segunda-feira, 12 de junho de 2006

Neste dia, em . . .

1927 – Belenenses conquista Campeonato de Portugal pela primeira vez

Vimos ainda há poucos dias (cfr. 6 de Junho) como, logo na sua primeira participação no Campeonato de Portugal, o Belenenses chegou à final, embora sendo vencido pelo Marítimo.

A derrota deixou inconformada a nossa equipa, que se queixou do local para onde o jogo foi marcado e da arbitragem.

Aquela gente, dos nossos Maiores, não era de se ficar. Queriam títulos, queriam desforra, e obtiveram-nos em todos os sentidos!

Este é o meu Belenenses!

Para aquecer, nos dezasseis-avos de final, disputados em 6 de Março de 1927, ganhámos 9-1 aos Leões de Santarém.

Seguiram-se os oitavos de final, disputados em 3 de Abril, com o F.C.Porto. No ano anterior, como vimos, o Belenenses tinha sido mal tratado no Porto, no recinto do FCP. Bem, havia contas a ajustar...Ganhámos por 3-2!

Este é o meu Belenenses!

E vieram os quartos de final, no dia 3 de Maio. Coube-nos em sorte o Marítimo, o tal que nos tinha ganho no ano anterior. Com Artur José Pereira a treinador e Augusto Silva a capitão, o Belenenses só podia ir jogar com um objectivo em mira: rectificar com toda a clareza o desaire do ano anterior. Fizémo-lo, avassaladoramente: ganhámos por 8-1. Repete-se: por 8-1!

Este é o meu Belenenses!

Estávamos, pois, nas meias-finais. Tiveram lugar em 15 de Maio. O nosso rival, que também buscava ser Campeão de Portugal pela primeira vez, era o Benfica – esse mesmo, cujos dirigentes haviam garantido que o Belenenses não duraria mais de um mês. Vencemos por 2-0!

Este é o meu Belenenses!

E veio a final, na data que hoje se celebra. O opositor era o Vitória de Setúbal, que tinha eliminado o Sporting e o Barreirense, e que se sagrara Campeão de Lisboa na mesma época.

Era, portanto, um adversário difícil. De resto, era mais uma desforra que queríamos tirar: nós fôramos Campeões de Lisboa em 1926, o Vitoria sucedera-nos em 1927, connosco em segundo lugar.

E ganhámos! Ganhámos com clareza: 3-0!

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Este é o meu Belenenses!

A nossa equipa alinhou com o seguinte onze: Assis; Azevedo e Marques; Joaquim de Almeida, Augusto Silva e César de Matos; Fernando António, Alfredo Ramos, Silva Marques, José Manuel Soares (Pepe) e José Luís.

Os golos foram marcados por Silva Marques (2) e Augusto Silva.

Dos nossos onze bravos, sete foram Internacionais A: César de Matos, Augusto Silva, Pepe, Alfredo Ramos, José Luís, Silva Marques e Fernando António. Joaquim de Almeida, esse, foi Internacional em Atletismo e trabalhou arduamente, dedica e heroicamente na construção das Salésias.

Este é o meu Belenenses!

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Oito anos depois da sua fundação, o Belenenses atingira o galardão máximo: era Campeão de Portugal. Houve festa em Belém e em todos os recantos onde a paixão azul já se instalara nos corações...

Este é o meu Belenenses!



1961 – Histórica Assembleia-Geral, por causa do problema do Estádio do Restelo

Horas dramáticas do clube, vividas com paixão.

Arruinado financeiramente com a construção do Estádio do Restelo (depois de ter sido corrido das inesquecíveis Salésias), sem conseguir fazer face à dívidas galopantes, o Belenenses foi forçado a solicitar o resgate do Estádio, que passaria a ser propriedade da Câmara Municipal. Depois de se ter recusado a discutir o assunto, a CML – sempre tão serviçal para dois clubes que sabemos – acabou por aceitar impondo condições terríveis. Falaremos melhor de tudo isto no dia 29 de Junho.

Posto entre a espada e a parece, o Belenenses teve que aceitar.

Nesta data, 12 de Junho de 1961, os belenenses reuniram-se em Assembleia-Geral, na Casa da Beira. Milhares de sócios acorreram, no que a imprensa classificou de “extraordinária manifestação de vitalidade de um grande clube”!

Significativo: 45 anos depois, em seguida a uma época vergonhosa, associados congratulam-se...por essa vitalidade já não existir! Nem reparam que quem fica mal é o Belenenses, e que, dos “amigos”, a história falará a negro, muito negro, se ainda resistir quem a conte...

Naquela data, a sala foi pequena para receber os milhares de sócios: apertaram-se até quase ao sufoco, lotaram as escadarias, inundaram a rua. A Assembleia-Geral teve, por isso, que ser adiada, vindo a ter lugar no Pavilhão dos Desportos, em 8 de Setembro.

Acácio Rosa, como de costume era contundente e empolgante. Ele inflamou a assistência quando, levado em ombros até ao microfone (não havia espaço para passar), iniciou a sua intervenção com esta bela frase:
"Nós formamos um clube modesto, nascido na praia, que 25 anos passados, éramos o clube mais progressivo de Portugal". Uma trovoada de aplausos não o deixou concluir...

