segunda-feira, 19 de junho de 2006

Neste dia, em . . .

1921 – Belenenses conquista o seu primeiro troféu, vencendo o Sporting por 2-1 na final da Taça Mutilados da Guerra

É impressionante, nestes meses de Maio e de Junho, irmos desenvolvendo as efemérides que fazem referência a grandes feitos do Belenenses. Tal provoca-nos um misto de orgulho e de tristeza: orgulho, pela grandeza, real e verdadeira, do Belenenses; tristeza, pela distância imensa para que caímos.

Algumas pessoas, que prestaram pouca atenção ou que surgem com intenções de defender a vergonha actual (normalmente, é esta última razão), insinuam, por vezes, que vivemos do passado. Será? Nós respeitamos e damos vida e colorido ao passado e a sua grandeza não nos incomoda como a certas pessoas que, perante ele, se sentem, embora não o queiram admitir, demasiado pequeninas. Mas, perguntamos: quem ao longo da época que acabou é que alertou para os perigos (de toda a ordem) por que passávamos e as previsíveis consequência futuras, sendo por isso insultado, gozado e mandando calar, enquanto se cantava a caminho do abismo? Quem é foi capaz de apresentar programas completos de acção para o futuro do Belenenses, em todas as suas vertentes? E quem é que, em vez disso, construiu este triste presente e comprometeu ainda mais o futuro?

Como já vimos, logo no seu primeiro ano, o Belenenses esteve quase conquistar o seu primeiro título e troféu, no Campeonato de Lisboa de 1919/20. Por pouco o falhou.

Entretanto, na altura, surge uma Taça, de elevado valor e qualidade artística – a Taça «Mutilados da Guerra» – a atribuir a quem a conquistasse numa prova cujas receitas reverteriam para fins de beneficiência. Nunca se fizera um tão belo troféu em Portugal. Por isso, ele era ambicionado como se de um Campeonato se tratasse.

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Quem ganhasse a prova, conservava o troféu por um ano; quem a ganhasse duas vezes, ficaria com ele para sempre. O Belenenses faria ambas as coisas.

Nesta edição de 1921, participaram oito clubes dos mais poderosos de Portugal. Os resultados foram os seguintes:

Quartos de Final:
Sporting, 3 – Internacional, 1
Carcavelinhos, 2 – Benfica, 0
Casa Pia, 3 – Império, 1
Belenenses, 4 – Vitória de Setúbal, 0


Meias-Finais:
Sporting, 2 – Casa Pia, 2 e, no desempate, Sporting, 4 – Casa Pia, 1
Belenenses, 6 – Carcavelinhos, 2

Final:
Belenenses, 2 – Sporting, 1.

Assim, com este triunfo sobre os sportinguistas, o Belenenses assegurava a posse, durante um ano desta belíssima Taça. Dois anos depois, como veremos em 8 de Julho, garantia-a definitivamente, podendo ser observada na nossa Sala de Troféus, em lugar de destaque.



1945 – Belenenses vence Benfica por 5-4 para a Taça de Portugal

O Belenenses apresentou-se para a sétima edição da Taça de Portugal com legítimas expectativas. Afinal, nas seis edições anteriores, tínhamos sido finalistas metade das vezes e tínhamos arrebatado um dos troféus.

Nos oitavos de final afastámos o Estoril. Não foi tarefa fácil apesar de no Campeonato o Belenenses ter sido terceiro e a equipa da linha ter ficado quatro lugares abaixo e de termos ganho os dois confrontos dessa prova. Depois de uma vitória por 1-0 nas Salésias, perdemos por igual marca no Estoril. Foi preciso um jogo de desempate, que vencemos por 2-1.

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Seguimos para os quartos de final. Tivemos o Benfica por adversário. Num grande jogo, disputado nas Salésias, nesta data, ganhámos por 5-4 (fazendo lembrar o célebre 5-4 de 1926, em que virámos uma desvantagem de 1-4 no último quarto de hora, com o golo final a ser apontado pelo estreante Pepe). As coisas pareciam bem encaminhadas.

Na segunda mão, todavia, as coisas correram-nos muito, muito mal. Perdemos por 7-1, a nossa maior derrota, até então, e durante 35 anos. A isto, na altura, respondíamos nós com as goleadas de 8-3, para o Campeonato de Lisboa, quatro anos antes (cfr. 12 de Dezembro).



1956 – Nasce José Pinto (atleta olímpico)

Sem desprimor para Georgete Duarte e Joaquim Branco, José Pinto terá sido, juntamente com Rui Ramos, a maior figura de sempre do Atletismo Português.

A sua simples presença em três edições consecutivas Jogos Olímpicos (1984, 1988 e 1992), facto de que bem poucos atletas se podem orgulhar, seria já por si significativo. Note-se, aliás, que na primeira participação, em Los Angeles 1984 (onde também estiveram presentes as nossas ginastas Margarida Carmo e Maria João Falcão), José Pinto obteve um magnífico oitavo lugar.

Além dos Jogos Olímpicos, José Pinto esteve presente em vários Campeonatos da Europa (começando em 1982, em Atenas, e continuando em 1986 e 1990) e do Mundo (começando em 1983, em Helsínquia, e repetindo em 1987), bem como em Taças do Mundo (1987 e 1989) e, ainda, nos Jogos Ibero-Americanos (1983). Acrescem várias outras provas de grande prestígio e cerca de duas dezenas e meia de representações de Portugal.

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A nível nacional, desde 1980, coleccionou títulos e recordes nos 10, nos 20 e nos 50 kms Marcha. Por exemplo, nos 20 km, foi Campeão Nacional cinco vezes consecutivas, entre 1980 e 1984 ( sendo ainda campeão, uma sexta vez, em 1990); nos 50 km, obteve em 1991 o seu quinto título, e terceiro consecutivo.

De resto, nos anos 80 e começo da década de 90, o Belenenses tinha uma fortíssima equipa de Marcha Atlética, que dominava o panorama português.

Face as palmarés e curriculum que, em traços gerias, aqui expusemos, é inteiramente merecida a qualidade de Sócio de Mérito do Belenenses que foi conferida a José Pinto.