1910 – Nasce Francisco Soares da Cunha (antigo Presidente e grande responsável pelo Estádio do Restelo)
O Capitão Francisco Soares da Cunha foi, além de qualquer dúvida, um dos maiores dirigentes de sempre do Belenenses, sendo-lhe devida a maior gratidão. Pela nossa parte, aqui lhe tributamos a nossa sentida e respeitosa homenagem.
Com toda a justiça lhe foi atribuído, em 30 de Março de 1960, o mais alto galardão do clube: a Cruz de Ouro. É uma distinção que só doze belenenses receberam.
Por outro lado, juntamente com dez outras individualidades, recebeu a medalha do “Estádio do Restelo”, entregue aos que, na sua construção, “mais serviram”.
Com efeito, independentemente de outros cargos que desempenhou no Belenenses, Francisco Soares da Cunha ficou conhecido como “O Homem do Estádio”. Decerto o Estádio do Restelo é obra de muitos e muitos milhares de belenenses, a maior parte deles anónimos, mas foi Soares da Cunha o grande motor da conclusão do Estádio.
A escassos dias antes da inauguração, o Estádio do Restelo foi apresentado à imprensa (cfr. 21 de Setembro). Era o mais belo e, em vários aspectos, o melhor Estádio de Portugal. Os jornalistas ficaram atónitos com o entusiasmo, o conhecimento e a visão de Soares da Cunha.
Sobre ele, escreveu Acácio Rosa:: “É sem dúvida a figura Nº1, o Capitão Francisco Soares da Cunha. Trabalho, dinamismo, talento e espírito de sacrifício, aliados a uma visão de horizontes vastos, tudo se consubstanciava em Soares da Cunha”.
Tremenda coincidência (ou talvez não), Francisco Soares da Cunha morreu justamente no ano em que perdemos a propriedade do Estádio do Restelo...
Aquando da inauguração do Restelo, o Capitão Soares da Cunha era Vice-Presidente da Direcção liderada pelo Major Pascoal Rodrigues. No ano seguinte, 1957, assumiu a Presidência. Também fez parte do Conselho Geral, a que igualmente, segundo julgamos saber, pertenceram o seu filho e neto. E este, segundo também julgamos saber, tomou ainda recentemente uma posição que saudamos.
1920 – Nasce Rui Sousa Cruz (antigo Presidente)
Rui Sousa da Cruz foi o 31º Presidente eleito do Belenenses, de 1980 a 1981. Presidiu ao Clube num período muito complicado, de profunda crise financeira e que culminaria em 1981/82 com a descida de divisão.
Sucessivas direcções foram impotentes para travar a queda e o descalabro financeiro. A Direcção presidida por Rui também o foi. Só uma junta directiva procurando consensos mas actuando de modo firme poderia, à semelhança da de 1967/69 de actuando de estatutos suspensos poderia proceder à implementação das medidas extraoridinárias para travar o caos que se instalara.
Antes disso, em 1979/80, o Belenenses ficaram em quinto lugar no Campeonato e vencera a Taça de Portugal em Andebol. Apesar de tudo o que de mau e perturbador se passava, não se sentia ainda agudamente a crise em termos desportivos.
No ano seguinte porém em 1980/81, o Belenenses teve grandes dificuldades em manter-se no escalão principal ao classificar-se em 11º, só sossegando os espíritos dos belenenses na penúltima jornada.
A crise agudizava-se a cada dia que passava de tal forma que os próprios jogadores entraram em greve não comparecendo nos treinos. A demissão da Direcção foi a forma de provocar uma Assembleia-Geral antecipada, que se realizou em 27 de Novembro de 1981. Nessa assembleia, foi constituida uma junta directiva constituida inicialmente por Emídio de Almeida, Fernando Ferreira, Guilherme dias, Henrique Abecassis e Mário Pereira. Não chegaria, no entanto a tomar posse, por razões que já aflorámos em 1 de Junho.
Na mesma Assembleia-Geral e por proposta de Acácio Rosa, foi atribuído a Rui da Cruz o título de Sócio Honorário. Rui da Cruz foi um belenense dedicado, com grandes serviços prestados em prol do Clube, quer pelos cargos que desempenhou quer pelo próprio investimento que realizou com dinheiro seu que disponibilizou em alturas difíceis.
Mais tarde, em 1990, veio ainda a ser Presidente do Conselho Fiscal. Embora tenha actuado em momentos difíceis do nosso clube, é inquestionável o belenensismo de Rui da Cruz.
1922 – Belenenses vence importante Taça “O Século” (batendo o Benfica por 2-1 na Final)
Numa época, dos primórdios do Futebol em Portugal, em que a quantidade de desafios e duração dos campeonatos era curta, por força do reduzido número de participantes, havia um conjunto de competições que à época gozavam de grande prestígio e revestiam-se de grande importância.
Entre elas, esta, a Taça «O Século», organizada pelo jornal com o mesmo nome, que entretanto já desapareceu há muito das bancas.
A disputa desta Taça teve o seu início em 15 de Junho e colocava frante-a-frente três reputadas equipas de Lisboa: Belenenses, Casa Pia e Benfica.
No primeiro jogo que disputou, o Belenenses venceu o Casa Pia por 3-1, sem margem para dúvidas.
A final do torneio foi disputada neste dia. Pelo Belenenses alinharam:
Mário Duarte, Eduardo Azevedo e Júlio Morais; Alfredo Anacleto, Augusto Silva e Francisco Pereira; José Pires, Francisco Ferreira, Joaquim de Almeida e os irmãos Rio, Joaquim e Alberto.
Recorde-se que Artur José Pereira, principal fundador do Clube, deixara de jogar já desde 26 de Março , no final do Campeonato de Lisboa desse ano, em que o Belenenses foi Vice-Campeão.
Nada disso porém impediu o Belenenses de vencer de forma incontestável o Benfica, por 2-1 (com 1-1 ao intervalo), com golos de Joaquim de Almeida e Alberto Rio.