segunda-feira, 3 de julho de 2006

Neste dia, em . . .

1932 – Quarta presença na final do Campeonato de Portugal

Depois de ter sido Vice-Campeão em 1926 e Campeão em 1927 e 1929, o Belenenses chegou pela quarta vez à final do Campeonato de Portugal.

Este facto, já de si notável, tinha tanto mais valor quanto é certo que no início dessa época, o clube e a equipa tinham sido duramente atingidos com a morte... do imortal Pepe.

A resposta que foi dada, feita de garra, de vontade e de homenagem ao companheiro desaparecido, demonstra a Alma que o Belenenses então abrigava em si.

Assim, o Belenenses ganhou o Campeonato de Lisboa dessa época (era a quarta vez que o conquistava). O caminho para a vitória incluiu um triunfo por 4-0 sobre o Benfica.

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Ao iniciar-se o Campeonato de Portugal, havia a expectativa de repetir a dobradinha de 1928/29.

A primeira eliminatória, o Belenenses superou a União Operária por 4-2.

Seguiu-se, nos Oitavos de final, o Sporting, agora a duas mãos, Foi um confronto histórico, de que já falámos em 15 e 22 de Maio. Na primeira das datas, no campo do Sporting, ganhámos-lhes por 6-0; na segunda mão, fomos ainda mais longe: vitória por 9-0. Incrível: 15-0 no conjunto dos dois jogos.

Avançámos para os Quartos de Final. O adversário era o União de Lisboa. Parece fácil? Puro engano. Esse clube, que, mais tarde, fundindo-se com o Carcavelinhos, deu origem ao Atlético, era então uma equipa forte. Vinha de eliminar o Vitória de Setúbal com triunfos por 2-0 e 3-0. De qualquer forma, resolvemos a questão vencendo a primeira-mão por 4-0. A derrota por 1-2 no restante jogo não nos impediu de seguir em frente.

Nas meias-finais, eliminámos o Barreirense, embora não sem dificuldade: empate 3-3 e vitória por 1-0 na segunda mão. Entretanto, o F.C.Porto afastara o Benfica com vitórias por 2-1 e 3-0.

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E, assim, em 3 de Julho, Belenenses e F.C.Porto defrontavam-se em Coimbra para apurar o Campeão. Eram as únicas duas equipas que já haviam sido Campeãs de Portugal por duas vezes; ambas perseguiam o terceiro título.

A nossa equipa apresentou-se com a seguinte constituição: José Miranda; José Simões e João Belo; Joaquim Almeida, Augusto Silva e César de Matos; Alfredo Ramos, Heitor Nogueira, Rodolfo Faroleiro, Bernardo Soares e José Luís.

Foi um jogo mítico – com um dos famosos quartos de hora à Belenenses (à Belenenses, não à Benfica, como despudoramente escreveu Leonor Pinhão...). Ele alinha lado a lado, entre outros, com o do primeiro jogo com o Benfica (em que passámos de 0-1 para 2-1), com o Benfica-Belenenses de 1926 (de 1-4 para 5-4) ou, ainda, com o jogo decisivo em Elvas, em 1946.

Com efeito, a um quarto de hora do fim, o Belenenses perdia por 1-4. No último quarto de hora, os rapazes de Belém encheram-se de brios e chegaram ao empate, com Augusto Silva a fazer o nosso quarto golo (e seu terceiro), a dois minutos do fim.

Na segunda parte do prolongamento, o Belenenses dominou intensamente mas não conseguir fazer o golo da vitória. O Campeonato teria que se decidir numa finalíssima, duas semanas depois.

No Suplemento ao nº 66 do jornal portuense «O Az», de Julho de 1932, encontra-se uma CARTA ABERTA ao Clube de Futebol «Os Belenenses», que aqui reproduzimos, pelo testemunho imparcial (perante o qual, respeitosamente nos inclinamos) que constitui de um grande feito do Belenenses:

Nunca o ‘AZ’ foi uma publicação que se preocupasse com manifestações de bairrismo inferior, porque o nosso conceito filosófico de vida social nos ensina que os homens são todos iguais à face da lei comum da natureza, tenham eles nascido no Porto ou em Lisboa, em Paris ou na Alemanha.

Nesse momento em que vós, peitos a descoberto e um formoso ideal no cérebro, ides encontrar-vos com a aguerrida e simpática equipa do Futebol Clube do Porto, o nosso desejo que triunfeis, não nasce das circunstâncias de temos nascido em Lisboa, como vós, mas assim da estupenda admiração do vosso feito, nesse mesmo campo de Coimbra realizou em 3 de Julho provocou no nosso coração de desportistas.

