quarta-feira, 28 de junho de 2006

Neste dia, em . . .

1996 – Morte de José Coelho da Fonseca

José Coelho da Fonseca nasceu em 15 de Outubro de 1905. Cedo despertou a sua veia belenense e em 1929, tinha o Belenenses 10 anos de existência, tornou-se sócio. Em 1938, com apenas 32 anos, foi eleito Presidente da Direcção para a época 1938/39, sem nunca antes ter tido qualquer cargo dirigente no Clube.

Desde essa altura ficou para sempre ligado ao Belenenses e ao dirigismo desportivo. Em 1943 foi eleito Presidente da Associação de Futebol de Lisboa, em representação do Clube da Cruz de Cristo, numa altura, tal como hoje, em que a Presidência da AFL era dividida pelos três maiores Clubes da Associação.

Em 1947 voltou a ser eleito para cargos dirigentes no Belenenses, tendo sido sucessivamente Vice-Presidente da Assembleia-Geral nesse ano e no seguinte e, finalmente, em 1949, ocupado o cargo hierárquico Nº1 no Clube, sendo eleito Presidente da Assembleia-Geral.

É um dos grandes impulsionadores da construção do Estádio do Restelo em 1956, juntamente com o então Presidente da Direcção Major Pascoal Rodrigues, com o Major Baptista da Silva, entre outros, e também com a figura maior da construção do nosso Estádio, Capitão Soares da Cunha. Por todo o percurso efectuado até então, é-lhe atribuído o galardão de Sócio de Mérito nesse mesmo ano.

Em Setembro de 1958 torna-se Presidente da Comissão Central de Árbitros, dada a sua figura consensual de imparcialidade, justiça e honestidade entre todos os Clubes nacionais. Recorde-se que já nessa altura, como quase sempre no futebol Português, havia um clima de enorme suspeição na arbitragem, basta lembrar o caso Inocêncio Calabote que Coelho da Fonseca teve de resolver com mestria.

Photobucket - Video and Image Hosting

Em 1962 é eleito Presidente do Conselho Fiscal para o triénio 1962/64, durante o qual presidiu à Comissão de Assuntos Administrativos e Económicos do Conselho Geral, órgão que sempre integrou dada a sua condição de ex-Presidente da Direcção em 1938.

Em 1967, durante um dos períodos mais conturbados estatutariamente da história do Belenenses, e numa altura em que a nossa situação era crítica, havendo pouca gente disponível para tomar as rédeas do Clube, respondeu presente, e integrou a Junta Directiva, ao lado de Acácio Rosa e de Gouveia da Veiga. E o Belenenses cresceu.

Em 1970 volta a ser Presidente do Conselho Fiscal, 32 anos depois de ter sido eleito Presidente da Direcção. Integrou o Grupo dos Mil desde a sua fundação, grupo criado no final dos anos setenta com a finalidade de cada um dos seus membros pagar uma quota extra, para lá da normal, de 1.000$00 por mês para ajudar o Clube.

Durante toda a sua vida nunca deixou de assistir aos jogos do Belenenses, até algumas vezes na Segunda Divisão, no seu lugar cativo, ao lado dos seus familiares e amigos de toda uma vida.

No início de 1996, já então com 90 anos, mas com uma lucidez e um espírito extraordinários, sofre o maior revés da sua vida, a morte da sua companheira de sempre, a eterna D. Adelina Coelho da Fonseca. Ainda viria a resistir e a continuar a frequentar o Estádio do Restelo quinzenalmente para ver os jogos do seu Clube de coração, mas a 28 de Junho de 1996, infelizmente, acabaria por não resistir a tão dolorosa perda.

José Coelho da Fonseca seria nove anos mais tarde reconhecido em toda a sua obra, empenho e dedicação ao Belenenses, com a atribuição póstuma em Assembleia Geral de 29 de Novembro de 2005, por unanimidade e aclamação, da Cruz de Cristo de Ouro – Dedicação e Valor, galardão maior do nosso Clube.

A José Coelho da Fonseca “apenas” lhe faltou ser Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, para fazer o pleno em cargos directivos relevantes no futebol Português.

Era o sócio nº 43 do Clube de Futebol "Os Belenenses" à data do seu falecimento.