1921 - Primeira vitória sobre o F.C. Porto (3-0, na cidade do Porto)
Ao contrário do que aconteceu com os nossos rivais do Benfica e do Sporting, a quem vencemos logo no primeiro jogo que com eles disputámos (2-1 sobre o Benfica em 25 de Janeiro de 1920); 1-0 sobre o Sporting, em 18 de Abril do mesmo ano), o nosso primeiro jogo com o F.C.Porto, talvez por ser disputado na cidade-sede desse nosso adversário, saldou-se por uma derrota, embora honrosa, por 4-3.
No entanto, a desforra não tardaria e, logo no ano seguinte, exactamente em 3 de Maio de 1921, novamente na cidade “invicta”, o Belenenses triunfou concludentemente por 3-0 (dois dias depois de a nossa equipa vencer uma selecção portuense por 9-3).
Para desempatar, na terceira deslocação ao Porto, e no terceiro jogo contra o nosso adversário, o Belenenses voltou a ganhar, desta feita por 2-1, em 31 de Outubro de 2001.
Ao longo de 86 anos, foram mais de 200 os jogos entre as equipas principais de futebol do Belenenses e do Porto, entre jogos particulares (como os que referimos) e oficiais (nestes, o primeiro jogo foi em 1926/27, para o Campeonato de Portugal, acabando com uma vitória do Belenenses por 3-2).
Podemos apenas apresentar as estatísticas das competições oficiais: Campeonato de Portugal, Campeonato Nacional e Taça de Portugal.
Assim, em 165 jogos, o Belenenses tem 47 vitórias, 38 empates e 80 derrotas. As vitórias do Belenenses são 28,48%; as do F.C.Porto, 48,48%; os empates, 23,03%. Marcámos 194 golos e sofremos 298. Em termos percentuais, o Belenenses averbou 39,43% dos golos, contra 60,57% do nosso adversário. Estivemos em superioridade até ao fim dos anos 50. Manteve-se o duelo equilibrado (ou muito próximo disso) até 1980. A partir daí, 25 anos de ouro do F.C.Porto e 25 anos terríveis (com um breve período de ressurgimento) do Belenenses desequilibraram a balança.
Seja como for, o Belenenses – Porto é um grande clássico do desporto português. E ponha-se em confronto com os portistas, no nosso lugar, o Boavista, o Guimarães ou o Setúbal e veja-se como a diferença é muito, muitíssimo maior.
Distribuindo pelas três Competições temos:
Para o Campeonato de Portugal, o Belenenses somou 4 vitórias, 5 empates e 2 derrotas, marcando 18 golos e sofrendo 19.
Para o Campeonato Nacional, o Belenenses averbou 36 vitórias, 27 empates e 73 derrotas, marcando 150 golos e sofrendo 253.
Para a Taça de Portugal, o Belenenses somou 7 vitórias, 6 empates e 5 derrotas, com ambas as equipas a apontarem 26 golos.
1932 - Augusto Silva torna-se capitão da Selecção Nacional de Futebol e César Matos alcança 15ª internacionalização
Neste ano, o Belenenses disputou a final do Campeonato de Portugal com o F.C.Porto. Como o nosso amigo Álvaro Antunes há algum tempo recordava, a imprensa, a propósito desse jogo, referia-se ao Belenenses como o mais poderoso clube de Lisboa.
Na época seguinte, o Belenenses obtinha a sua terceira vitória no Campeonato de Portugal (à quinta presença na final) e, desde a sua fundação em 1919, alcandorara-se à posição do mais forte e bem sucedido clube de Portugal.
Esta força tinha, evidentemente, reflexos na Selecção Nacional. Em 1928, o Belenenses passou a ser o clube com mais jogadores presentes na Selecção Nacional, somando todas as participações em todos os encontros desde o início da actividade da mesma. Manteria essa posição até 1934, ano em que, por sua vez, Augusto Silva, se tornou o mais internacional dos jogadores portugueses, com 21 jogos, marca que só seria ultrapassada em 1950.
Neste jogo de 3 de Maio de 1932, Portugal venceu a Jugoslávia por 3-2. Presentes na Equipa Nacional, estiveram os azuis Augusto Silva e César de Matos, dois nomes escritos a ouro na história do Belenenses e do futebol português.
Augusto Silva foi, pela primeira vez, Capitão da Selecção. Sê-lo-ia por mais quatro vezes até pôr termo à sua carreira de futebolista.
César de Matos atingiu a marca, para a época verdadeiramente notável, de 15 internacionalizações (seria o correspondente a umas 100 nos dias de hoje). Na altura, o sportinguista Jorge Vieira liderava com 17 internacionalizações, seguido dos dois belenenses Augusto Silva, com 16, e César de Matos, com 15.
Em 2 de Abril de 1933, Augusto Silva passava para a frente com 18, e César de Matos igualava Jorge Vieira com 17. Foi com este número de participações que César de Matos encerrou a sua carreira na Selecção Nacional, iniciada em 15 de Maio de 1925 (curiosamente, tal como Augusto Silva).
Ao serviço do Belenenses, César de Matos foi três vezes Campeão de Portugal (e duas vezes Vice-Campeão) e quatro vezes Campeão de Lisboa.
Quanto a Augusto Silva, uma das primeiríssimas figuras do Belenenses, já falámos sobre ele em várias outras ocasiões (cfr. 30 de Setembro; 29 de Janeiro; 18 de Março; 22 de Março; 29 de Março).