1926 – Belenenses disputa pela primeira vez a Final do Campeonato de Portugal
Entre 1926 e 1933, o Belenenses teve um período autenticamente dourado.
Foi quatro vezes Campeão de Lisboa (1926, 1929, 1931 e 1932) e ainda duas vezes Vice-Campeão (1927 e 1933).
Foi três vezes Campeão de Portugal (1927, 1929 e 1933) e também duas vezes Vice-Campeão (1926 e 1933).
Em 21 de Março de 1926, o Belenenses conquistara a sua primeira prova oficial, consagrando-se Campeão de Lisboa.
Em 9 de Maio, iniciou-se a disputa do Campeonato de Portugal, com a participação de 12 equipas. O Belenenses participava pela primeira vez.
Começámos, na referida data, por vencer o Grupo Scalabitano “Os Leões” (de Santarém) por 7-2.
Nos quartos de final, ganhámos ao Sporting de Espinho por 4-1. O jogo teve lugar em 16 de Maio.
Uma semana depois, coube-nos defrontar, nas meias-finais, o Olhanense. Era um adversário muito difícil. Dois anos antes, tinha sido Campeão de Portugal, vencendo o F.C.Porto na final por 4-2. No ano anterior, só tinha cedido na meia-final, perdendo 1-0 com o Sporting.
A verdade é que o Belenenses levou a melhor, triunfando por 2-1. Classificou-se assim para a final, a disputar com o Marítimo, que (isento nas duas rondas iniciais) se desembaraçara do F.C.Porto por espectaculares 7-1. Isto mostra a valia do conjunto madeirense naquele tempo.
A marcação da final envolveu bastante celeuma. O jogo das meias-finais, em que ganháramos ao Olhanense, tinha sido disputado no Porto, tendo o Belenenses sido bastante hostilizado. Alguns jogadores nossos foram mesmo agredidos.
Assim, a Direcção do Belenenses declarou que disputaria a final em qualquer cidade menos no Porto. E não é que, insolitamente, foi mesmo para o Porto que a União Portuguesa de Futebol marcou o jogo?
Depois de lhe terem sido dado garantias de imparcialidade, o Belenenses acabou por aceitar jogar no Porto. A nossa equipa alinhou com:
Assis; Azevedo e Júlio Marques; Joaquim Almeida, Augusto Silva e César de Matos; Fernando António, Rodolfo Faroleiro, Silva Marques, Pepe e Alfredo Ramos.
O jogo correu-nos mal e perdemos por 2-0. A arbitragem foi bastante contestada pelo Belenenses; aliás, o capitão Augusto Silva recusou-se a acatar a ordem de expulsão dada pelo árbitro, aos 65 minutos. Por isso, o juiz da partida deu o jogo por terminado.
Apesar disto, o facto é que logo na primeira participação, o Belenenses foi Vice-Campeão. E a desforra não tardaria, e num duplo sentido, que mostra bem a força e a raça do nosso clube naqueles tempos: no ano seguinte fomos Campeões de Portugal e, nos quartos de final, ganhámos ao Marítimo por nada mais nada menos que por 8-1!
Naqueles tempos o Belenenses não brincava e, por isso, não se brincava com o Belenenses...
1988 – Termina o Campeonato Nacional de Futebol com a mais recente presença do Belenenses no pódio
Vimos no passado dia 2 como o Belenenses, na penúltima jornada desta época de 1987/88, ao vencer o Boavista por 2-0, assegurara um lugar entre os quatro primeiros e garantira a presença na Taça UEFA.
Para a última jornada ficara ainda uma dúvida: com dois pontos de avanço sobre o Sporting, que estava em 4º lugar, manteríamos a 3ª posição ou se desceríamos um lugar. Esta última hipótese só sucederia se perdêssemos na deslocação à Póvoa do Varzim e o Sporting (a jogar em casa) ganhasse.
Felizmente, o terceiro lugar foi assegurado, pondo termo a uma ausência de 12 anos do pódio, desde 1975/76.
Empatámos 1-1 em casa do Varzim. Aos 53 minutos, Chiquinho pôs-nos em vantagem no marcador, empatando os poveiros aos 75 minutos. O empate, contudo, bastava-nos.
Note-se que ficámos apenas a três pontos do Benfica (que, nessa época, embora com uma sorte incrível até foi finalista da Taça dos Campeões Europeus) recuperando de uma desvantagem que chegou a ser de 8 ou 9 pontos. Da maneira como as coisas iam, mais duas ou três jornadas e chegaríamos ao segundo lugar...