Depois do que por vós foi feito, ninguém mas absolutamente ninguém com mais direito do que o Clube de Futebol ‘Os Belenenses’ pode ostentar nesta época, o título de Campeão de Portugal!

O que vós fizesteis em 3 de Julho, deste nunca esquecido para os desportistas de Lisboa ano de 1932, foi qualquer coisa de assombroso, surpreendentemente, quase inverosímil pela fé indomável que pusestes na luta, pela energia fantástica de que destes cabalíssimas provas, pela alma generosa e brava que foi posta nesse combate titânico e extraordinariamente belo que tivestes de sustentar contra o público na sua maioria hostil mas que, por fim, foi forçado a reconhecer o vosso formidável valor de rapazes e desportistas!

E esse foi sem dúvida, o vosso maior e mais indesmentível triunfo! Entraste nessa tarde em campo em condições de inferioridade notáveis: público, estado físico dos jogadores, forçados por duros «matches» que o adversário não teve, ambiente desfavorável e até mesmo a sorte do jogo que vos foi adversa logo de início.

Começando o ‘match’ a toda a velocidade, o Porto consegue, em rápidos minutos, o seu primeiro golo. Vem logo após outro e quando o primeiro tempo termina, vós, cansados e esgotados por mil e um factores, tendes em desvantagem dois golos. Para ganhardes, preciseis de conseguir três pontos.

É difícil, quase impossível…

O público do Porto delira, o entusiasmo chega ao paradoxismo. É impossível a vitória para os rapazes de Belém. O Porto tem o campeonato de Portugal nas mãos…

Que é de Belém? Que é feito do Belém?
Apagou-se, esmagado pela fortíssima vantagem do Porto? Parece que sim, porque aos dez minutos desta parte vem o terceiro ponto dos Campeões do Norte. 3-0!

Que formidável punição para o vosso brio de homens do desporto, em que confiavam os que estavam em Lisboa lendo assiduamente os placards dos jornais, ou ouvindo, emocionados, os relatos da T.S.F.!

Mas este ponto acorda-vos as energias e desperta-vos o sentimento do dever. Decorrem oito minutos. E oh! Augusto Silva, o vosso o nosso Augusto Silva, num golpe assombroso de energia marca o ponto de honra. Supõe-se que é o ponto de honra… Palmas aos lisboetas.

3-1. Mas é tão pouco… Nada vos livra da derrota. Pinga acaba agora mesmo de marcar o quarto golo do Futebol Clube do Porto… É o fim. Os «belenenses» estão perdidos, sucumbidos, e têm de deixar fugir o título máximo para o Porto.

O público de Lisboa descrê.

Faltam só 15 minutos para o jogo terminar. A vitória do Porto é inevitável. Os portuenses rejubilam, delirantes, embriagados pelo triunfo que é certo, certíssimo, fatal como o destino.

Mas, eis que se opera o milagre!

E vós, jogadores de Belém, jogadores de Lisboa, vontade, energia, alma brio, valentia, ralé, essa vossa sagrada e bendita ralé, tudo amassado no mesmo cadinho de fé e de valor, sois sacudidos por um empurrão violento de dignidade, de consciência da responsabilidade que sobre vós impede!

Um alto e nobre sentimento de luta leal e digna sacode-vos dos pés à cabeça!

Vamos a isso rapazes!

E foi belo, e foi bonito, e foi comovente até às lágrimas!

Todos vós como um só, porque uma vontade vos absorvia e embriagava, vos lançastes nesse glorioso prélio desportivo, não disposto a vender cara a derrota, mas antes, com o terrível handicap de três golos, dispostos a vencer, vencer, vencer!

Luta homérica, foi essa, em que todos nós emocionados, olhos brilhantes, escaldando de febre, doidos, apopléticos, assistimos a esse espectáculo até então inédito nos anais da história do desporto português.

E de 1-4, triste record que vos era legado por um team que não merecia tanto, veio o 2-4, 3-4 e 4-4, e só não veio a vitória almejada, porque uma infelicidade cruel e caprichosa a impediu.

Desde esse momento solene o grandiloquente, o Clube de Futebol «Os Belenenses», merecia, sem nenhuma espécie de favor, o título de Campeão de Portugal!

Isto que vós fizestes, foi escrever a mais linda e embriagadora página de que se pode orgulhar o desporto português.