Nos jornais, ele personificava a rebeldia que ainda existia no clube:
Queríamos continuar nas Salésias! E gastámos nós 400 contos a ajardinar uma pedreira”; “Que se divirtam muito! Que lhes faça muito bom proveito, senhores vereadores [da CML], são os votos do imortal Clube de Futebol os Belenenses”.

Alguém imagina algum dirigente dos últimos anos a ser capaz de dizer estas coisas, a ter verve, paixão e talento para isso? Não, agora sorriem ao lado de Laurentino Dias [Secretário de Estado do Desporto], que vem dizer que podemos, talvez, ser um entreposto do Benfica, Porto e Sporting!

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Outra intervenção empolgante – antes de adiada a Assembleia-Geral – foi a de Manuel Ramos, que se deslocara propositadamente do Porto:
Eu confio nos destinos do clube, porque em Lisboa, no Porto onde vivo, em todo o território de Portugal, no continente ou no Ultramar, há corações como o meu”; “Um membro do Governo declarou, na inauguração do Estádio do Restelo, que o Belenenses merecia aquele estádio. Eu pergunto: então, agora, já não merece?”.

Era outro Belenenses, de facto!



1993 – Equipa Júnior de Râguebi ganha pela primeira vez a Taça Ibérica

Esta foi a primeira de três vitórias na Taça Ibérica de Râguebi. Relativamente à segunda (consecutiva, em 1994) já nos referimos em 4 de Junho e à terceira (em 1999) a 1 de Outubro.

A época de 1992/93 foi, a todos os títulos, notável. Aliás, foi a primeira de duas temporadas a grande nível. No Campeonato Nacional, a equipa somou vitórias em todos os jogos, sempre com grande vantagem no resultado sobre os seus oponentes. A equipa que ficou imediatamente atrás na classificação, o Direito, obteve menos oito pontos, resultado das quatro derrotas que sofreu. O score atingido é esclarecedor: 412 pontos marcados e apenas 26 pontos sofridos!

Na Taça de Portugal da categoria, o Belenenses defrontou a equipa de Agronomia, vencendo concludentemente por 32-7 (com 15-0 ao intervalo). Estava assim conquistada a terceira Taça de Portugal de Juniores, repetindo assim os êxitos de 1979 e 1986.

Como corolário desta época fantástica, faltava ainda vencer a Taça Ibérica de Juniores, que se disputaria esse ano no Estádio do Restelo.

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A desfavor pesavam as duas derrotas anteriores na competição.
Em 1988, com o Montjuic (de Barcelona) por 9-16 e, em 1989, com o Getxo Rugby Club, em Lisboa, numa derrota esmagadora por 3-61.

Não se intimidou de todo, a jovem equipa do Belenenses, com as estatísticas desfavoráveis, ao defrontar a equipa espanhola do Liceo Francês.
Ao intervalo o Belenenses liderava 12-5, aumentando a diferença para 24-5 fruto da obtenção de dois ensaios sem resposta na segunda parte da partida.

Pelo Belenenses alinharam:
Fernando Esteves, Bruno Conceição, Tiago Esteves, Lourenço Cunha, Sarafana, André Cunha (José Cunha), Martim Mayer, João Gago (capitão), Diogo Marques, Tiago Pereira (Clemente), Pedro Marvão (Nuno Couto), Miguel Barbosa, Araújo, Batalha, Abecassis (Pedro Neto)



Nota: A principal fonte de dados utilizada para a elaboração deste artigo foi o site http://rugby.com.sapo.pt/ (da autoria de Rui Vasco), que por sua vez provêm da Revista da FPR – Rugby Magazine, na sua edição Nº 3, de Outubro de 1993.


2005 – Bruno Pais conquista medalha de prata no Triatlo Internacional de Makuhari

Makuhari é uma cidade costeira no Japão, aproximadamente a 30 Km de Tóquio. Foi sede, em 2005 de mais uma prova internacional a contar para o ranking mundial. Repetiu aliás a organização que já tinha feito em 2002. Esta prova contou já para a classificação para os Jogos Olimpicos de Pequim de 2008.

Nesta prova, os tri-atletas do Belenenses estiveram em grande evidência ao obter excelentes classificações de uma forma geral. Dos quatros atletas presentes, escalados pela Federação de Triatlo de Portugal, apenas um não é do Belenenses – Duarte Marques.

Os restantes: Bruno Pais, Sarah Moniz e João Cavaleiro são nomes já bem conhecidos e frequentes presenças a este nível da competição, quase sempre com grande destaque.

Apesar da excelente prestação global da equipa portuguesa, Bruno Pais destacou-se ao classificar-se na segunda posição no final das três provas, assegurando presença no pódio.

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Sara Moniz classificou-se na quarta posição da sua categoria (que manteve ao longo das três provas) e João Cavaleiro na sexta posição, vencendo a prova de natação com mais de 30 segundos sobre os adversários mais próximos.

No final desta prova Sara Moniz ascendeu ao 96º posto do Ranking Mundial. Quanto aos tri-atletas masculinos, Bruno Pais ascendeu com este resultado ao 44º lugar do Ranking Mundial, melhor posição de sempre para um atleta masculino português, enquanto João Cavaleiro, ainda com muito curta carreira internacional conseguiu com este sexto lugar a sua primeira pontuação, dando mostras da sua capacidade de lutar por uma presença em Pequim 2008.