A 28 de Abril fazemos referência ao início da primeira Volta a Portugal em Bicicleta, na qual participaram estes dois ciclistas Belenenses.
Como já tinhamos referido no apontamento acima referido, na Classificação-Geral final, Faraó Rodrigues Pereira e Francisco Matos classificaram-se no 10º e 15º postos, respectivamente.
Este feito honroso mereceu por parte da Direcção do Belenenses, então presidida por João Luís de Moura, a iniciativa de homenagear os ciclistas com um banquete comemorativo.
Esta homenagem, realizada no Casino Ribamar, em Algés, foi muito concorrida o que não só demonstrava o vigor como os Belenenses viviam a vida do seu Clube como simultaneamente demonstrava a importância do ciclismo no panorama desportivo nacional e a sua popularidade como forma de propaganda do Clube a nível nacional, nessa altura apenas um jovem com menos de oito anos de vida.
1932 - Belenenses vence 6-0 em casa do Sporting para o Campeonato de Portugal
É verdade! Vencemos mesmo! Em futebol sénior!
E mais: exactamente uma semana depois, agora em nossa Casa, nas Salésias, ganhámos por 9-0: ou seja, no conjunto das duas mãos, vencemos por 15-0!
Infelizmente, poucos Belenenses sabem disto. Infelizmente, embora eu soubesse dos feitos, da época em que ocorreram e para que competição contavam, só consegui obter as datas exactas (e os marcadores dos golos) ao compulsar, numa livraria, um livro do Sporting – é triste, mas o nosso clube parece pouco preocupado em cuidar da sua imagem...
Felizmente, em contrapartida, há dedicados Belenenses que guardam verdadeiras relíquias. Neste ponto, agradecemos ao nosso querido amigo (e grande belenense) Álvaro Antunes o ter-nos facultado jornais da época, com os quais ilustramos o artigo.
O jogo contava para os Oitavos de Final do Campeonato de Portugal, a cuja final (e finalíssima) chegaríamos, como veremos noutra oportunidade. O Belenenses tinha sofrido, no início da época, um golpe profundíssimo com a morte de Pepe; mas reagiu com alma de gigante. Ganhámos o Campeonato de Lisboa, com 35 pontos, à frente do Sporting, com 33, e do Benfica, com 29. Tivemos o melhor ataque e a melhor defesa.
É importante fazer notar que o Sporting tinha sido o nosso principal rival no importante Campeonato de Lisboa e que ganhara, aliás, a edição anterior. Não era uma equipa em crise. Ambos os clubes iniciaram o Campeonato de Portugal com ambição de o ganhar.
Ao defrontarem-se, contudo, a superioridade do Belenenses foi claríssima e devastadora: 6-0, no campo do adversário. Os golos foram marcados por José Luíz (2), Heitor, Bernardo Soares e Rodolfo Faroleiro e, ainda, pelo sportinguista trindade na própria baliza.
1945 - Belenenses empata 2-2 em casa do Real Madrid
Várias vezes nos referimos, nestes apontamentos, aos jogos entre o Belenenses e o Real Madrid (cfr. 9 de Setembro; 14 de Dezembro)
A história desses encontros é, só por si, motivo de imenso orgulho para o nosso clube, pois foi o Belenenses o convidado para inaugurar o Estádio do Real Madrid, em 1947; e ali voltou, novamente convidado, em 1972, para as bodas de prata do mesmo Estádio e para a despedida de Gento, que havia sido cinco vezes Campeão Europeu pelo Real Madrid. Ora, o Real Madrid é, nem mais nem menos, do que o maior, o mais bem sucedido clube do mundo!
Já vimos anteriormente que, em 1931, o Belenenses tinha vencido o Real Madrid em Espanha, e foi o primeiro clube português a consegui-lo. Mas o jogo foi disputado em Ayamonte. Em 1945, porém, o Belenenses deslocou-se à própria casa dos madrilenos. O jogo era de homenagem ao jogador Alonso, do Real Madrid, que tinha sofrido uma grave lesão.
Com a classe que a levaria, um ano depois, a ser Campeã Nacional, a nossa equipa exibiu-se brilhantemente em Madrid, empatando por 2-2. O público e a imprensa de Espanha ficaram assombrados com o poderio do Belenenses. O cartão de visita que deixámos foi, sem dúvida, uma das razões para o convite com que fomos honrados dois anos depois.
A equipa do Belenenses apresentou-se com os seguintes jogadores:
Capela; Vasco, Feliciano e Serafim; Amaro e Gomes; Mário Coelho, Quaresma, Armando, José Pedro e Rafael.
Na segunda parte, Elói substituiu Armando. Destes jogadores, 8 foram internacionais A e todos eles se sagrariam Campeões Nacionais na época seguinte.
O resultado que obtivemos tem ainda mais valor se considerarmos que a equipa do Real Madrid, à época vice-campeã espanhola, saiu para o intervalo a ganhar por 2-0, golos obtidos aos 23 e 28 minutos.
Na segunda parte, o Belenenses passou a deter do domínio da partida e, aos 56 minutos, reduziu para 2-1. O lance começou no nosso Guarda-Redes, que endossou a bola a Amaro. A bola circulou depois por Artur Quaresma, José Pedro e Elói, que desmarcou Mário Coelho. Com um magnífico remate para o canto direito da baliza do Real, Mário Coelho fez o golo.
Porfiou o Belenenses na ofensiva e, aos 85 minutos, acabou por obter a recompensa dos seus esforços, restabelecendo o empate. Mário Coelho foi novamente o autor do golo. A jogada começou em Vasco, que desarmou um opositor e lançou a bola para Quaresma. Este, numa jogada brilhante, driblou vários adversários e centrou para Mário Coelho que disparou potente remate. Estava feito o 2-2 final.
Este desafio, entretanto, foi como que a primeira-mão de dois, visto que, 16 dias depois, o Real Madrid deslocou-se às Salésias, retribuindo a nossa visita.
Veremos, portanto, em breve, como correu esse jogo e qual o saldo do encontro entre o Belenenses e o maior clube do mundo.