Nunca ninguém o tinha feito!

Nunca ninguém, a não ser vós, o poderá repetir!


Essa maravilhosa página que escrevestes nos faustos do vosso Clube, e na História das nossas lutas desportivas, foi a razão desta carta que supomos interpretar os votos de quarenta, de cinquenta mil desportistas de Lisboa!
”.



1950 – Conquista do Campeonato Nacional de Atletismo, em Equipas Femininas, pela quarta vez

10 Campeonatos Nacionais em Equipas
13 Campeonatos de Lisboa em Equipas
3 Campeonatos Nacionais de Juniores em Equipas
4 Campeonatos de Lisboa de Juniores em Equipas
1 Campeonato Nacional de Juvenis em Equipas
1 Campeonato Individual de Corta Mato

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É este o riquíssimo palmarés do Belenenses em Atletismo Feminino, por equipas.
A nível individual, a figura máxima é indubitavelmente a extraordinária atleta Georgete Duarte a quem nos referimos em várias ocasiões nestes apontamentos. Foi Campeã Nacional por 46 vezes (!), em cerca de década e meia de carreira. Foi recordista de 60 metros, 80 metros, 150 metros, 200 metros, 400 metros, 800 metros, 100 metros barreiras, pentatlo e, ainda em estafetas (note-se que, embora a crescente expressão de capacidades físicas mulheres tenha feita desaparecer algumas destas provas, substituindo-as por outras mais duras, naquele tempo todas elas constavam do núcleo de provas oficiais. É em grande parte por ela que se viveu este período excepcional.

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A lista completa de títulos obtidos nesta época de 1950, segundo Acácio Rosa (Factos, Nomes e Números, 1919-60), tanto no Campeonato de Lisboa como no de Portugal é a seguinte:

Georgete Duarte:
Campeã de Lisboa dos 80 metros barreiras, 100 metros e salto em altura e Campeã de Portugal nos 80 metros barreiras, 100 metros e salto em comprimento.

Lívia Alvarez:
Campeã de Lisboa no lançamento do dardo e do peso e na estafeta de 4 x 100 metros. Campeã de Portugal no lançamento do dardo e na estafeta de 4 x 100 metros.

Maria Orminda
Campeã de Lisboa em salto em comprimento e na estafeta de 4 x 100 metros. Campeã de Portugal na estafeta de 4 x 100 metros.

Rosália Alvarez
Campeã de Lisboa em 200 metros.

Maria Celeste Carvalho
Campeã de Lisboa no lançamento do disco e na estafeta 4 x 100 metros. Campeã de Portugal na estafeta 4 x 100 metros.

Adelaide Faria
Campeã de Lisboa na estafeta 4 x 100 metros.

Maria Margarida
Campeã de Portugal na estafeta de 4 x 100 metros.



1960 – Belenenses ganha Taça de Portugal, pela segunda vez

O Belenenses da década de 50 procurava afanosamente um título. Da equipa Campeã em 1946, só restaram, até meio da década de 50, Serafim e Feliciano. Mas, entretanto, chegavam os imensos Matateu e Vicente (ambos graças a esse formidável belenense que foi Francisco Soares da Cunha), mais tarde, também, Yaúca; da Argentina vieram Di Pace, Perez e Benitez (este, ao que parece, o melhor de todos, mas inutilizado por lesões); emergiam jogadores como José Pereira, Castela, Figueiredo, Pires, Carlos Silva e Dimas...

O campeonato escapou-se-nos a quatro minutos do fim, em 1955, num revés da fortuna; escapou-se-nos em 1959, com muita intervenção de arbitragens; até em 1951/52, chegamos a estar muito perto do título...

Mas a década não acabaria sem algumas alegrias desportivas. Em 1959, vencemos a Taça de Honra, com grande brilho, criando grandes expectativas para o Campeonato; este não correu tão bem como se sonhava, ficando o Belenenses em terceiro lugar, mas indo na última jornada à Luz quebrar a invencibilidade do campeão Benfica.

Na Taça de Portugal, as coisas vieram a correr auspiciosamente na época de 1959/60.

Na primeira eliminatória, saiu-nos o Atlético, rival sempre difícil. Ultrapassámos, contudo, a equipa de Alcântara com segurança, vencendo por 3-0 no Restelo e por 3-2 na Tapadinha.

