segunda-feira, 24 de julho de 2006

Neste dia, em . . .

1921 – Belenenses inicia a prática do Atletismo

A secção de Atletismo do Belenenses que, como se vê, existe praticamente desde a fundação do Clube. Possui um palmarés riquíssimo e uma história recheada de títulos e de nomes sonantes do panorama nacional. A muitos desses nomes nos referimos nestes apontamentos. Nomes como os de Rui Ramos, Joaquim Branco, José Pinto, Lucília Silva, Francelina Moita, Georgete Duarte, Maria José Sobral e tantos, tantos, outros.

O Belenenses participou de forma activa na fundação da Associação de Atletismo de Lisboa e mais tarde também na Federação Portuguesa de Atletismo.

Atente-se à seguinte passagem do livro de Acácio Rosa, «Factos, Nomes e Números, 1919-60», que alude à primeira competição em que o Belenenses participou:


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Atente-se ao texto final constante da figura e que nela está realçado. «Ecletismo útil e necessário».

E porquê útil e necessário? Necessário, porque permitia ao Belenenses projectar-se como Clube proporcionador de condições para a práctica de diversas modalidades aos seus sócios e a quantos se quisessem tornar sócios (quando esta não era proporcionada de outra forma – por exemplo escolar) cumprindo a sua missão social e, simultaneamente, útil porque não só permitia a práctica competitiva com benefícios de imagem e projecção pelos títulos obtidos, o que somando ás condições criadas para a população em geral propulsionava a adesão de novos sócios e adeptos. Algo que hoje em dia não só já não sucede como a despesa que é feita a sustentar inúmeras modalidades profissionais se tornou incomportável para o (não) retorno que traz.

Hoje o Atletismo no Belenenses manterá a capacidade de descoberta e de formação de talentos, a par com a posse de excelentes condições de treino de que é exemplo a pista sintética do Estádio do Restelo, mas a verdade é que, quase 90 anos depois, o Belenenses não é mais que um prospector de valores que vão emergir e atingir o “estrelato” noutros clubes, ficando para estes a capitalização da projecção que os atletas proporcionam. Exemplos disto mesmo são os ex-atletas Francis Obikwelo (Medalha de Prata nos Jogos Olímpicos de 2004) e Naide Gomes. E são apenas os mais sonantes ou mais recentes na nossa memória.



2005 – Carlos Campos sagra-se Penta-Campeão Nacional Absoluto de Pentatlo Moderno

Carlos Campos é um nome a que, nestes apontamentos já nos referimos algumas vezes. Coisa natural se pensarmos que se trata de um Campeão Nacional de Pentatlo Moderno. Neste dia comemora-se a obtenção do Penta-Campeonato. Cinco anos consecutivos como valor máximo absoluto da modalidade em Portugal.

Em 2005 o campeonato decidiu-se em Idanha-a-Nova, no seu Meeting Internacional. Além de Carlos Campos estiveram em prova mais quatro atletas do Belenenses: o internacional André Pereira e três representantes de escalões de formação: Carlota Godinho, Francisca Moncada e Pedro Oliveira.

A revalidação do título nacional não começou da melhor forma para o então tetra-campeão. Muito por força da má prestação na prova de tiro que o relegou para a nona posição da classificação geral até esse momento. No entanto, as excelentes provas na Esgrima (20 vitórias em 23 combates – segundo classificado), na Natação (de novo segundo classificado) e no Hipismo (quinto lugar), permitiram a Carlos Campos recuperar e gerir a vantagem na prova final – a corrida – atingindo assim o mais alto lugar no podium.


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Como prova que apesar de toda a qualidade de Carlos Campos, o Pentatlo Moderno no Belenenses não é apenas Carlos Campos sendo o resto simples cenário, André Pereira classificou-se numa honrosa quarta posição nacional e sexta na geral do Meeting Internacional. E poderia ter sido melhor não fora um engano no percurso da prova de hipismo.

Apesar de ser uma modalidade com projecção olímpica, o Pentatlo Moderno sofre, em Portugal, com grandes dificuldades organizativas. Prova disto mesmo, foi dada na organização deste Meeting, para mais Internacional, e apesar de servir para o apuramento do Campeão Nacional Absoluto. Faltaram árbitros, sendo que foi graças à boa vontade dos treinadores presentes que se realizou a prova, embora disso resultasse um menor apoio aos atletas e às equipas. Algo imcompreensível e que demonstra bem o tipo de apoios de que carece a modalidade, o que só salienta a importância do papel dos clubes no panorama da modalidade a nível nacional.

Para dar uma ideia do estado da modalidade fica registado o valor dos prémios atribuídos no Campeonato Nacional de 2006:

Pontuação Masculina:
Até 5.600 -> 400 €
Até 5.550 -> 300 €
Até 5.500 -> 250 €
Até 5.450 -> 120 €
Até 5.400 -> 75 €

Pontuação Feminina:
Até 5.450 -> 400 €
Até 5.400 -> 300 €
Até 5.350 -> 250 €
Até 5.300 -> 120 €
Até 5.250 -> 75 €

Valores irrisórios que demonstram bem o carácter perfeitamente amador da modalidade.


Nota: Recorremos para a elaboração deste apontamento, do site da Federação Portuguesa de Pentatlo Moderno (em www.fppm.pt) e do Portal Oficial do Belenenses (em www.osbelenenses.com).


Post-Scriptum: Ontem, Carlos Campos sagrou-se Campeão Nacional de Pentatlo Moderno, pela 6ª vez consecutiva. Os nossos parabéns!