1927 – Pepe marca 2 golos na vitória de Portugal sobre a França. É levado em ombros, em triunfo
José Manuel Soares (Pepe) foi um dos maiores jogadores de sempre, e porventura o maior mito da história do Belenenses e do futebol português. O seu talento genial e precoce, o fulgor da sua breve carreira, a sua veia goleadora ao serviço do Belenenses (10 golos num só encontro, continua a constituir record nacional num jogo oficial) e da selecção de Portugal e, por fim, a sua morte trágica aos 23 anos, conducente a um funeral multitudinário e a uma imensa dor colectiva, não podem jamais ser apagadas.
O Belenenses deve-lhe muito e tributou-lhe a sua homenagem dando o seu nome ao Estádio das Salésias, de que fomos espoliados pela Câmara Municipal de Lisboa, e erguendo-lhe o monumento que ainda hoje está no Estádio do Restelo (obra de Mestre Leopoldo de Almeida).
Entretanto, como já dissemos, quantos Campeonatos mais não teria conquistado o Belenenses nos 10 ou 12 anos que, normalmente, Pepe teria ainda de carreira? Ainda assim, com uma morte tão jovem, Pepe foi, pelo Belenenses, 2 vezes Campeão de Portugal e 3 vezes Campeão de Lisboa.
A Selecção Nacional, que representou por 14 vezes, deve-lhe também alguns dias de glória.
Lembramos que Pepe esteve nos Jogos Olímpicos de 1928, a primeira grande competição em que a Selecção Nacional participou; de resto, com Pepe, Augusto Silva, César de Matos e Alfredo Ramos, o Belenenses era, nela, o clube mais representado.
Foi justamente neste jogo com a França, que Pepe, com 19 anos acabados de fazer, se estreou. E fê-lo de forma auspiciosa e apoteótica. Marcou dois dos sete golos que apontou ao serviço da selecção portuguesa foi levado em ombros, pelo público, no final. O desafio teve lugar no Porto, Portugal ganhou por 4-0, e estiveram presentes mais três outros jogadores do Belenenses (ver gravura). Também neste caso, éramos o clube a dar mais jogadores à Selecção.
Curiosamente, cerca de três anos mais tarde, em 23 de Fevereiro de 1930, no mesmo local, Pepe também marcou por duas vezes à França (e o Belenenses continuava a ser o clube mais representado). Só que, no caso, os golos de Pepe foram os únicos do desafio.
Foi a última vez que envergou a camisola nacional.
Pepe marcou também dois golos na vitória por 4-2 sobre o Chile, para os Jogos Olímpicos de 1928, e o golo da vitória 1-0 sobre a Checoslováquia em 12 de Janeiro de 1930.
1946 – Belenenses vence F.C. Porto por 48-36 para o Campeonato de Portugal de Basquetebol
A título ilustrativo, incluímos nestes apontamentos algumas vitórias, em diversas modalidades, sobre os nossos três maiores rivais no desporto português Evidentemente, em todas elas, centenas e centenas de outras se verificaram.
Esta tem um significado especial. Era um tempo de fulgor no Futebol, complementado (e não compensado) por vitórias noutras modalidades: nesta época, fomos Campeões Nacionais (e de Lisboa) de Futebol.
Mas, entre outros títulos, nas modalidades (então, sim!) amadoras, fomos Campeões de Lisboa em Andebol, Campeões de Lisboa de Atletismo em Equipas Femininas e, no caso do Basquetebol, finalistas da Taça de Portugal (pela 3ª vez consecutiva) e Campeões de Lisboa (2ª vez consecutiva).
Tínhamos sido Campeões Nacional de Basquetebol um ano antes, em 1945, e, anteriormente, em 1939. Tínhamos ganho a Taça de Portugal (e o Campeonato de Lisboa e a Taça de Honra – ganhámos tudo nesse ano!) também em 1945, triunfo que repetiríamos em 1959.
Assim, foi entre 1939 e 1959 que obtivemos os títulos mais significativos do nosso Basquetebol: 2 Campeonatos Nacionais e 2 Taças de Portugal, no Escalão Sénior (em Equipas Masculinas; no Sector Feminino, também conquistámos 2 Campeonatos Nacionais).
Por curiosidade, o Sporting (de que dispomos de elementos), em número de Campeonatos Seniores, só nos alcançaria em 1956, ultrapassando-nos em 1960; em Taças de Portugal, alcançou-nos em 1975 e ultrapassou-nos no ano seguinte). Nos escalões mais jovens, a vantagem é nossa...
1952 – Belenenses empatado com o F.C. Porto, Benfica e Sporting no comando do Campeonato, a três jornadas do fim
Já anteriormente nos referimos a isto (cfr. 24 de Fevereiro).
Ultrapassada a crise vivida com o fim de carreira de algumas das suas grades figuras da década anterior, e entretanto reforçado com a sensacional chegada de Matateu, o Belenenses voltava aos Campeonatos de luta cerrada pelo título.
A situação que se registava a três jornadas no fim, com o Belenenses empatado no 1º lugar com os seus três grandes rivais, é disso demonstrativa.
Aliás, na altura, no desempate entre as 4 equipas, a vantagem era nossa. No entanto, as últimas jornadas correram-nos mal e acabámos no 4º lugar, embora com os mesmos pontos do 3º.