Nos desasseis-avos de final, defrontámo-nos com o Lusitano de Évora, que então se encontrava na Primeira Divisão. Também este adversário foi deixado para trás, com vitórias no Restelo, por 3-1, e em Évora, por 4-1.

Nos oitavos de final, superámos o Sporting de Braga, com dois triunfos por 1-0. Seguimos em frente, pois, como previa Alves dos Santos na edição de “A Bola” de 26 de Março de 1960 (ver imagem)

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Vieram os quartos de final e a tarefa foi relativamente fácil, com triunfos por 6-0 e 3-0 sobre o Sporting Clube de Portugal (de Lourenço Marques)..

Nas meias-finais, estavam, pois, os Quatro Grandes. Defrontavam-se, por um lado, Benfica e Sporting e, por outro, Belenenses e F.C. Porto.

Para o Campeonato, o Belenenses (terceiro, como vimos), superara o F.C.Porto (quarto) nos dois jogos: 1-0 no Restelo e 3-2 nas Antas. Mas, tínhamos, sem dúvida, um adversário difícil pela frente.

No entanto, o jogo da primeira-mão, nas Antas, constituiu uma grande jornada para o Belenenses, que ali ganhou, espectacular e categoricamente, por 3-1. Pudemos, assim, gerir a vantagem no Restelo, dando-nos até ao luxo de perder por 1-0.

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Em 26 de Junho ficaram, pois, apurados os dois finalistas – Belenenses e Sporting – que se defrontariam a 3 de Julho.

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Era a terceira vez que se defrontavam na final da Taça de Portugal, levando até então vantagem os “leões”, com duas vitórias. Repare-se, contudo, que “A Bola”, na antevisão do jogo, considerava juntamente com a Taça de Portugal os Campeonatos de Portugal; e, assim, era o quinto confronto em finais, com os sportinguistas a liderarem por 3-1 em vitórias. Em qualquer das contagens a diferença iria ser reduzida.

No jogo das expectativas, havia um grande equilíbrio. O favoritismo repartia-se quase por igual.

O Estádio Nacional transbordou de público e os jornais assinalaram a presença impressionante da massa de adeptos do Belenenses – metade dos 50.000 espectadores presentes – e o facto de se ter posto fim ao mito de que o Jamor só enchia em jogos da Selecção ou em confrontos Benfica-Sporting: naquela tarde, o estádio encheu totalmente.

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A divisão dos apoiantes em metade não é de surpreender: se hoje haverá um adepto do Belenenses por cada quinze do Sporting (se é que a desproporção não é maior), a proporção, na altura, devia andar em perto de 10/15, projectando-se os dados comparativos do número de sócios que os dois clubes tinham então (10.500 do Belenenses; 17.500 do Sporting; já agora, 30.000 do Benfica). Lembremos que, mesmo nas duas finais com o Benfica no fim da década de 80, os adeptos azuis teriam ocupado cerca de 40% dos lugares do Estádio Nacional.

O Onze do Belenenses que subiu ao relvado foi o seguinte: José Pereira; Rosendo e Moreira; Vicente, Pires e Castro; Yaúca, Carvalho, Tonho, Matateu e Estevão. O treinador era Otto Glória.

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A equipa Azul entrou a dominar o jogo. Do relato do jornal “A Bola” do dia seguinte, reproduzimos:
Ainda a primeira dezena de minutos mão se havia escoado e já o Belenenses perdera duas excelentes oportunidades, numa das quais, a segunda, o remate de Tonho levou a bola a bater na trave, enquanto uma parte do público, como que impelido por mola eléctrica, se erguia sobre o granito dos assentos, soltando um grito, que devia ser de júbilo e se transformou em brado de desalento”.

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Contra a corrente do jogo, porém, antes dos 20 minutos, o Sporting adiantou-se no marcador, com um golo de Diego.

Logo no minuto seguinte, Tonho perdeu soberana oportunidade de empatar.

A conjugação destes dois lances perturbou a nossa equipa, passando o Sporting a jogar melhor. No entanto, o Belenenses não se desuniu, voltou à carga e ao comando das operações e, ao minuto 32, chegou ao empate. Na sequência de um livre marcado por Rosendo, Yaúca rematou, o guarda-redes do Sporting defendeu para a frente e, oportuno, Carvalho surgiu a apontar o golo.

A partir daí e até ao intervalo, o Belenenses continuou a dominar e, em duas ocasiões, esteve muito perto de marcar.

