar o povo azul no jogo do Domingo seguinte. Os jornais não o noticiaram...

Por isso, quando, no dia 26 de Abril de 1987, minutos antes do jogo em que o Belenenses venceu o Farense por 3-2, foi anunciada a presença de Matateu e ele deu a volta ao estádio para nos saudar e ser aclamado, a estupefacção, o inebriamento, uma irreprimível comoção tomou conta de milhares de adeptos do Belenenses. Parecia irreal...ali estava ele, o desejado, reaparecido das brumas da memória, ali estava ele o maior, o único, o incomparável Matateu... A foto, em que o vemos a saudar algumas das bancadas dos sócios, documenta esse momento mágico.

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Em 17 de Maio de 1987, o Belenenses recebeu o Benfica no Restelo, para a 28ª Jornada do Campeonato Nacional. Agora, sim, a presença de Matateu fora divulgada. Isso também ajudou à espectacular enchente que o Restelo teve nesse dia, mais de 40 mil pessoas, entre os quais uma grande percentagem de belenenses.

Matateu novamente deu a volta ao estádio, recebendo o aplauso estrondoso da multidão, até dos benfiquistas e adeptos de outros clubes que não o Belenenses.

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A anteceder o jogo entre as equipas principais, os veteranos do Belenenses e do Benfica disputaram um jogo amigável. Mais jovens, os encarnados “venceram” por 5-2.

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Depois, deu-se a entrada estrondosa das equipas. Poucas vezes senti a bancada dos sócios tão vibrante. O jogo foi intensamente disputado. No início da segunda parte, numa jogada infeliz (um mau atraso de Murça para Jorge Martins, com o vento a pôr a bola nos pés de um avançado benfiquista, que marcou), ficámos a perder 0-1.


A nossa equipa (na imagem acima), magnificamente dirigida pelo treinador Henry Depireux (que saudades!) reagiu valentemente; com cinco avançados, começámos a criar oportunidades umas atrás das outras, até que, aos 78 minutos, o nosso médio Guina disparou de longe, o guarda-redes encarnado defendeu para a frente, e surgiu Mapuata, como um furacão, imparável, a fazer 1-1 (Mapuata, ao contrário de Meyong, sabia quem era Matateu, e antes da sua visita, já afirma que queria ser um ídolo como ele...).

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Foi uma tremenda explosão de azul! E, no quarto de hora que restava, ainda desperdiçámos várias oportunidades de presentear Matateu com uma vitória.

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De qualquer forma, e apesar de termos sido esbulhados de 2 pontos na secretaria, transformando-se a vitória por 1-0 sobre o Marítimo numa derrota por 3-0, a classificação final garantiu-nos o acesso à Taça UEFA, pondo fim a um interregno de 11 anos.


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