Perdoar-me-ão também, espero, a inevitabilidade de ao escrever neste momento, o faça de uma forma muito pessoal.
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Eu não sei onde, mas em algum lado ouvi que Amália era do Belenenses. Se calhar não era. Mas se é verdade que era de nós todos - de todo o Povo português, então era também um pouco nossa, assim também dos Belenenses.
Perdoarão, insisto e espero, tanto mais que, no momento em que publico já nos preparamos para nos escondermos no nosso recanto cubicular, fechado, a salvo de mensagens, de relatos radiofónicos, outros avisos e demais requintes de malvadez, ou simplesmente aguardando o longuínquo (no tempo) pombo anunciador da boa-nova, ou, pelo contrário, nos encontramos, uma derradeira vez, de peito aberto e à cabeça da procissão que antecede a batalha final, a caminho de Barcelos.
Depois de uma época em que pagámos com a Alma que nos restava a pouca resistência que ainda tínhamos enquanto crentes deste ancião sonhar colectivo (o sonhar nunca é decrépito), não consigo impedir este ecoar constante no pensamento da letra de uma canção, de um fado, dessa Grande Senhora já desaparecida.
Está aí depositado muito daquele que é, mais do que um meu simples estado de espírito passageiro, um sentir repetido e enterrado, já bem fundo na minha carne, bem além da minha trespassada Alma Azul.
Estranha forma de vida
Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade
Foi por vontade de Deus
Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão
Que estranha forma de vida
Coração independente
Coração que não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente
Eu não te acompanho mais
Para deixar de bater
Se não sabes onde vais
Porque teimas em correr
Eu não te acompanho mais
Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a saudade
Foi por vontade de Deus
Que estranha forma de vida
Tem este meu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão
Que estranha forma de vida
Coração independente
Coração que não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente
Eu não te acompanho mais
Para deixar de bater
Se não sabes onde vais
Porque teimas em correr
Eu não te acompanho mais