Na segunda parte, foi a vez do Sporting entrar melhor. Mas, aos 62 minutos, foi o Belenenses a surpreender o seu adversário, fazendo o 2-1: jogada de Estevão, primeiro remate de Yaúca e, na recarga, Matateu a atirar para o fundo da baliza. (do topo Norte).

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Daí até ao fim do encontro, o Belenenses patenteou uma superioridade que tornou incontestável o triunfo.

Assim, o capitão Vicente foi receber o troféu e a festa foi azul!

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Com esta vitória, os triunfos nas edições até então disputadas da Taça de Portugal estavam assim distribuídos:

Benfica – 10
Sporting – 5
F.C.Porto – 2
Belenenses – 2
Académica – 1

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Se, entretanto, considerássemos juntamente com as Taças de Portugal os Campeonatos de Portugal, então, os números seriam estes:

Benfica – 13
Sporting – 9
F.C.Porto – 6
Belenenses – 5
Olhanense – 1
Marítimo – 1
Carcavelinhos – 1
Académica – 1.


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1982 – Conquista da Taça de Portugal de Andebol, pela terceira vez

O ano de 1982 é terrível para todos os Belenenses que o viveram. É algo de indescritível e que nunca mais esqueceremos, por mais que 24 anos volvidos pareça que o aconteceu nesse dia foi uma coisa que se tornaria banal aos «acomodados do sistema». Mesmo quem não o viveu, não era nascido ou não tinha consciência ou percepção o que significou, bastaria gostar do Belenenses e beber a sua história e feitos para o entender ou pelo menos tentar. Ao invés, assistimos um acomodamento e, pior que resignação, a uma descaracterização completa, com graves culpas no cartório por parte de quem tem dirigido os destinos do Clube desde então. Com raras excepções, apesar de tudo.

O Belenenses descera de divisão. No entanto pulsava, vibrava e reagia. Revoltava-se, tinha honra e orgulho. Mobilizava-se, recuperava massa associativa, mesmo no clima mais adverso, mesmo no completo descalabro financeiro.

Prova disto era a vitalidade de modalidades amadoras. As tradicionais. Neste caso o Andebol. Nesta data a conquista da Taça de Portugal. A terceira em três presenças na final, à 11ª edição.

O Belenenses vencerá já na terceira edição, em 1973/74, cuja final foi disputada em Faro, frente ao Benfica, por 17-14. Qutro anos volvidos, em 1977/78, venceria o Oriental em Leiria, por 33-12, naquela que foi a maior diferença de golos registada em finais da competição.

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À terceira dsputada neste ano em Cascais, a «fava» coube ao Benfica (que pouco antes se sagrara Campeão Nacional), saíndo derrotado por 26-24. O Belenenses, então treinado por Fonte Santa, apenas por uma vez esteve atrás no marcador. Foi aos sete minutos com o resultado em 3-2. No entanto foi um jogo muito emotivo e equilibrado, com uma curta vantagem de três golos ao intervalo (11-14) o que está bem patente na marcha do marcador:
0-1; 1-1; 1-2; 3-2; 3-4; 4-4; 4-7; 6-7; 6-8; 7-8; 7-9; 8-9; 8-11; 10-11; 10-13; 11-13; 11-16; 12-16; 12-17; 14-17; 14-18; 16-18; 16-19; 17-19; 17-20; 19-20; 20-22; 22-22; 22-23; 23-23; 23-24; 24-24; 24-26.

Final dramático, com o Benfica a igualar o marcador a 22 golos aos 28 minutos da segunda parte. Só no último minuto e com o jogo empatado a 24 golos, o Belenenses resolveu a questão com dois golos de rajada por Espadinha e Mendonça, num final electrizante e perante uma massa belenense assinalável e muito activa no apoio da equipa. Resultado justo apesar da excelente réplica dada pelo adversário o que so valorizou a vitória. Foi uma justa recompensa para todos e uma festa tremenda no final.

Pelo Belenenses, alinharam nesta partida: Prezado (Valverde); Filipe, Guerreiro (1), Mendes (4), Veiga, Napoleão, Ricardo (2), Hernâni (7, com 3 de «penalty»); Mendonça (4), Bento (3) e Espadinha (5). Participaram também na caminhada vitoriosa, apesar de não terem alinhado na final: Raúl (guarda-redes); Peixoto (segunda-linha); Nascimento (segunda-linha); Diegues (primeira-linha); Guerreiro (primeira-linha) e Florêncio (primeira-linha). Um plantel jovem, com uma média de 24 anos de idade. Um Belenenses vivo.


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